Estes são os lugares mais felizes do mundo

Um povo que se sente seguro, vê propósito no que faz e aproveita a vida minimizando o estresse e maximizando a alegria. Descubra o segredo.

Por Dan Buettner
fotos de Cory Richards, Matthieu Paley
Publicado 2 de nov. de 2017, 13:32 BRST, Atualizado 5 de nov. de 2020, 03:22 BRT
DINAMARCA – Rapazes mergulham nas águas da Baía de Copenhague de uma plataforma de 5 metros de altura. O lugar, que parece convidar à atividade física, ajuda a explicar por que os dinamarqueses têm uma das mais baixas taxas de obesidade no mundo. O país está sempre entre os líderes do Relatório Mundial da Felicidade, um reflexo da rede de segurança montada pelo governo nas áreas de educação, saúde e finanças.
Foto de Cory Richards

Confira a reportagem completa: Os lugares mais felizes do mundo na edição de novembro de 2017 da revista National Geographic Brasil. Publicada por ContentStuff.

Quem é a pessoa mais feliz do mundo?

Poderia ser Alejandro Zúñiga, um pai sadio que desfruta de, no mínimo, seis horas diárias de vida social e tem bons amigos com quem pode contar. Ele dorme, no mínimo, sete horas na maioria das noites, vai a pé ao trabalho e come seis porções de frutas e hortaliças quase todo dia. Trabalha não mais de 40 horas por semana em um emprego que ele ama e com colegas que estima. Ele usa algumas horas semanais em trabalho voluntário. No fim de semana, faz as suas devoções a Deus e se entrega à paixão pelo futebol. Em resumo: ele faz escolhas diárias que promovem a felicidade e são facilitadas porque ele vive em meio a pessoas de mentalidade semelhante no viçoso Vale Central da Costa Rica.  

Dan Buettner, aclamado autor do New York Times, há 15 anos investiga o que nos torna saudáveis e felizes. O seu quarto livro, The Blue Zones of Happiness, foi publicado há pouco pela National Geographic (apenas em inglês).

Sidse Clemmensen é outra candidata. Ela vive com um companheiro carinhoso e três filhos pequenos em uma comunidade onde as famílias dividem as tarefas domésticas, os cuidados com as crianças e as refeições em uma cozinha comum – uma forma de morar consagrada com o nome de “cohousing”. Sidse é socióloga, e faz diariamente um trabalho instigante e envolvente. Ela e a sua família vão de bicicleta ao trabalho, às compras e à escola, o que os ajuda a se manter em boa forma. Paga impostos altos com o seu salário modesto, mas recebe assistência médica e educação para os filhos, além da garantia de uma renda quando se aposentar. Em Aalborg, Dinamarca, onde ela vive, as pessoas confiam que o governo irá garantir que nada de muito ruim lhes aconteça.

Há também Douglas Foo. Empresário bem-sucedido, ele dirige um BMW de 750 000 dólares e mora numa casa de 10 milhões. É casado, tem quatro filhos bem-comportados que se destacam na escola. Ele próprio sustentou-se trabalhando em quatro empregos enquanto estudava, depois abriu uma empresa, que cresceu e, por fim, se tornou uma companhia multinacional de 59 milhões de dólares. Contando os seus negócios e as suas atividades filantrópicas, ele trabalha cerca de 60 horas por semana. Conquistou o respeito dos seus funcionários, dos colegas e da comunidade. Tamanho sucesso foi fruto de esforço árduo, mas, como Foo admite sem hesitar, ele provavelmente não teria conseguido construir essa vida em nenhum outro lugar além de Cingapura.

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    O Vulcão Arenal agiganta-se nas férteis planícies do norte. Devido ao terreno montanhoso, o país nunca teve grandes fazendas, como outros da América Central – por isso, nunca foi dominado por uma classe de latifundiários poderosa. Os pequenos proprietários de terra elegeram presidentes que deram prioridade à educação, garantiram água potável, instituíram um sistema de previdência social e instalaram clínicas médicas gratuitas na maioria das povoações.
    Foto de Robert Harding, Aurora

    Zúñiga, Sidse e Foo ilustram três linhas distintas que se entrelaçam e criam uma felicidade duradoura. Eu as chamo de prazer, propósito e orgulho. Além disso, eles vivem em países que estimulam essas linhas.

