Mais de dois mil discursos e um Nobel: 3 fatos marcantes sobre a vida de Martin Luther King
As populares palavras do ativista norte-americano no discurso "I Have a Dream" marcaram a história dos direitos humanos. Seu legado é lembrado até hoje.
O ativista deixou uma marca indelével na história com sua atuação por mais direitos civis – em especial para pessoas afro-descendentes e com menos recursos financeiros.
Martin Luther King Jr. nasceu em 15 de janeiro de 1929 em Atlanta, no estado norte-americano da Geórgia e foi primeiro um pastor da religião batista antes de começar seu caminho como ativista dos direitos civis. Foi como líder pelo fim do preconceito racial que Luther King Jr. foi reconhecido internacionalmente, como conta documento da Organização das Nações Unidas (ONU).
Entre os anos de 1955 a 1968, quando foi assassinado, Martin Luther King liderou e defendeu a luta por igualdade e o respeito aos direitos humanos da população negra nos Estados Unidos, reforçando a necessidade do reconhecimento de direitos em especial de pessoas mais pobres e de todas as vítimas de injustiça, como afirma a ONU.
Por meio de protestos pacíficos e discursos proeminentes, o ativista deixou uma marca indelével na história em meio a uma sociedade na qual a discriminação e o racismo persistiam apesar da adoção da Declaração Universal dos Direitos Humanos, reconhece a ONU.
O aniversário do nascimento do ativista se liga ao Dia de Martin Luther King Jr., efeméride comemorada toda terceira segunda-feira de janeiro nos Estados Unidos. Por ocasião das datas, National Geographic elencou mais alguns destaques de sua biografia.
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1. O discurso "I have a dream" marcou um ponto de virada na história dos Direitos Civis mundiais
"Eu tenho um sonho, eu sonho que meus filhos um dia viverão em um país onde não serão julgados pela cor de sua pele" é uma de suas declarações mais marcantes de King presentes no discurso “I have a dream”.
O trecho proferido em seu discurso durante a Marcha sobre Washington, em agosto de 1963, contou com a presença de mais de 250 mil pessoas, segundo a Biblioteca do Congresso em seu site.
A marcha teve um impacto real e se refletiu na proclamação das Leis dos Direitos Civis e dos Direitos de Voto, nos Estados Unidos, que garantiu o sufrágio (voto) livre a todos os cidadãos do país sem restrições discriminatórias. Até então, alguns estados norte-americanos haviam limitado o direito de voto com base na raça ou na alfabetização, diz a ONU.
A entidade também reforça que o trabalho árduo de King lhe rendeu grande poder de convocação e permitiu que ele liderasse eventos históricos.
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Martin Luther King Jr. discursou mais de duas mil vezes durante a sua vida. Entre suas palavras mais marcantes está o discurso "I Have a Dream" ("Eu tenho um sonho2), que foi proferido no Lincoln Memorial durante a Marcha sobre Washington (nos Estados Unidos), como mostra a foto.
2. King discursou mais de 2500 vezes antes de morrer
Embora a Marcha sobre Washington tenha sido uma de suas manifestações mais importantes, o líder pelos direitos civis teve outras atitudes notáveis.
De acordo com o site do Prêmio Nobel, em um período de 11 anos – entre 1957 e 1968 – King viajou quase 10 milhões de quilômetros e discursou mais de 2.500 vezes. Ele também escreveu cinco livros e vários artigos.
Além disso, ele liderou protestos, planejou campanhas, encontrou-se com o presidente John F. Kennedy e foi preso mais de 20 vezes. Ele também recebeu cinco títulos honorários e se tornou não apenas um importante líder americano, mas também uma figura mundial.
Pedra da Esperança no memorial de Martin Luther King Jr.
Luther King morreu assassinado em 1968, aos 39 anos de idade.
3. Martin Luther King foi o mais jovem ganhador do Prêmio Nobel da Paz
O ativista recebeu o Prêmio Nobel da Paz em 1964 e era, até então, o homem mais jovem a receber esse reconhecimento.
Segundo o próprio site do prêmio, o Nobel dado a ele foi motivado "por sua luta não-violenta pelos direitos civis da população afro-americana".
Quando foi notificado por ter ganhado o Nobel da Paz, King anunciou que usaria o dinheiro do prêmio (cerca de 54 mil dólares na época) para promover o movimento pelos direitos civis.
Em 4 de abril de 1968, aos 39 anos de idade, King viajou para a cidade de Memphis, nos Estados Unidos, para apoiar uma greve dos trabalhadores do saneamento da cidade. Lá, segundo a Biblioteca do Congresso, ele foi baleado e morto enquanto estava na varanda de um hotel.