As estrelas estão desaparecendo? O que dizem os cientistas

O olho humano deve perceber aproximadamente três mil estrelas no céu em uma noite escura e clara. No entanto, esse número vem reduzindo drasticamente.

A luz de Las Vegas vista da torre Stratosphere. Las Vegas, Nevada, Estados Unidos.

Foto de Babak Tafreshi
Por Redação National Geographic Brasil
Publicado 23 de jan. de 2023, 16:40 BRT, Atualizado 24 de jan. de 2023, 09:50 BRT

O número de estrelas visíveis nas cidades está diminuindo mais rapidamente do que as medições de satélite indicam, revela o estudo Globe at Night, um programa de ciência cidadã dirigido pelo Centro NOIRlab da Fundação Nacional da Ciência (NSF, na sigla em inglês) e pela Associação das Universidades de Investigação em Astronomia dos Estados Unidos.

Conforme detalhado no documento, a crescente poluição luminosa priva 30% das pessoas no mundo de observar, a céu aberto, os braços da Via Láctea, a galáxia na qual o Sistema Solar e a Terra estão localizados.

Quais efeitos produzem a contaminação luminosa

A poluição luminosa não apenas prejudica a astronomia, observa o NOIRlab, mas também tem efeitos prejudiciais em outros aspectos da vida humana e animal. Entre eles, o centro de estudos norte-americano cita os seguintes:

  • Quebra a transição cíclica da luz solar durante o dia, para a luz das estrelas à noite;
  • Afeta muitos sistemas biológicos que evoluíram a partir deste ciclo natural de luz;
  • A diminuição de estrelas visíveis é uma trágica perda cultural para a humanidade.
Brilho artificial causado pela poluição luminosa no centro de Los Angeles, Califórnia, EUA.
Nosso acampamento noturno temporário no Peru. Ter poluição luminosa zero está se tornando cada vez mais ...
À esquerda: No alto:

Brilho artificial causado pela poluição luminosa no centro de Los Angeles, Califórnia, EUA.

Foto de Babak Tafreshi
À direita: Acima:

Nosso acampamento noturno temporário no Peru. Ter poluição luminosa zero está se tornando cada vez mais uma mercadoria rara em nossas vidas, e raramente conseguimos ver a Via Láctea. O sol se põe cedo perto do equador, dando-me algum tempo para capturar as estrelas em toda a sua glória antes de precisar dormir um pouco. Wout Salenbien investiga conjuntos de fósseis no Peru.

Foto de WOUT SALENBIEN

Globe at Night: Qual é a importância deste estudo

A iluminação difusa do céu noturno é uma forma de poluição luminosa, também chamada de "brilho do céu".

O estudo Globe at Night procura registrar a magnitude limite a olho nu, uma medição do brilho de um objeto para ser visto da Terra. Apesar de ser um problema conhecido, dizem os pesquisadores do projeto, o progresso da contaminação não está documentado em escala global.

(Conteúdo relacionado: O que é lixo espacial)

Quanto mais claro o céu devido à poluição luminosa, os objetos mais fracos  desaparecem da vista humana, alerta o estudo. Entre 2011 e 2022, cerca de 50 mil observações foram registradas por cidadãos em diferentes partes do mundo por meio do aplicativo da web Globe at Night. Os resultados obtidos mostram que:

  • A perda de estrelas visíveis indica um aumento no brilho do céu de 9,6% ao ano, durante a última década;
  • As luzes LED têm um forte efeito na percepção humana das estrelas no céu noturno;
  • Luzes de letreiros e janelas iluminadas também afetam significativamente o brilho do céu visto a partir da superfície terrestre.

“O conjunto de dados do Globe at Night é indispensável em nossa avaliação das mudanças no brilho do céu. Por isso, encorajamos todos a intensificar e se unir para proteger o céu noturno estrelado”, disse Connie Walker, cientista do NOIRLab e líder do estudo.

(Você pode estar interessado em: Nova e supernova: como as estrelas morrem?)

A publicação incentiva o registro de observação de estrelas de qualquer cidade do mundo para aumentar a quantidade de dados e obter resultados em escala global.

Essa ação pode ser realizada em qualquer lugar a partir do site ou no aplicativo móvel Globe at Night. Os participantes recebem uma série de mapas estelares e devem registrar qual deles corresponde melhor ao que eles podem ver no céu sem o auxílio de telescópios.

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