Por que no Brasil não tem grandes terremotos?

O território brasileiro registra – sim – pequenos tremores de terra, mas os riscos de um grande terremoto são extremamente baixos. Entenda o motivo.
Foto de João Pina

Uma longa exposição de câmera feita do telhado do Copan lança o horizonte de São Paulo em tons de aquarela.

Por Redação National Geographic Brasil
Publicado 12 de set. de 2023, 15:29 BRT

Sempre que algum país é atingido por um terremoto de intensa magnitude surge a dúvida sobre se esse tipo de evento da natureza poderia ocorrer no Brasil. 

A pergunta pode ser instigada pelo fato do Brasil estar, geograficamente, localizado ao lado de uma nação como o Chile, por exemplo, um território que constantemente enfrenta tremores de terra. 

Foi no país andino, inclusive, que se registrou o maior terremoto do mundo, ocorrido em 1960 e de magnitude 9.5, de acordo com o Serviço Geológico dos Estados Unidos (USGS, na sigla em inglês).

No entanto, o que explica um país tão próximo, na América do Sul, sofrer com terremotos e o Brasil não?

A explicação para o Brasil não ter grandes terremotos

Primeiramente, é necessário saber que existem, sim, tremores de terra no Brasil. “O Nordeste é a região mais vulnerável. Em estados como o Ceará e Rio Grande do Norte já ocorreram diversos tremores com magnitude 5 causando danos e até desabamentos em casas fracas”, afirma Marcelo Assumpção, professor da Universidade de São Paulo (USP) e doutor em Geofísica pela Universidade de Edimburgo, na Escócia. 

No entanto, nem todo abalo sísmico é perceptível pela população ou destrutivo como os que atingiram Turquia, Síria e Marrocos, em setembro de 2023.

Uma consulta ao site do Centro de Sismologia da USP, que monitora a atividade sísmica do país, mostra que o Brasil teve tremores poucos dias antes do feriado da Independência. Em 4 de setembro de 2023, a cidade de Uaua, na Bahia, registrou abalos sísmicos de magnitude 2.2 e 2.3 no começo da manhã. 

Já o risco de grandes tremores de terra, no entanto, é extremamente baixo. A explicação para isso está na localização do território brasileiro em relação às bordas das placas tectônicas. Isso porque terremotos são resultado do deslizamento e atrito entre essas placas.

“Os terremotos mais fortes ocorrem nas bordas das placas tectônicas. O Chile está ao longo do limite entre a placa oceânica de Nazca (parte do fundo oceânico do Pacífico) e a placa da América do Sul. Já o Brasil está no meio da placa Sul-Americana, longe das suas bordas”, explica Assumpção.

A título de comparação, “no Brasil, ocorre um terremoto de magnitude 5 a cada cinco anos. No Chile, a cada semana”, acrescenta o pesquisador.

Qual o maior terremoto já registrado no Brasil

 Em 27 de janeiro de 1955, ocorreu o maior sismo já registrado até então no Brasil, na região da Serra do Tombador, no norte do Mato Grosso, informa o site da USP. O terremoto teve magnitude de 6.2.

“O tremor chegou a acordar várias pessoas em Cuiabá, a 370 km de distância. Na época, a região epicentral era desabitada. Hoje, causaria muitos danos em cidades como Porto dos Gaúchos, por exemplo”, diz Assumpção.

Justamente pela baixa densidade populacional da região na época, o evento não gerou uma grande tragédia, ao contrário do que acontece quando terremotos atingem centros urbanos e locais extremamente habitados.

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