Dia das bruxas: mitos, verdades e fantasias

Conheça os fatos sobre a origem do Halloween e por que atualmente gostamos tanto dessa festa.

Por Brian Handwerk
Publicado 31 de out. de 2018, 09:00 BRT, Atualizado 5 de nov. de 2020, 03:22 BRT
Um encontro de "bruxas" fantasiadas, reunidas para um retrato do Dia das Bruxas aproximadamente em 1910.
Um encontro de "bruxas" fantasiadas, reunidas para um retrato do Dia das Bruxas aproximadamente em 1910.
Foto de <p> Transcendental Graphics, Getty Images</p>

A COMBINAÇÃO DE festas, travessuras e comércio dos dias de hoje está bem distante das origens antigas do Dia das Bruxas. Ao longo dos séculos, a comemoração passou por diversas transformações, resumidas nesta reportagem.

Origem pagã

As origens do Dia das Bruxas datam de mais de 2 mil anos. Na data que consideramos 1o de novembro, os povos celtas da Europa comemoravam o Ano Novo, chamado de Samhain (“SA-win”).

Na véspera do Samhain — que conhecemos como Dia das Bruxas ou “Halloween”, em inglês — acreditava-se que os espíritos andavam pela Terra em uma jornada para a pós-vida. Também se dizia vagarem ao ar livre fadas, demônios e outras criaturas.

Fantasias celtas

Além de sacrificarem animais aos deuses e se reunirem ao redor de fogueiras, os celtas usavam fantasias com frequência—provavelmente feitas de peles de animais—para confundir os espíritos, na tentativa de evitar que fossem possuídos, segundo o Centro de Folclore dos Estados Unidos da Biblioteca do Congresso dos Estados Unidos.

Por usarem máscaras ou pintarem de preto os rostos, acredita-se que os celtas personificavam ancestrais mortos.

Os homens jovens podem ter se vestido de mulheres e vice-versa, quebrando temporariamente divisões sociais normais.

Em uma forma inicial da brincadeira de “gostosuras ou travessuras”, acredita-se que celtas fantasiados de espíritos iam de casa em casa praticando tolices em troca de alimento e bebida—uma prática inspirada talvez por um costume anterior de deixar alimentos e bebidas ao ar livre como oferenda a seres sobrenaturais.

Influência cristã no Dia das Bruxas

O Samhain se transformou mais tarde quando líderes cristãos incorporaram feriados pagãos. No século 17, o Papa Bonifácio IV decretou 1o de novembro como o Dia de Todos os Santos.

A noite anterior ao Samhain continuou a ser celebrada com fogueiras, fantasias e desfiles, embora com um novo nome em inglês: “All Hallows' Eve” (véspera do Dia de Todos os Santos)—e depois "Halloween".

O Dia das Bruxas chega aos Estados Unidos

Imigrantes europeus levaram o Dia das Bruxas para os Estados Unidos e a festividade ganhou bastante força nos anos 1800, com a explosão da imigração irlandês-americana.

Anoka, em Minnesota, pode ter sido o local da mais antiga celebração oficial do Dia das Bruxas nos Estados Unidos. Com início no ano de 1920, a cidade começou com um desfile e uma fogueira.

Os historiadores de Anoka afirmam que os habitantes da cidade queriam reprimir travessuras do Dia das Bruxas como soltar vacas na rua principal e virar banheiros externos.

Você acredita em magia?

Mais de um terço dos norte-americanos afirma acreditar em fantasmas, segundo uma pesquisa de opinião da AP-Ipsos conduzida antes do Dia das Bruxas de 2007. Vinte e três por cento alegou já ter visto um fantasma ou sentido a presença de um.

Cerca de uma a cada cinco pessoas acredita que bruxaria ou feitiços são reais, de acordo com a pesquisa.

Lendas urbanas do Dia das Bruxas

Algumas histórias de fantasmas do Dia das Bruxas simplesmente não morrem—ainda que exista pouco fundamento por trás do medo.

Por exemplo, dizia-se que cultos satânicos — bem mais comuns na ficção do que na realidade — sacrificavam gatos pretos no Dia das Bruxas.

Contudo, os especialistas afirmam que há pouca evidência para tais temores e que os poucos incidentes isolados envolvendo o abuso de gatos pretos foram obra de solitários perturbados—geralmente adolescentes.

Doces envenenados, com agulhas ou lâminas são outros temores do Dia das Bruxas.

No entanto o sociólogo Joel Best contou, em 2010, que os rumores dos perigosos doces podem ser manifestações de medos e apreensões sobre o futuro. Em um mundo onde tantas ameaças — terrorismo, quebras das bolsas de valores — parecem incontroláveis, pode ser reconfortante aos pais se concentrar em calamidades que podem ser evitadas, como uma criança morder uma maçã com um prego, afirmou Best, da Universidade de Delaware.

Best conduziu um estudo sobre os supostos incidentes de doces do Dia das Bruxas adulterados.

"Não consegui encontrar um relato comprovado de uma criança que tenha morrido ou se ferido gravemente por um doce contaminado recebido em uma brincadeira de ‘gostosuras ou travessuras’", escreveu.

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