Os desastres naturais mais mortais da América Latina
Uma criança atravessa um rio que transbordou em Leogane, no Haiti.
De acordo com o Escritório das Nações Unidas para Assuntos Humanitários (OCHA), os desastres naturais estão sendo exacerbados pela mudança climática. Do ano 2000 em diante, um total de 152 milhões de pessoas na América Latina foram afetadas por 1.205 desastres naturais, incluindo furacões, terremotos, secas e inundações.
Para compreender melhor essas ocorrências, National Geographic compilou os eventos que causaram os maiores danos em cada parte dessa região, sendo que alguns dos países afetados levaram anos para se recuperar desses desastres climáticos.
Dorian: o furacão mais forte registado
Desde 2000 até o momento, a América Latina enfrentou uma média de 17 furacões por ano e 23 deles chegaram à categoria 5, que indica os mais intensos em termos de atividade.
Com base nos registros das Nações Unidas, o furacão mais forte surgido no Atlântico a registrar impacto direto em terra nessa região foi o Dorian, em setembro de 2019.
Em seu pico de atividade, o furacão Dorian provocou ventos de mais de 350 quilómetros por hora e um ciclone de sete metros que avançou sobre as Bahamas, no Caribe. Em seu caminho de destruição, o ciclone abrandou e permaneceu quase estacionário durante 26 horas em Grand Bahamas, ilha ao norte do arquipélago, além de tocar as ilhas Abaco, onde arrasou milhares de casas.
O ciclone destruiu as infraestruturas de eletricidade e de saneamento das Bahamas, bem como suas estradas. Além disso, vários povoados onde viviam imigrantes haitianos ficaram completamente destruídos. De acordo com a ONU, mais de 57 mil pessoas foram afectadas por esta calamidade de origem natural.
O terremoto de 2010 no Haiti foi o mais catastrófico
Foto de uma escola local, no Haiti, que ficou em escombros depois que um terremoto atingiu a cidade em 2021.
No período entre 2000-2020, a América Latina registou um total de 75 terremotos, dos quais resultaram 226 mil mortos e 339 mil feridos a nível regional, segundo a ONU.
Embora todas as Américas sejam vulneráveis a terremotos, o organismo internacional afirma que as Américas Central e a do Sul são as duas localizações geográficas com maior exposição em comparação ao Caribe.
A costa ocidental da América do Sul é uma das zonas mais ativas do mundo em termos sísmicos: mais de um quarto dos terremotos de magnitude 8 ou superior ocorreram nesta nesta parte do continente desde o ano 2000.
Um dos países com maior risco de tremores da América Latina é o Chile, que em 2010 sofreu com um terremoto de 8,8 na escala de Richter (sistema de métrica logarítmica que atribui um número para quantificar a energia libertada por um sismo).
No entanto, o tremor mais catastrófico dos últimos 20 anos na região foi o terramoto no Haiti, em 2010. De acordo com os registos das Nações Unidas, o terremoto em solo haitiano foi responsável por 98% das mortes, 89% dos feridos e 27% das pessoas afetadas por eventos deste tipo nas últimas duas décadas em todo o Caribe.
Esse acontecimento se deu, principalmente, devido à extrema vulnerabilidade da população haitiana e à falta de preparação e capacidade de resposta das autoridades nacionais do Haiti.