Quais animais podem transmitir a raiva?
Um homem fotografa um cão de rua como parte de um esforço de vacinação contra a raiva na Tanzânia, na África. Os animais domésticos, como cães e gatos, precisam receber imunizantes para protegê-los de contrair o vírus da raiva.
A raiva é uma doença infecciosa viral grave e importante, cuja ocorrência se dá em todos os continentes do mundo, afetando mais de 150 países, como informa a Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS), uma entidade das Organizações das Nações Unidas (ONU).
A enfermidade acomete mamíferos, em especial os de sangue quente e inclusive os seres humanos, e traz sintomas como encefalite progressiva e aguda, além de alucinações, espasmos musculares involuntários e até paralisia.
A letalidade da raiva é de aproximadamente 100% e, globalmente, cerca de 60 mil pessoas morrem a cada ano, principalmente na Ásia e na África, em decorrência da doença, informa a OPAS. Por isso, se faz tão importante a data do Dia Mundial Contra a Raiva, que acontece em todo 28 de setembro e chama a atenção para esse problema de saúde pública, reforça a fonte oficial da ONU.
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Um biólogo inspeciona a asa de um morcego: esses animais também pode transmitir a raiva, em especial as espécies frutívoras e insetívoras.
Quais são os principais sintomas da raiva?
O vírus causador da raiva pertence ao gênero Lyssavirus, da família Rhabdoviridae, informa um artigo do Ministério da Saúde do Brasil sobre o tema. Ainda de acordo com a fonte governamental, a raiva apresenta um período inicial de incubação e logo depois surgem os sinais e sintomas clínicos de contaminação. Eles duram em média de dois a dez dias, diz o Ministério brasileiro.
Entre os principais sintomas da raiva estão um mal-estar geral, cefaléia, náuseas, dor de garganta, irritabilidade, entorpecimento e falta de apetite. Também pode se verificar alterações de comportamento na pessoa contaminada, entre outras reações, detalha a fonte governamental.
Além do cachorro, que outros animais podem transmitir a raiva?
Apesar de serem os maiores vetores de transmissão da raiva, os cães não são os únicos transmissores para os seres humanos. Isso porque a contaminação se dá através do contato com a saliva do animal que tem a doença – seja por meio de mordedura, lambedura ou arranhadura vindas dessas espécies, reforça o Ministério da Saúde brasileiro.
"Nos cães e gatos, a eliminação de vírus pela saliva ocorre de dois a cinco dias antes do aparecimento dos sinais clínicos", explica a fonte. Ela persiste durante toda a evolução da doença (o chamado período de transmissibilidade) e é importante ressaltar que o animal contaminado pela raiva morre, em média, entre cinco e sete dias após contrair a doença.
Além de cachorros e gatos domésticos, entre os outros animais que podem transmitir a doença estão canídeos selvagens como cães, raposas, coiotes, lobos e chacais. Também podem ser infectados pela raiva (e transmiti-la) os morcegos frutívoros e insetívoros, como informa um artigo da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), entidade governamental de pesquisa científica brasileira.
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O vírus causador da raiva pertence ao gênero Lyssavirus, da família Rhabdoviridae. Nesta imagem se vê um novo vírus descoberto na Austrália, em 1996, e que matou dois humanos. Ele foi identificado como membro do grupo dos Lyssavirus e um parente próximo da raiva clássica, sendo chamado de Australian bat lyssavirus. Esta imagem é uma micrografia eletrônica de uma seção ultrafina de uma célula infectada com o vírus descoberto.
Para combater a raiva é preciso vacina e soro
Causa de milhares de mortes durante a Idade Antiga, a raiva também já foi conhecida como hidrofobia, explica a Fiocruz. Já em 1881, o cientista francês Louis Pasteur conseguiu isolar o vírus, inoculando coelhos por via intracerebral e preparando a primeira vacina anti-rábica em 1884, diz a fonte.
Para prevenir o espalhamento da raiva, é necessário fazer a vacinação humana e animal, principalmente em ambientes urbanos. Uma vez que se tenha suspeita sobre um animal estar contaminado, a Fiocruz recomenda fazer uma observação clínica de cães e gatos que morderam uma pessoa por cerca de dez dias.
"Caso apresentem sinais de raiva, esses animais devem ser sacrificados. Já a pessoa que foi mordida deve receber prontamente a primeira dose da vacina anti-rábica e as outras doses 3, 7, 14 e 28 dias depois da primeira", explica a entidade científica.