Conheça os caçadores de baleia do norte do Alasca

Toda primavera, o povo Inupiat senta na borda do gelo e espera as baleias-da-groenlândia chegarem – uma tradição de pelo menos mil anos.

Por Daniel Stone
fotos de Kiliii Yüyan
Publicado 24 de nov. de 2018, 10:00 BRST, Atualizado 5 de nov. de 2020, 03:22 BRT
Yugu Alfred Ningeok (à esquerda) é filho de um capitão baleeiro inupiat. Um umiak, ou barco ...
Yugu Alfred Ningeok (à esquerda) é filho de um capitão baleeiro inupiat. Um umiak, ou barco de pele, carrega uma pequena tripulação em busca de uma baleia (acima).
Foto de Kiliii Yüyan

Esta reportagem está na edição de dezembro da revista National Geographic Brasil.

No norte do Alasca, a cultura do povo Inupiat é focada nas baleias. A cada primavera, homens e mulheres vão ao tuvaq – o gelo perto da água – em busca de baleias-da-groenlândia em migração, vindas do Mar de Bering em direção ao Ártico canadense. Quando avistam uma baleia, uma tripulação empurra um barco umiak para a água. Normalmente, há uma única chance de lançar um arpão. Se a caça for bem-sucedida, todos na aldeia poderão receber uma porção na divisão da carne.

Uma baleia-da-groenlândia abatida pode render toneladas de comida. O ninit – partilha comunitária de carne e gordura – é distribuído equitativamente para garantir que todos se beneficiem de uma caçada bem-sucedida. “A maior aspiração a que você pode ter é se tornar um capitão baleeiro”, comenta o fotógrafo Kiliii Yüyan. “É um trabalho que provê toda a comunidade.”
Foto de NGM Maps

Essa história de continuidade cultural encantou o fotógrafo Kiliii Yüyan. Yüyan é, ele próprio, indígena, descendente dos caçadores e pescadores do povo Hezhe (Nanai, em russo) do norte da China e sudeste da Sibéria. Histórias que retratam “comunidades indígenas como degradadas ou destituídas deixam escapar sua complexidade”, diz Yüyan. “É preciso estar com eles para ver sua esperança e alegria.”

Por dez meses, durante um período de cinco anos, Yüyan viveu entre os inupiats, em Utqiaġvik (antes conhecida como Barrow). Ele acampou com uma equipe no gelo marinho para observar as baleias, às vezes no turno da noite, quando a escuridão e a quietude se instalavam. É um silêncio logo rompido, ele aprendeu. Pois, quando uma baleia vem, “o barulho não é fraco”, diz o fotógrafo. “É notável. Elas cantam. É como um musical.”

Esta reportagem está na edição de dezembro da revista National Geographic Brasil.

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    Bem acima do Círculo Polar Ártico em uma plataforma de gelo a quase 2 km da costa, uma barraca abriga membros de uma equipe de baleeiros Inupiat que esperam pela passagem de baleias-da-groenlândia sob a luz do Sol da meia-noite. Os Inupiat caçam baleias há pelo menos mil anos, mas as mudanças climáticas e a globalização estão rapidamente mudando essa cultura.

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