Fotos: fósseis de dinossauros brasileiros
Fósseis incríveis de um antigo parente do crocodilo foram descobertos no país em 2011. E mais: conheça um dinossauro com dentes de tubarão
Publicado 7 de mar. de 2022, 07:49 BRT

O crânio quase completo de uma nova espécie de primo de crocodilo antigo foi encontrado em sítio nas terras brasileiras, contam os paleontólogos. O animal é crocodiliforme, parte de um grupo conhecido como crocodílires, que inclui jacarés modernos, caimãs e muitos outros.
Denominado como Pepesuchus deiseae, a nova espécie viveu entre 99 milhões a 65 milhões de anos atrás, durante o período Cretáceo tardio. Os paleontologistas do Museu Nacional, vinculado à Universidade Federal do Rio de Janeiro, descobriram o crânio e a mandíbula do primo de crocodilo em um sítio fóssil no Estado de São Paulo.
O crânio do fóssil está "em condições incrivelmente boas", disse o líder da equipe, Alexander Kellner. "Nós tínhamos base suficiente para construir uma réplica bastante boa, mostrando o que provavelmente parecia na vida real".
O novo primo de crocodilo e outra nova espécie - um dinossauro carnívoro que é o maior desse gênero ainda encontrado no Brasil - foram descritos nos Anais da Academia Brasileira de Ciências. Os fósseis foram alojados no Museu Nacional.
Publicada em 31 de março de 2011.
Foto de Marcos de Paula, Agencia Estado, ApUma réplica do novo primo de crocodilo - retratado ao lado de sua caveira e sua mandíbula em 2011 - mostra como os répteis antigos eram semelhantes aos seus primos modernos, disse Kellner.
Os crocodiliformes, que surgiram no período mesozoico (251 a 65 milhões de anos atrás), evoluíram em adaptações para diferentes habitats sem mudar muito seus corpos, disse ele.
Por exemplo, a maioria dos crocodiliformes tinha pernas relativamente curtas e uma cabeça adaptada para manter seus olhos e narinas acima da água.
Foto de Marcos de Paula, Agencia Estado, ApOs restos do dinossauro Oxalaia quilombensis de 95 milhões de anos, mostrado acima na ilustração de um artista, foram encontrados no Estado do Maranhão.
Dentes como os do novo dinossauro nunca foram vistos antes em terópodes, o grupo de carnívoros de duas pernas que inclui o Tiranossauro rex e o Velociraptor.
Isso ocorre porque o O. quilombensi de 14 metros de comprimento tinha duas filas de dentes extras em ambos os lados da boca, sugerindo que poderia substituir dentes desgastados ou quebrados.
"Enquanto um estava em uso, outros dois já estavam sendo desenvolvidos. Esta é uma característica comum em tubarões ou em alguns répteis, mas não em terráqueos", disse Kellner.
Foto de Ilustração cortesia de Maurilio Oliveria, Museu Nacional, Universidade Federal do Rio de JaneiroA paleontóloga Elaine Machado, do Museu Nacional brasileiro, apresenta um fragmento de focinho do novo dinossauro O. quilombensis em frente a sua ilustração em 2011. A obra de arte foi baseada em pedaços da mandíbula e do focinho do animal. A espécie pertencia a um grupo de dinossauros chamados espinossaurídeos.
"As cabeças de espinossaurídeos, em geral, se assemelham a de jacarés - essa é uma característica comum", comentou Kellner.
Essa espécie brasileiras parece estar mais intimamente relacionada a outros espinossaurídeos encontrados no norte da África do que os descobertos no Brasil, acrescentou.
A semelhança sugere que os antepassados das espécies africanas e brasileiras vieram da mesma área antes que os continentes africano e sul-americano se separassem entre 130 milhões e 110 milhões de anos atrás.
Publicado em 31 de Março, 2011
Foto de Marcos de Paula, Agencia Estado, ApVocê também pode se interessar
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