Novo Museu de História Natural de Abu Dhabi apresenta dois tiranossauros-rex lutando e muito mais
No Museu de História Natural de Abu Dhabi, a estrela da exposição é uma mostra que apresenta dois tiranossauros-rex lutando — uma novidade para um museu de história natural. Ela apresenta Stan (à direita), um dos esqueletos de T. Rex mais completos já desenterrados, travando uma luta pelos restos mortais de um Triceratops. A exposição ressalta o objetivo do museu de combinar a ciência mais recente com uma verdadeira sensação de imersão para os visitantes.
O Museu de História Natural de Abu Dhabi abriu suas portas ao público no dia 22 de novembro, juntando-se a instituições lendárias — o Museu Americano de História Natural de Nova York, o Museu Carnegie de História Natural de Pittsburgh, ambos nos Estados Unidos e o Museu de História Natural de Londres — dedicadas a contar a história natural do planeta. A National Geographic recebeu acesso exclusivo durante a construção final do novo museu para uma primeira vista de algumas de suas instalações impressionantes, de classe mundial.
A estrela do novo museu é, sem dúvida, Stan — um dos esqueletos mais completos de tiranossauro-rex já encontrados. O esqueleto de 11,5 metros é ainda mais impressionante por conta de sua exibição como parte da primeira representação de dois T-rexes lutando.
Essa é apenas uma das vitrines dinâmicas da megafauna — que incluem um esqueleto de uma baleia-azul imensa e um elefante de quatro presas escavado no emirado de Abu Dhabi — impulsionadas pelas últimas descobertas dos paleontólogos.
É claro que o museu é muito mais do que seus fósseis: os visitantes experimentam de tudo, desde uma história interativa da Terra até o famoso meteorito Murchison, carregado de aminoácidos não encontrados em nosso planeta.
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O amplo exterior do Museu de História Natural de Abu Dhabi abriga um jardim botânico que cresce ao nível do solo e nos terraços e telhados do edifício. O museu é uma das várias novas instituições que estão a abrir na Ilha de Saadiyat, todas elas parte de um novo distrito cultural que em breve incluirá novos museus do Louvre e do Guggenheim, entre outros.
“O que queremos alcançar é aquele brilho nos olhos de cada criança (e de adultos também) — elas entram, seus olhos se abrem e elas olham e dizem: ‘Meu Deus. Não acredito que isso realmente existia aqui’”, disse Mohamed Khalifa Al Mubarak, presidente do Departamento de Cultura e Turismo, durante uma visita exclusiva da National Geographic ao museu.
O Museu de História Natural de Abu Dhabi é o maior do gênero no Oriente Médio e apenas um dos vários novos museus que estão sendo inaugurados no Distrito Cultural de Saadiyat — parte de uma iniciativa do Departamento de Cultura e Turismo dos Emirados Árabes Unidos que incluirá filiais do Guggenheim e do Louvre, entre outros. Até mesmo a vista do Museu de História Natual é especial: o museu de quase 35 mil m² ergue-se da orla da Ilha Saadiyat como uma formação rochosa e tem vista para o golfo, com um jardim botânico em seus terrenos.
“No mundo de hoje — onde tudo o que ouvimos falar é sobre IA e tecnologia e como o mundo vai mudar — você chega a um lugar como este e a primeira imagem que tem quando sobe ao telhado é impossível não pensar na capacidade humana que criou isso”, disse Al Mubarak. “Precisamos celebrar isso mais do que nunca.”
Confira, com exclusividade uma prévia de algumas das exposições recém-inauguradas do Museu de História Natural de Abu Dhabi:
Batalha dos reis: a luta dos tiranossauros-rex
Poucos dinossauros reinam com tanta força na cultura pop quanto o T-rex. Com isso em mente, o Museu de História Natural de Abu Dhabi decidiu não apenas exibir os ossos fossilizados reais de Stan, mas também colocar o esqueleto de 11,5 metros de altura em uma cena cheia de ação. À medida que Stan foi moldado e remodelado para exposições em museus nas últimas décadas, um detalhe curioso surgiu: marcas de mordidas em seu pescoço.
