Covid-19: Brasil participa de teste final da vacina desenvolvida pela Universidade de Oxford
Brasileiros representam 10% dos voluntários do estudo clínico, que pode ser registrado no Reino Unido ainda esse ano.
Publicado 16 de jul de 2020 16:57 BRT
No Brasil, a fase final dos estudos clínicos da vacina candidata ChAdOx1, desenvolvida pela Universidade de Oxford, acontece em três centros de pesquisa: na Universidade Federal de São Paulo e nas sedes do Instituto D’or de Pesquisa e Ensino do Rio de Janeiro e de Salvador, Bahia.
Foto de Mauricio Susin
Na pesquisa clínica da vacina de Oxford, os voluntários são divididos em dois grupos de forma aleatória: um recebe a ChAdOx1; o outro, uma vacina controle. Trata-se de um estudo randomizado e duplo-cego – nem os pesquisadores nem os voluntários sabem quem tomou qual fórmula. No estudo clínico no Brasil, 5 mil pessoas serão vacinadas.
Foto de Mauricio Susin
Antes da pandemia do Sars-CoV-2, a Universidade de Oxford, no Reino Unido, desenvolvia uma vacina de vetor viral para outro tipo de coronavírus, o MERS. O conhecimento adquirido nas fases pré-clínica e clínica serviram de base para o início dos estudos da ChAdOx1, contra a covid-19. Segundo a OMS, trata-se da pesquisa em estágio mais avançado no mundo.
Foto de John Cairns/Universidade de Oxford/Divulgação
A pesquisa clínica da ChAdOx1 chegou ao país graças ao trabalho de Sue Ann Costa Clemens. A médica carioca, radicada na Itália, foi convidada para ser investigadora do estudo por Andrew Pollard, pesquisador principal do grupo da Universidade de Oxford. Hoje, ela coordena os testes no Brasil, que acontecem em São Paulo, Rio de Janeiro e Salvador.
Foto de Mauricio Susin
A médica Sue Ann Costa Clemens (na foto, em frente à equipe) coordena, hoje, os testes com a vacina de Oxford no Brasil, que acontecem em São Paulo, Rio de Janeiro e Salvador.
Foto de Mauricio Susin
A oftalmologista Andréa Barbosa, 46, resolveu se candidatar como voluntária a receber a vacina de Oxford, assim que soube que a pesquisa aconteceria no Rio de Janeiro. Para ser aceito, o candidato precisaria ser profissional da área de saúde, estar em alta exposição ao novo coronavírus no cotidiano e ter entre 18 e 55 anos, além de ter comorbidades controladas.
Foto de Mauricio Susin
Andréa Barbosa atendeu aos critérios de seleção e, após teste sorológico e avaliação médica, foi finalmente vacinada em 9 de julho.
Foto de Mauricio Susin
Nos primeiros meses da pandemia, o movimento nas clínicas oftalmológicas e hospitais em que Andréa Barbosa trabalha diminuíram. Em julho, contudo, o número de consultas diárias voltou a aumentar. Alta exposição no dia a dia é uma das exigências para se tornar voluntário – e algo corriqueiro para profissionais de saúde.
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