Uma arraia-pintada alimentando-se de tapetes de ervas marinhas nas águas protegidas do Monumento Nacional de Buck ...

Conheça alguns dos animais marinhos mais venenosos do mundo

Um desses animais pode matar uma pessoa em minutos apenas ao injetar pequenas doses de veneno por meio de seus tentáculos.

Uma arraia-pintada alimentando-se de tapetes de ervas marinhas nas águas protegidas do Monumento Nacional de Buck Island, Saint Croix, Ilhas Virgens

Foto de BRIAN J. SKERRY
Por Redação National Geographic Brasil
Publicado 4 de out. de 2023, 14:24 BRT

Em 2006, o australiano Steve Irwin, popularmente conhecido como "o caçador de crocodilos", nadava ao lado de uma arraia da família Dasyatidae quando foi atingido pela cauda pontiaguda do animal, que golpeou seu corpo diversas vezes e o matou. “A ponta venenosa da arraia perfurou o coração de Irwin em um incidente que as autoridades descreveram como raro e bizarro”, reportou, na época, um artigo publicado pela National Geographic norte-americana. O fato chamou a atenção para esse tipo de arraia, que está entre os animais mais venenosos do mundo marinho.

Mortes como essas, no entanto, são extremamente raras, afirma o artigo. Isso porque as arraias não são consideradas agressivas. Em certas ocasiões, no entanto, esses animais podem ficar com medo da presença humana e, por isso, usam a cauda com a ponta venenosa como um reflexo defensivo.

Como esses animais rondam as margens rasas de praias frequentadas por humanos, os especialistas sugerem que se tomem todas as precauções necessárias antes de entrar na água em regiões onde se sabe que essas e outras criaturas venenosas estão presentes. 

Conheça, abaixo, alguns dos animais marinhos que, com seu veneno, podem inclusive paralisar suas presas antes de matá-las. Descubra onde eles são encontrados e por que representam um risco letal para os seres humanos que rondam seus habitats. 

(Talvez você se interesse por: O que você não sabia sobre a rã mais venenosa do mundo)

Arraias-águia (Aetobatus narinari)

As arraias-águia são encontradas nas águas quentes e temperadas dos Estados Unidos (como nas ilhas passando do Havaí) até o sul do Brasil. Mas de acordo com o ADW (Animal Diversity Web), um banco de dados sobre animais da Universidade de Michigan, nos Estados Unidos, as arraias-águia já foram vistas também rondando o Mar Vermelho do Oceano Índico. Normalmente, elas passam a maior parte do tempo nadando em profundidades de 60 metros. 

As arraias-águia, assim como outros membros de sua família, têm o ventre branco e a superfície dorsal azulada pontilhada com manchas e anéis brancos. E, como outros peixes cartilaginosos, essa espécie tem órgãos eletros sensoriais, também conhecidos como ampolas de Lorenzini, que lhes permitem se comunicar e localizar o movimento de suas presas por meio de pulsos elétricos que são percebidos dentro do mar. Os especialistas da base de dados de animais também afirmam que elas têm visão ocular ampla e uma potente percepção olfativa, diz a ADW.

As arraias-águia são capazes de picar as pessoas com os espinhos venenosos de suas caudas, com possibilidade de resultar em morte – o que coloca em risco aqueles que interferem em seu habitat natural. A cauda das arraias-águia, adverte o banco de dados da Universidade de Michigan, pode ser três vezes mais longa do que o diâmetro de seu corpo, que tem uma média de 180 a 330 centímetros. 

Polvo-de-anéis-azuis (Hapalochlaena lunulata)

Um polvo-de-anéis-azuis nadando no oceano. A espécie está entre as mais perigosas do oceano.

Foto de SHUTTERSTOCK

O motivo que torna esse molusco uma espécie marinha perigosa é a presença de tetrodotoxina em seus tecidos moles, como informou um registro de dados publicado pela Science Direct, plataforma de informações científicas e médicas, em 2018. A toxina que o polvo de anéis azuis usa para se defender é 1.200 vezes mais letal que o cianeto, um dos compostos mais venenosos da natureza. 

polvo de anéis azuis pertence à família Hapalochlaena e, de acordo com o artigo da Science Direct, eles são os únicos espécimes do gênero Octopodidae capazes de causar “morbidade tóxica ou mortalidade em humanos”. O animal é comumente encontrado na costa da Austrália e no Oceano Pacífico Norte, próximo ao Japão e à Coreia. 

Caracol cone (Conus geographus)

caracol cone habita as regiões tropicais e subtropicais do Oceano Indo-Pacífico, especialmente as costas e os recifes do norte da Austrália. Embora não viva em áreas mais profundas, as regiões de areia ao longo da costa são seu habitat preferido, revela um artigo da ADW.

Trata-se de um animal piscívoro (que se alimenta de peixes), que tem uma concha lisa e áspera sobre seu corpo macio. A característica mais marcante do tronco deste caracol, no entanto, é a presença de uma pequena espiral côncava que corresponde a 10% de todo o seu comprimento. 

De acordo com o ADW, o caracol cone usa um dente alojado em seu tronco como um arpão para incapacitar sua presa e, por meio dele, impregna o veneno presente em suas glândulas, as quais contêm toxinas mortais e enzimas digestivas. 

Observações do caracol cone mostram que a criatura persegue sua presa lentamente, agitando sua cauda camuflada como uma isca para atrair o peixe antes de picá-lo. 

Uma vez capturado, o peixe se agita violentamente por alguns instantes e o caracol injeta o veneno paralisante de excitotoxina, o qual endurece o vertebrado. O caracol cone, então, tem uma presa inteira à sua disposição para comê-la completamente.

Vespa-do-mar (Chironex fleckeri)

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    Água-viva box nas águas costeiras rasas da Table Mountain, África do Sul.

    Foto de Thomas P. Peschak

    Acredita-se que a Chironex fleckeri, também conhecida como box jellyfish ou vespa-do-mar, seja a criatura mais venenosa do mundo, observa o ADW. Sua picada é extremamente mortal para os seres humanos. 

    O animal habita as águas salgadas rasas e turvas de oceanos, rios de água doce e canais de mangue da Austrália. Seu nome, segundo o banco de dados ADW, vem do formato de sua parte superior, que parece uma caixa. 

    A vespa-do-mar é transparente e mede, em geral, entre 16 e 24 centímetros, embora alguns espécimes possam atingir um diâmetro de 35 centímetros. Além de seu corpo, ela possui um total de 60 finos tentáculos. Esses tentáculos podem ter até três metros de comprimento e contêm milhões de nematocistos – ganchos microscópicos nos quais o veneno é retido e liberado ao toque. Estima-se que, se um total de seis metros desses tentáculos entrarem em contato com a pele humana, a quantidade de veneno injetada é suficiente para causar a morte em apenas alguns minutos.

    Os nematocistos permitem que a vespa-do-mar impregne pequenas doses de veneno em suas presas, que ficam paralisadas e podem morrer ao entrarem em contato com a toxina. As vespas-do-mar são extremamente venenosas para a maioria das espécies marinhas, sendo que seu único predador conhecido são as tartarugas-verdes (Chelonia mydas) que, graças à sua pele e carapaça grossas, não são afetadas pelas picadas desse animal.

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