Os paleontólogos acreditam que, antes de encontrar seu fim na atual Dakota do Sul (Estados Unidos), Stan havia lutado contra outro grande predador. Ao virar uma esquina, os visitantes do novo museu testemunham Stan travando uma batalha com outro T-rex — uma novidade em qualquer exposição de dinossauros —, enquanto ambos reivindicam o triceratops caído a seus pés.
O museu traça o passado, o presente e o futuro da Terra por meio de galerias permanentes que guiam os visitantes pela criação do nosso sistema solar. Exposições relacionadas levam os visitantes do museu a conhecer os desafios contemporâneos do planeta com as mudanças climáticas, bem como a examinar mais de perto a história da evolução humana.
Caminhando com os saurópodes
No átrio principal do novo museu, cinco saurópodes de 23 metros de altura recebem os visitantes do museu: dois diplodocídeos, um braquiossauro, um kaatedocus e um barossauro.
Ao contrário de outras grandes exposições de saurópodes, o público não será isolado dos espécimes. Phillip Manning, diretor científico do NHMAD, disse à National Geographic que a equipe se inspirou na capa da revista de junho de 1989, que mostrava um saurópode filhote caminhando aos pés de dois adultos. O átrio, disse ele, coloca os visitantes “entre os dedos dos pés dos saurópodes”.
No quintal deles
Como o maior museu de história natural do Oriente Médio, o novo local tem se esforçado muito para contar a surpreendente história geológica da região. Embora a Península Arábica hoje evoque imagens de dunas de areia imponentes e paisagens urbanas reluzentes, Abu Dhabi era muito diferente há sete milhões de anos.
Um rio corria pela terra, sustentando uma grande variedade de flora e fauna imponente. Entre elas estava o Stegotetrabelodon syrticus, um enorme elefante de quatro presas encontrado na Formação Baynunah, um sítio paleontológico na região oeste do emirado.
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O Museu de História Natural de Abu Dhabi é mais do que um lugar para ver as melhores e mais recentes exposições sobre dinossauros — é também uma oportunidade para conhecer a história natural da região. O museu dá especial destaque às espécies que habitavam a área de Abu Dhabi e arredores há sete milhões de anos, na era Cenozoica, quando a paisagem era exuberante e abrigava uma grande variedade de megafauna.
À sombra da baleia
A concorrência da megafauna de Stan no Novo Museu de História Natural de Abu Dhabi pode muito bem ser uma baleia-azul de 26 metros de comprimento que encalhou na Nova Escócia, Canadá, em 2021. Exibida como um esqueleto, ela faz parte de uma exposição que explora o ecossistema que ganha vida quando uma baleia morre e cai no fundo do oceano.
Mas os visitantes do NHMAD têm uma dose extra de admiração: enquanto as icônicas exposições de baleias-azuis nos museus de Nova York e Londres são montadas bem acima dos visitantes, a baleia de Abu Dhabi paira a apenas 3 metros do chão, permitindo que os visitantes do museu realmente experimentem seu tamanho gigantesco.
“O que é bonito nessa baleia-azul é a presença que ela tem naquela sala”, afirmou Judith McAlester, coordenadora de projetos do museu. “E não acho que isso vá mudar, não importa o que coloquemos lá.”
A inspiração para a sensação dos dinossauros
Os grandes dinossauros costumam receber toda a glória, mas o Museu de História Natural de Abu Dhabi reservou parte dos holofotes para o Deinonychus. Seu nome deriva do latim e significa “garra terrível”, mas os visitantes podem reconhecê-lo por um nome comum incorreto: velociraptor. O autor Michael Crichton ficou especialmente atraído pelo Deinonychus quando fazia pesquisas para o filme Jurassic Park.
Sabendo que o nome era difícil de pronunciar, ele tomou alguma liberdade artística e rebatizou a criatura com o nome falso, que permaneceu na adaptação cinematográfica de Steven Spielberg. No novo museu, os visitantes são recebidos por um Deinonychus da altura de um humano, moldado em bronze, logo à entrada, e depois podem ver dois atacando um Tenontosaurus num pedestal dentro do salão dos dinossauros.
