Acima, uma jararaca - serpente muito comum em todo o Brasil, inclusive no Rio Grande do ...

O que fazer se encontrar cobras, escorpiões ou outros animais peçonhentos em uma enchente?

Em situações de inundações e catástrofes climáticas, como a que ocorreu no estado do Rio Grande do Sul, o risco de se deparar com animais venenosos é grande. Por isso, é preciso cuidado.

Acima, uma jararaca - serpente muito comum em todo o Brasil, inclusive no Rio Grande do Sul, podendo ser encontrada em regiões que sofrem com enchentes.

Foto de Divulgação Instituto Butantan
Por Redação National Geographic Brasil
Publicado 20 de mai. de 2024, 16:50 BRT

Brasil vem vivenciando de perto diversas consequências das mudanças climáticas, com vários períodos com ondas de calorsecas em rios e enchentes monumentais, como a que atingiu o estado do Rio Grande do Sul no último mês de maio. Além de todos os problemas e perigos enfrentados pela população com esses eventos climáticos extremoslidar com animais peçonhentos faz parte também dessa realidade.

Em enchenteso risco das pessoas terem contato com animais peçonhentos como aranhasescorpiõescobras aumenta muito. Isso porque eles tentam fugir do alagamento se protegendo em locais secos. Ou em abrigos e estabelecimentos não afetados pelas águas – e que são justamente onde as pessoas também procuram se abrigar, como explica o Instituto Butantan (instituição governamental de São Paulo, no Brasil, que desde 1901 estuda animais, faz pesquisas científicas e produção de imunobiológicos). 

(Sobre o tema, veja também: O que são os refugiados climáticos?)

Além disso, alguns animais não conseguem encontrar um local para se refugiar e morrem. Nestes dois cenários, a população de locais inundados deve adotar cuidados e medidas sanitárias para evitar possíveis envenenamentos por picada e também infecções causadas pelo manuseio dessas carcaças.

Veja, a seguir, que cuidados é preciso ter caso se encontre animais peçonhentos ou mortos dentro do cenário de inundações ou enchentes: 

Registro de uma operação de resgate do Corpo de Bombeiros na região metropolitana de Porto Alegre, no Rio Grande do Sul.

Foto de Lauro Alves Secom do Rio Grande do Sul

Como agir ao encontrar animais peçonhentos ou mortos em enchente

Para evitar possíveis acidentes e picadas indesejadas de animais peçonhentos como cobras, aranhasescorpiões, o Butantan recomenda não mexer em buracos, frestas, ou locais com entulho sem algum tipo de proteção para mãos e pés. Isso porque aranhas, escorpiões e cobras podem ter se escondido em entulhos em busca de local seco. 

Butantan indica, seja realmente necessário movimentar escombros em lugares como esses, utilizar sempre cabos de vassoura ou pedaços de madeira, e nunca usar a mão diretamente. Preferencialmente, deve-se usar luvas e evitar ao máximo andar descalço, optando por sapatos fechados, como botas de borracha, para proteção. 

 “As cobras, assim como os humanos e os animais domésticos, estão mais estressadas que o normal nessas situações, porque perderam seu habitat natural e isso pode aumentar o risco de acidentes. Nas áreas afetadas pelas enchentes, as serpentes mais perigosas são as jararacas, as cascavéis e a coral verdadeira, que são bastante venenosas”, esclareceu Silvia Cardoso, pesquisadora científica e coordenadora de manutenção animal do Museu Biológico do Butantan, no site da instituição.

O Ministério da Saúde do Governo Federal do Brasil também dá outras dicas essenciais para se proteger do contato com essas espécies peçonhentas

  • Ao voltar para a casa ou imóvel comercial após as águas baixareminspecione com cuidado todos os lugares e verifique a presença de animais peçonhentos. Sacuda bastante roupas, sapatos, toalhas e lençóis antes de pegá-los para lavar ou usar;
     
  • Caso seja picado por algum animal peçonhento, seja cobra ou escorpião, procure atendimento médico o mais rápido possível em uma unidade de saúde mais próxima; 
     
  • Não tente nunca sugar o veneno no local com a boca para extraí-lo ou amarrar o membro acidentado; 
     
  • Também não aplique algum tipo de substância (como álcool, pó de café, ervas, terra, querosene ou urina) no local da ferida. Tais procedimentos não têm efeito sobre o veneno e só aumentam o risco de infecções, diz o site institucional;
     
  • Mantenha a pessoa que foi picada em repouso, de preferência deitada e com o membro acometido elevado em relação ao resto do corpo, enquanto aguarda por socorro. É importante que a vítima não se locomova sozinha
     
  • Se você encontrar algum bicho peçonhento, não tente de forma alguma capturar o animal, avise a Defesa Civil da cidade ou alguém do Corpo de Bombeiros e, ainda, se possível, o departamento de Zoonoses, indica a fonte oficial;
     
  • Durante a limpeza dos locais que estiveram inundados, tome cuidado ao tocar ou pegar qualquer objeto – pode ter animais escondidos ou mortos.

Já no caso de encontrar algum animal morto – seja peçonhento ou ratos, baratas, entre outros – é preciso ter muito cuidado se for preciso remover os corpos desses bichos, como informa o Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos (CDC). A fonte dá as seguintes indicações: 

  • Utilize luvas para remover carcaças e restos de animais mortos e os coloque em sacos de lixo – caso não tenha luva, use o próprio saco plástico envolto nas mãos. Para animais maiores, use uma pá para fazer a remoção e coloque depois dentro de um saco de lixo;  
     
  • Desinfete todas as roupas e sapatos após a remoção, tome um banho e lave bem os cabelos após o término da atividade e evite possíveis doenças infecciosas, como leptospirose.

Outros animais silvestres, como jacarés e lagartos, também podem aparecer nas áreas urbanas alagadas, e precisam de resgate especializado. Se encontrar esse tipo de animal também não tente retirá-los do local sozinho. A pessoa pode se ferir ou acabar cometendo um crime ambiental, como orienta a Comissão de Animais Silvestres, Exóticos e de Desastres do Rio Grande do Sul. Chame a Defesa Civil ou Bombeiros.

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