As 7 mulheres que marcaram um antes e um depois na astronomia
Essas pesquisadoras deram grandes contribuições descobrindo cometas e classificando estrelas. Conheça mais sobre elas.
Os computadores nem sempre foram feitos de placas-mãe e CPUs. No Laboratório de Propulsão a Jato da Nasa, os chamados "computadores humanos" eram, na verdade, uma talentosa equipe de mulheres que se tornaram algumas das primeiras programadoras da história.
Nesta foto de 1959, uma das mulheres do chamado grupo de "computadores humano" trabalha diante de um computador antigo chamado IBM 704. Embora os equipamentos fossem capazes de fazer alguns cálculos rápidos, não eram tão confiáveis ou eficientes quanto as pessoas.
São muitas as mulheres que dedicaram a vida à ciência e à astronomia. E para dar visibilidade ao seu trabalho e às suas contribuições, a revista Paralajes, editada pelo Instituto de Astrofísica das Ilhas Canárias (IAC), na Espanha, listou – na edição 2018 – algumas das astrônomas mais importantes. Conheça sete delas que marcaram ao longo da história:
Hipátia de Alexandria
Mil e seiscentos anos atrás, Hipátia tornou-se uma das maiores estudiosas de matemática e astronomia do mundo. O lendário conhecimento, modéstia e capacidade de falar em público de Hipátia floresceram durante a era da Grande Biblioteca de Alexandria.
A ela são creditadas contribuições para a geometria e astrometria, e Hipátia é considerada fundamental no desenvolvimento do astrolábio – objeto que mede o céu. "Reserve o seu direito de pensar, pois mesmo pensar mal é melhor do que não pensar", diz a estudiosa. "Ensinar superstições como verdade é uma coisa terrível", arremata ela.
Hipátia é considerada uma das primeiras mulheres astrônomas de que se tem registro. Ela viveu em Alexandria, no Egito, na segunda metade do século 4 e morreu no ano 415 d.C.
De acordo com a revista Paralajes, Hipátia, junto com seu pai, ensinava astronomia e matemática, e fazia observações astronômicas.
Caroline Herschel
Mais próxima dos tempos atuais, Herschel (1750-1848) marcou um antes e depois na astronomia. De acordo com a publicação do IAC, ela é considerada a primeira mulher cientista remunerada e foi a primeira astrônoma profissional da corte do Rei George 2º, da Inglaterra.
Durante sua carreira, Caroline descobriu três novas nebulosas (grandes nuvens onde se formam as estrelas), oito cometas e catalogou cada descoberta que fez junto com seu irmão.
Em seu aniversário de 96 anos, a astrônoma recebeu a Medalha de Ouro da Ciência do Rei da Prússia (antigo reino alemão) pelas suas contribuições, segundo informa a Nasa.
As mulheres chamadas “computadores de Harvard”
“Computadores de Harvard” ou “Calculadoras de Harvard” são os apelidos dados a um grupo de mulheres que analisavam os dados de observação do céu noturno manualmente antes da invenção dos computadores.
Uma visão panorâmica da Nebulosa Cabeça de Cavalo, descoberta por Willamina Fleming (1857-1911).
De acordo com a publicação do IAC espanhol, os resultados obtidos por essas mulheres trouxeram grandes avanços e benefícios para a astronomia. Entre as cientistas desse grupo estavam:
- Willamina Fleming (1857-1911): descobriu a nebulosa Cabeça de Cavalo e criou o primeiro Catálogo Draper para classificar estrelas;
- Annie Cannon (1863-1941): criadora de um sistema para classificar as estrelas das mais quentes às mais frias;
- Henrietta Leavitt (1868-1921): identificou aproximadamente 2,4 mil estrelas e descobriu o padrão variável das cefeidas (estrelas gigantes);
- Cecilia Payne-Gaposchkin (1900-1979): concluiu que o hidrogênio e o hélio são os elementos mais comuns do Universo e tornou-se a primeira a aplicar as leis da física atômica ao estudo da densidade dos corpos estelares.
Jocelyn Bell Burnell
Jocelyn Bell Burnell é uma astrônoma nascida na Irlanda do Norte em 1943. Durante seus primeiros anos em Cambridge, participou da construção de um telescópio que entrou em operação em 1967.
Bell era a pessoa responsável por operá-lo e analisar os resultados. Foi a primeira a detectar a existência de um pulsar (pequena estrela de nêutrons), afirma a Nasa.