Por que passar o dia sentado é prejudicial à saúde, segundo a ciência
Conheça os efeitos causados pelo sedentarismo a longo prazo e quais as recomendações para uma vida mais ativa.
Passar muito sentado traz consequências negativas para o metabolismo humano, como aumento da pressão arterial e dos níveis de glicose no sangue.
No estilo de vida contemporâneo, tornou-se comum passar grande parte do dia sentado, seja por causa de trabalho, estudo ou lazer. Um artigo publicado em 2018 pela revista científica American Journal of Epidemiology afirma que reduzir essa prática sedentária traz benefícios para a saúde.
Segundo o artigo, as pessoas dedicam 90% do seu tempo fora do trabalho ao sedentarismo (ou seja, a ações que não envolvem atividades físicas ou esportes). Desse total, 53% do tempo é passado na frente de algum dispositivo digital como forma de distração.
O estudo também aponta que, à medida que as pessoas envelhecem, a quantidade de atividade física no dia a dia diminui e o sedentarismo aumenta, o que amplia os riscos do desenvolvimento de doenças crônicas.
“Vários estudos demonstraram que passar muito tempo sentado (entre três e seis horas) está associado com a mortalidade, diabetes tipo II, doenças cardiovasculares e alguns tipos de câncer”, afirma o artigo da revista American Journal of Epidemiology.
O estudo aponta que esses problemas de saúde ocorrem independentemente da atividade física praticada pela pessoa fora do período em que ela não está sentada.
Quais os efeitos do sedentarismo no corpo
Passar muito tempo sentado em frente a dispositivos digitais está ligado também a outros tipos de comportamentos nada saudáveis, como o consumo excessivo de alimentos ultraprocessados, segundo indica o artigo.
Os pesquisadores, no entanto, ressaltam que são necessários mais estudos para entender melhor como esses três fatores (sedentarismo, tempo em frente às telas e má alimentação) atuam em conjunto.
De qualquer forma, passar muito sentado traz consequências negativas para o metabolismo humano, como aumento da pressão arterial, dos níveis de glicose no sangue e inflamação sistêmica (que está relacionada à obesidade).
Recomendações para diminuir o sedentarismo
A Organização Mundial da Saúde (OMS) afirmou, em um comunicado de 2020, que até 5 milhões de mortes por ano poderiam ser evitadas se a população mundial fosse mais ativa.
Portanto, a recomendação da OMS é realizar de 150 a 300 minutos de atividade física aeróbica por semana (no caso de adultos) e uma média 60 minutos por dia para crianças e adolescentes.
A prática de atividade física de maneira periódica é fundamental para prevenir cardiopatias (doenças que afetam o coração) e diabetes do tipo 2. Além disso, também ajuda a reduzir sintomas da depressão e da ansiedade, afirma a OMS.
A entidade ressalta que toda atividade é benéfica e pode ajudar a reduzir o sedentarismo no dia a dia: praticar algum esporte, caminhar ou pedalar até o trabalho, além de patinar, dançar, subir escadas, entre outros exemplos.