Fotos: a vida no Copan, um dos maiores complexos residenciais do país, durante a pandemia
Construído na década de 1950, o prédio agora mostra uma perspectiva interna do isolamento e das restrições em meio à covid-19.
David Sabino, 14 anos, espia do amplo apartamento de sua família no 31º andar do Copan. O edifício abriga a diversidade da sociedade brasileira, de artistas a endinheirados.
Gessica Marinho, 30 anos, é produtora de moda e modelo do Rio de Janeiro. Ela e o namorado, administrador de logística de uma empresa de transporte, estavam morando no Copan há apenas um mês quando a quarentena foi instituída.
O síndico do Copan, Affonso Celso Oliveira, vive no edifício desde os anos 1960 e agora administra o local. Os moradores atribuem a ele o êxito em manter o coronavírus fora do prédio por meio das medidas tomadas, como o fechamento do terraço no topo que geralmente fica lotado no fim de janeiro. Em circunstâncias normais, em média 250 pessoas visitam o terraço, turistas que desejam apreciar a vista do famoso edifício.
A professora de artes Bruna Moraes, 27 anos, descansa em uma rede em seu apartamento. João Pina conta que muitos dos moradores ficaram aliviados por ter alguém com quem conversar, então ele os visitava por algumas horas antes de fotografá-los. A cada visita, Pina diz que seguiu todos os protocolos de saúde estabelecidos.
O entardecer no centro de São Paulo, visto da beira do edifício Copan. A cidade de 12 milhões está em isolamento forçado, mas, após três semanas de quarentena obrigatória, sinais de vida começam a aparecer, diz o fotógrafo João Pina.
Pablo Resende, arquiteto, e Livia Tatsumi, editora de filmes, têm sorte de poder trabalhar remotamente durante a quarentena. Outros moradores não tiveram a mesma sorte.
Tamara Salazar, 28 anos, moradora do prédio há quatro anos, trabalha como DJ, estilista, modelo e organizadora de eventos. Muitos autônomos, incluindo Salazar, tiveram seus trabalhos cancelados ou suspensos em consequência da crise de saúde. “Basicamente estou vivendo dos trabalhos que fiz em janeiro”, diz ela.
Uma moradora passeia com seus cachorros próximo da entrada do Copan. Como há poucas áreas verdes no icônico edifício, os habitantes confinados aproveitam qualquer oportunidade para sair.
Helena Sabino, 10 anos, brinca no sofá do apartamento de sua família.
O edifício Copan em forma de onda está registrado permanentemente no braço de Fani Moraes, jornalista que mora no prédio.
O Copan está coberto por redes há alguns anos, um projeto em andamento para substituir as pequeninas pastilhas que revestem sua fachada.
Uma fotografia com longa exposição tirada do topo do Copan revela o horizonte de São Paulo em tons de aquarela. Localizado no movimentado centro da cidade, o edifício tinha como objetivo abrigar pessoas de todas as esferas da sociedade brasileira.
Virgina Albertini olha pela janela de seu apartamento. A restauradora de fotografias, que mora no prédio há três anos, não sai de casa há 11 dias.
Pina passou dias circulando pelos corredores do Copan documentando as diferentes sensações despertadas por tapetes como o da fotografia.
Ilê Sartuzi transformou seu apartamento em um cinema improvisado. Forçados a ficar em casa, os moradores estão encontrando maneiras criativas de se divertir.