
O que aconteceria com a Terra se não existissem os oceanos?
Uma animação feita pela Nasa (a agência espacial norte-americana) em parceria com a Administração Oceânica e Atmosférica Nacional (da sigla NOAA em inglês) e assinada pelo cientista planetário James O'Donoghue mostra como seria se toda essa água da Terra fosse drenada e os oceanos não existissem.
Os oceanos cobrem cerca de 71% do globo e são os responsáveis por “abrigar mais de 50% das espécies da Terra”. Além disso, “desempenham uma função integral em muitos dos sistemas” e fornecem 20% da proteína animal e 5% da proteína total da dieta humana. É como informa a Administração Oceânica e Atmosférica Nacional (NOAA, do inglês National Oceanic and Atmospheric Administration), entidade de pesquisa científica dos Estados Unidos.
Essa gigantesca massa de água também atua influenciando o clima e os fenômenos meteorológicos, ofertando alimentos para animais e pessoas, e produzindo a maior parte do oxigênio consumido pelos seres vivos do planeta, detalha um artigo do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Unep).
Por isso mesmo, desde 2008 a Organização das Nações Unidas (ONU) criou o Dia Mundial dos Oceanos, uma efeméride que chama a atenção para a preservação dos mares e a resolução de problemas relacionados às cinco regiões oceânicas da Terra.
Mas como seria o planeta se essa imensidão de água salgada não existisse? A ciência já fez esse cálculo e deixa um alerta.
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A paisagem do Penhascos de Moher ao pôr do sol no Condado de Clare, na Irlanda. A ilha européia é banhada pelo Oceano Atlântico.
Como seria a Terra sem os oceanos
O ser humano só conhece cerca de 5% dos oceanos – fazendo com que seja quase impossível quantificar o que ainda falta descobrir sobre a totalidade da relação dos mares com a vida no planeta, explica o Science World (um centro de estudo de ciências sem fins lucrativos com sede em Vancouver, no Canadá), em um artigo sobre o tema.
O documento destaca certos pontos cruciais sobre como o nosso planeta se apresentaria se não houvesse os oceanos.
O primeiro deles seria o impacto nos ciclos meteorológicos e, consequentemente, no surgimento das chuvas. Sem elas, “áreas que antes eram férteis para agricultura se tornariam áridas”, diz a fonte. Além disso, mais de três bilhões de pessoas mundialmente dependem de frutos do mar como sua principal fonte de proteína, indica as Nações Unidas, o que levaria a fome para um número gigantesco de humanos.
Outra responsabilidade dos oceanos é a de “absorver cerca de um terço de nossas emissões de carbono e até 90% do excesso de calor na Terra”, diz a fonte. Eles também recebem “grande parte do plástico que produzimos, arcando assim com o peso maior da crise climática”, afirma.
“Se a Terra não tivesse oceanos, perderíamos um importante ‘regulador climático’, uma defesa contra as mudanças climáticas, uma importante fonte de alimentos e, por mais drástico que possa parecer, eventualmente deixariamos de existir”, diz Leah Bendell, professora de ecologia marinha e ecotoxicologia da Universidade Simon Fraser, no Canadá, no artigo da Science World.
Bendell é taxativa ao dizer que sem oceanos "não haveria vida no planeta", finaliza o artigo.
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O novo documentário de David Attenborough em parceria com a National Geographioc trará imagens impressionantes do fundo do mar.
David Attenborough em defesa dos oceanos
O renomado naturalista britânico David Attenborough se dedicou a fazer um retrato de como estão os oceanos da Terra na atualidade em seu novo documentário especial – feito em parceria com a National Geographic.
“Oceanos com David Attenborough” estreia no streaming do Disney+ em 8 de junho e traz informações preciosas sobre o mundo marinho. Aos 99 anos de idade, o britânico já atua há mais de 70 anos no conhecimento e na proteção do meio ambiente.
Da perda de corais resultante do aquecimento da água oceânicas, passando pela pesca predatória através de máquinas e imensos navios, e pelo desaparecimento de algas que sequestram carbono da atmosfera – mortas pelas redes de arrastão, Attenborough vai mapeando o estrago que o ser humano tem provocado nesse bioma.

Sir David Attenborough relembra a primeira vez que viu a Grande Barreira de Corais, na Austrália, em 1957. “Foi uma espécie de sobrecarga sensorial”, disse em entrevista para a National Geographic Estados Unidos.
Em uma recente entrevista para a National Geographic Estados Unidos, ele não mediu palavras: “Navios de nações ricas estão privando as comunidades costeiras da fonte de alimento da qual dependem há milênios”, disse. “Isso é o colonialismo moderno no mar”.
Em outro trecho, o entrevistador constata que é possível “detectar raiva na voz” de Attenborough durante sua narração do documentário: “Eu certamente sinto a perda sem sentido do mundo natural e espero que essa emoção seja transmitida”, confessou.
Na conversa, o naturalista se lembrou de quando foi profundamente impactado pelos oceanos e seus ricos habitats pela primeira vez. Aconteceu em 1957, quando Attenborough tinha 30 anos e viajou para ver a Grande Barreira de Corais da Austrália.
“Os inúmeros peixes minúsculos nadando entre os ramos dos corais; as diferenças entre as diferentes estruturas dos corais. Isso me proporcionou uma apreciação totalmente nova das complexidades da vida no oceano”, afirmou ele para NatGeo. “Foi uma espécie de sobrecarga sensorial”, disse na entrevista. Paisagens inesquecíveis como essas estão presentes na nova produção de Attenborough.