    Vejamos Zúñiga, que, como muitos costa-riquenhos, usufrui ao máximo o seu cotidiano em um lugar que ameniza o estresse e maximiza a alegria. Cientistas chamam esse tipo de contentamento de “felicidade experimentada” ou “afeto positivo”. Nos levantamentos, isso é medido com perguntas que visam saber com que frequência a pessoa sorriu ou sentiu alegria nas últimas 24 horas. O país de Zúñiga não é apenas o mais feliz da América Latina mas também, no mundo, está entre aqueles em que as pessoas dizem sentir mais emoções positivas no dia a dia.

    Sidse Clemmensen representa a mentalidade dinamarquesa que preza a vida em função de um propósito, ou seja, pressupõe que as necessidades básicas são atendidas para que as pessoas possam se dedicar ao que gostam no trabalho e no lazer. Os acadêmicos referem-se a isso como “felicidade eudemônica”, um termo derivado de uma palavra grega. O conceito provém da noção, difundida por Aristóteles, de que a verdadeira felicidade só pode existir em uma vida com sentido – fazer o que vale a pena fazer. O Instituto Gallup mede essa condição perguntando às pessoas se “aprenderam ou fizeram algo interessante ontem”. Na Dinamarca, a sociedade evoluiu voltada para ensejar uma vida estimulante.

    E, para não desmentir a reputação cingapurense de fanatismo pelo sucesso, Foo, por toda a sua ambição e realizações, representa a linha da felicidade que vem da “satisfação com a vida”. Muitos cientistas sociais pedem que as pessoas deem uma nota de 0 a 10 para a sua vida. Os especialistas também usam o termo “felicidade avaliativa”. Esse é o critério internacionalmente aceito de mensuração do bem-estar. Cingapura tem sido a campeã asiática mais frequente em satisfação com a vida.

    As chamadas Superárvores, com luzes alimentadas por energia solar e com mais de 200 variedades de planta, são o destaque dos Jardins da Baía. Este parque de 101 hectares, construído em um antigo terreno baldio, exprime a ambição de Cingapura de tornar-se uma cidade global enraizada nos tradicionais valores asiáticos de harmonia, respeito e muito trabalho. Esse país insular frequentemente é o primeiro dentre os asiáticos em satisfação com a vida.
    Foto de Cory Richards

    Os pesquisadores que publicam todo ano o Relatório Mundial da Felicidade, da ONU, concluíram que, aproximadamente, três quartos da felicidade humana se baseiam em seis fatores: forte crescimento econômico, expectativa de vida saudável, relacionamentos sociais de boa qualidade, generosidade, confiança e liberdade de escolha na vida. Tais fatores não se materializam ao acaso: são, intimamente, ligados aos valores culturais do país e ao modo como ele é governado. Em outras palavras: os lugares mais felizes incubam a felicidade para o seu povo.

    Para ilustrar o poder do local em que se vive, John Helliwell, um dos editores do relatório, analisou 500 mil questionários respondidos por pessoas de 100 países que haviam imigrado para o Canadá nos 40 anos anteriores, muitas provenientes de nações bem menos felizes. Helliwell e os seus colegas observaram que, dentro de poucos anos após a imigração, as pessoas que tinham vindo de locais tristes começavam a informar um nível maior de felicidade no país adotivo. Pelo visto, o próprio ambiente foi o responsável pelo aumento de felicidade dessas pessoas.

    Alejandro Zúñiga, Sidse Clemmensen e Douglas Foo dedicam-se com fervor aos seus objetivos, mas não deixam de lado a alegria e o riso, e sentem orgulho pelo que fazem. Em muitos casos, tudo isso é possível porque o lugar em que vivem – o seu país, a sua comunidade e a sua família – dá a eles um respaldo invisível constante e os impele delicadamente para comportamentos que favorecem o bem-estar no longo prazo.

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    Confira a reportagem completa: Os lugares mais felizes do mundo na edição de novembro de 2017 da revista National Geographic Brasil. Publicada por ContentStuff. 

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