
As 7 doenças graves que podem ser causadas pelas enchentes
A água contaminada carrega diversas doenças que têm potencial de se tornarem graves e até de serem fatais para as pessoas.
Enchentes e inundações não causam apenas transtornos materiais e podem causar a morte de pessoas e animais, como ocorreu no estado brasileiro do Rio Grande do Sul em maio deste ano. Quando as águas começam a baixar, doenças e infecções podem ser transmitidas com maior facilidade por causa da água contaminada.
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As doenças que surgem com as enchentes
Problemas de saúde graves e importantes podem ser contraídos ao entrar em contato com inundações, como explica o órgão governamental e também um artigo sobre o tema do Instituto Butantan de São Paulo (pesquisa científica e produção de imunobiológicos). Entre elas estão:
1. Leptospirose: transmitida pelo rato, que carrega bactérias do gênero Leptospira, essa enfermidade pode ser fatal e gerar bastante sintomas. Entre eles estão febre súbita (que pode passar dos 38°C), calafrios, dor de cabeça e muscular (principalmente na região da panturrilha), além de falta de apetite, náusea e vômitos.
2. Tétano: a doença infecciosa (não contagiosa) é causada por uma toxina produzida pela bactéria Clostridium tetani, encontrada nas fezes de animais e de seres humanos, mas também em terra, plantas e objetos. Ela pode se tornar grave e sua contaminação se dá através de lesões na pele (como feridas, cortes, mordidas de animais, por exemplo) pelas quais a bactéria possa penetrar, detalha a Biblioteca Virtual do Ministério da Saúde.

Terra, água e alimentos contaminados podem causar diversas enfermidades quando as inundações começam a ceder. Entre elas vários tipos de diarréias, leptospirose, hepatite A e tétano, só para citar algumas. Botas, luvas e até óculos de proteção são recomendados para se evitar contrair esses problemas de saúde.
3. Hepatite A: também conhecida como hepatite infecciosa, ela é causada pelo vírus A (HAV) e sua transmissão se dá de forma fecal-oral (ou seja, quando há contato de fezes com a boca). Está relacionada com a falta de saneamento e com alimentos e água contaminados, explica um artigo do Ministério da Saúde.
4. Doenças diarreicas agudas: as diarréias são outro tipo de enfermidade bastante comum pelo contato com água contaminada por esgotos e outros detritos. Entre elas destaca-se o cólera, que gera uma infecção bacteriana intestinal aguda. “Quando não tratada, pode ocorrer desidratação intensa, levando a graves complicações e até mesmo ao óbito”, detalha a fonte governamental.
5. Piolho e sarna: surtos desses artrópodes podem ocorrer em decorrência de falta de higiene e das aglomerações de pessoas, situações típicas de locais para desabrigados. “A escabiose (sarna), a tungíase (bicho-de-pé) e a pediculose (piolho), são transmitidas por contato direto entre pessoas contaminadas. Coceira e feridas na pele são os sintomas iniciais, mas, se não tratadas, elas podem causar complicações infecciosas ou infecções secundárias por bactérias”, diz o Butantan.
6. Doenças causadas por mosquitos: com a água parada aumentam o número de mosquitos, o que potencializa os casos de febre amarela e dengue, por exemplo, pois o mosquito Aedes Aegypt, que carrega o vírus das duas doenças, usa água parada para colocar seus ovos.
7. Doenças parasitárias: vermes e protozoários presentes na água não-potável e em alimentos contaminados, elas também podem chegar facilmente às pessoas. O Butantan cita a giardíase (causada pelo protozoário Giardia lamblia) e a ascaridíase (ou lombriga, que decorre do verme Ascaris lumbricoides) estão entre as mais comuns.
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O que fazer ao entrar em contato com a água contaminada de enchentes
A recomendação primordial dos especialistas e médicos é tentar evitar, ao máximo, o contato com as águas de inundações – principalmente quem tiver com feridas aparentes. Nas cidades, essas águas se misturam ao lixo e ao esgoto, e no campo podem carregar por fezes de animais.
Se não for possível escapar dessa interação, o Instituto Butantan indica usar luvas, botas e até óculos de proteção. “Sem estes materiais disponíveis, use sacolas plásticas bem amarradas. O uso de curativos à prova d’água pode ajudar a vedar os ferimentos também”, afirma a fonte.
Também é importante lavar as mãos com água limpa e sabão, e ingerir apenas água potável e alimentos que não tenham sido afetados pelas cheias.
