Fotos: criaturas misteriosas vivem sob o gelo da Antártida

No mergulho mais profundo já feito embaixo do gelo antártico, plantas e animais exuberantes são capturados em imagens incríveis.

Por Casey Smith
fotos de Laurent Ballesta
Publicado 4 de jun. de 2018, 18:34 BRT, Atualizado 5 de nov. de 2020, 03:22 BRT

Em uma expedição diferente de qualquer outra, o fotógrafo da National Geographic Laurent Ballesta fez um mergulho no frio extremo abaixo da camada de gelo, o mais profundo já registrado na Antártida.

Em outubro de 2015, começo da primavera no hemisfério sul, Ballesta e uma pequena equipe começaram uma viagem de 36 dias na base científica francesa Dumont d’Urville, em Terra Adélia, um dos distritos franceses na costa da Antártida. A caminhada começou quando o gelo começou a rachar, o que permitiu que a equipe quebrasse o gelo de 3 metros de espessura e mergulhasse a 70 metros de profundidade.

Ballesta, que trabalhou durante anos como fotógrafo submarino, já havia mergulhado a 120 metros na costa da África do Sul para fotografar os raros celacantos , e na Polinésia Francesa, mergulhou durante 24 horas para documentar o acasalamento de 17 mil garoupas.

Preparar essa jornada não foi fácil, todo o processo levou dois anos para ser organizado.

Na Antártida, apenas vestir os trajes de mergulho leva uma hora. Após vestidos, os mergulhadores tinham que carregar até 90 quilos abaixo do gelo. Todo o peso faz com que seja quase impossível nadar, diz Ballesta, mas sem os trajes eles morreriam em 10 minutos.

O mergulho de cinco horas em temperaturas negativas (a água salgada permanece líquida mesmo abaixo de 0 graus) é extremamente difícil.

Mas o que Ballesta registrou, ele compara a “um esplendoroso jardim”.

“As águas abaixo do gelo da Antártida são como o Monte Everest: mágico, mas tão hostil que você tem que ter muita certeza antes de ir”, ele diz.

Em profundidades de 9 a 15 metros, florestas de algas, estrelas do mar gigantes e aranhas do mar gigantes são muito maiores do que as de águas mais quentes.

A 70 metros de profundidade, limite dos mergulhadores, Ballesta diz que a diversidade é ainda maior. Gorgônias, mariscos, corais moles, esponjas e pequenos peixes exibem a cor e a exuberância típicos de recifes de águas tropicais.

Uma vez fora do gelo, Ballesta diz que demorou sete meses para que seu corpo se recuperasse das condições extremas a que foi submetido.

Foi uma viagem intensa, mas valeu a pena, diz Ballesta.

“Você não pode ir com dúvidas, você não pode fingir. As demandas são enormes”, diz. “Mas é o que torna sem precedentes as imagens que você viu, e a experiência de tirar essas fotos e de poder ter visto esse lugar é inesquecível”.

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