
De animais dormentes à fronteira com o mar: veja 4 fatos surpreendentes sobre o deserto do Saara
Uma vista do Saara na Mauritânia, quando encontra com o Oceano Atlântico, na costa da África.
O deserto do Saara é uma imensa massa de terra arenosa presente em todos os países do norte da África. Sua área total é de cerca de 8 milhões e 600 mil quilômetros quadrados e alcança 4.800 quilômetros de leste a oeste nesta parte do continente, informa a Encyclopaedia Britannica (plataforma de conhecimentos gerais do Reino Unido).
Considerado o maior deserto do mundo, o Saara já foi um território bastante diferente. Investigações científicas estimam que “o Saara se tornou árido há cerca de dois a três milhões de anos”, diz a plataforma.
Por isso mesmo, sua existência é um exemplo de como agem os processos de desertificação, um problema ambiental grave e que nas últimas décadas vem ameaçando mais áreas no mundo, inclusive no Brasil, e que é relembrado com o Dia Mundial de Combate à Desertificação e à Seca. Criado pela Organização das Nações Unidas, ele é celebrado anualmente em 17 de junho.
Segundo a ONU, os processos de degradação dos solos, como a desertificação e a seca, afetam 3,2 bilhões de pessoas no planeta, favorecendo o êxodo dos chamados “refugiados climáticos”.
(Vale a pena ler também: O que aconteceria com a Terra se não existissem os oceanos?)

Camelos dromedários caminham por dunas do deserto do Saara em sua parte localizada no Marrocos.
Os 4 fatos impressionantes sobre o deserto do Saara
O maior deserto do planeta está presente em 12 países africanos, a saber: Argélia, Chade, Egito, Líbia, Marrocos, Mauritânia, Mali, Níger, República Árabe Saarauí Democrática, Sudão e Tunísia. A seguir, confira mais dados importantes sobre ele.
1. A origem do nome do maior deserto do mundo
A palavra Saara vem do árabe Al-Ṣaḥrāʾal-Kubrā, ou “o Grande Deserto”, revela um artigo da Britannica sobre o tema. Sozinha, ṣaḥrāʾ significa “deserto” e, ainda segundo a enciclopédia, “compartilha suas raízes com a palavra árabe aṣḥar – que significa ‘semelhante ao deserto’ e conota especificamente a cor vermelha amarelada que caracteriza as extensões arenosas do Saara”, diz a plataforma.
2. O Saara faz fronteiras com mares e oceano
Curiosamente, o maior terreno árido do mundo toca mares e oceanos em suas bordas. A Britannica esclarece que o Saara encontra à oeste o Oceano Atlântico; ao norte o Mar Mediterrâneo (e as Montanhas Atlas); e a leste com o Mar Vermelho. O contato com correntes oceânicas, inclusive, é responsável por “condições ligeiramente mais frias e úmidas encontradas nas margens ocidentais do deserto”, completa a fonte.

O deserto do Saara faz fronteira com o Oceano Atlântico e os Mares Mediterrâneo e Vermelho devido ao seu tamanho imenso. Esta é a maior zona árida do planeta.
3. Este é o clima no deserto do Saara
O Saara é um lugar de máximas. “O Saara da Líbia detém o recorde mundial de calor de 57,7ºC durante o dia, e pode arrepiar os ossos em uma noite de inverno”, informa um artigo sobre esta parte da Terra publicado pela National Geographic Estados Unidos. Já suas mínimas podem chegar a até -3,9ºC, aponta a Britannica.
Já a Britannica detalha que, por seu tamanho, o deserto do Saara “apresenta grande variabilidade climática”, tendo mais precisamente dois regimes climáticos principais os quais “se diferenciam ao longo do eixo norte-sul”.
“As latitudes ao norte do deserto são subtropicais áridas e têm duas estações chuvosas, enquanto as latitudes ao sul, embora também áridas, são mais tropicais e têm apenas uma estação chuvosa”, diz a fonte.
4. Existem animais e plantas que sobrevivem bem no Saara
Organismos bem adaptados conseguem se desenvolver mesmo neste ambiente inóspito. Entre eles estão certos tipos de plantas herbáceas cujo ciclo completo de vida (da germinação à dispersão de sementes) ocorre no período curto de duas a três semanas após uma chuva forte, indica a Britannica.
Já entre os animais, alguns se destacam como o caracol do deserto, que sobrevive por meio de “um período de dormência”, uma maneira de lidar com o estresse ambiental extremo, diz a enciclopédia. Ele pode ficar inativo por vários anos até serem “revividos” por alguma chuva.

Um registro do Ouriço-Pigmeu-Africano (Atelerix albiventris), um dos animais que sobrevive no Saara.

Um escorpião-Amarelo-do-deserto (Leiurus quinquestriatus) clicado nas áreas áridas do Sudão, no norte da África, onde também está parte do Saara.
Outros organismos vivem no Saara aproveitando de seus oásis e lagoas, que têm um clima “ligeiramente mais hospitaleiro”. Rãs, sapos e crocodilos estão entre eles. Já lagartos e cobras estão entre rochas e dunas, onde também vivem o escorpião-amarelo (Leiurus quinquestriatus) e o ouriço-pigmeu-africano (Atelerix albiventris).
Ainda podem ser encontrados no Saara e seus arredores cerca de 300 espécies de aves, como avestruzes, aves de rapina e certos tipos de corujas, como a Bufo-real (Bubo bubo) e a Coruja-das-torres (Tyto alba), dizem os artigos da Britannica e de NatGeo EUA.
