Aurora boreal ou austral: elas existem em outros planetas?

Os astrônomos indicam que ainda há muito a descobrir sobre esses eventos meteorológicos. As auroras se comportam de maneiras distintas de acordo com a força do campo magnético de cada planeta.

Vista de uma aurora boreal sobre Moscou com a Terra enluarada.

Foto de TERRY VIRTS NASA
Por Redação National Geographic Brasil
Publicado 30 de mai. de 2023, 17:56 BRT

As auroras, boreal ou austral, são um espetáculo natural que ocorre quando partículas de ventos solares carregadas de energia elétrica colidem com as linhas do campo magnético da Terra e com os átomos dos gases presentes nas camadas mais altas da atmosfera, produzindo luz. É o que explica a Agência Espacial Europeia (ESA) em um artigo sobre o fenômeno. 

Esses eventos são conhecidos há séculos, embora o avanço da tecnologia espacial tenha permitido que essas ondas fossem captadas em escalas de satélite, além de decifrar os mecanismos físicos que as causam. Também foi descoberto que outros planetas vizinhos do Sistema Solar podem produzir auroras, embora sejam um pouco diferentes das que ocorrem na Terra.

Mesmo que as auroras possam ser vistas nos dois polos da Terra, as auroras boreais referem-se às que são avistadas no polo norte, enquanto as auroras austrais aparecem no sul, de acordo com informações do programa Administração Nacional Oceânica e Atmosférica (Noaa, na sigla em inglês) da Nasa. 

Em quais planetas as auroras podem acontecer?

A ESA diz que foram detectados brilhos polares em muitas regiões do Universo, desde planetas e luas até mesmo estrelas do tipo anãs marrons. Dentro do Sistema Solar, Marte, Júpiter, Saturno e Urano são quatro planetas que periodicamente exibem auroras, embora sejam diferentes das que aparecem nos dois polos da Terra. 

Por que as auroras em Marte são diferentes?

Essas belas luzes que aparecem no céu terrestre se comportam de maneira diferente no planeta vizinho porque "em Marte, o campo magnético é muito fraco. Portanto, não forma muitas auroras", afirma Manuel Castillo, cientista da ESA responsável pela missão Mars Express, no estudo "As Auroras de Marte não são como as da Terra".

Embora os processos sejam os mesmos, com a energia solar impactando os gases presentes no campo magnético do planeta e produzindo luz, a escassez de ar em Marte faz com que as auroras sejam imperceptíveis do solo marciano, explica Castillo.

Isso também demonstra que a atmosfera de Marte não protege a superfície planetária da radiação solar da mesma forma que a da Terra. 

Estudos em Júpiter sobre o comportamento das auroras

A ESA e a Nasa estudaram as auroras de raios-X intensas e independentes que aparecem nos dois polos de Júpiter. Os estudos usaram os observatórios de raios-X XMM-Newton (ESA) e Chandra (Nasa) em 2017.

No Polo Sul, as auroras pulsavam a cada 11 minutos de forma periódica, enquanto na região norte se comportavam de forma caótica, indica o estudo da ESA. Ainda não se sabe exatamente o que causa o fenômeno. A única comparação possível com Júpiter são as auroras de Saturno, já que os dois são gigantes gasosos, mas o fenômeno no planeta dos anéis não é produzido por raios-x.

O Telescópio Espacial Hubble capturou auroras boreais em Saturno

As imagens foram capturadas da órbita terrestre pelo Telescópio Espacial Hubble entre os meses de abril e maio de 2013, conforme indicado em um artigo da ESA, onde as auroras de Saturno exibem uma dinâmica mais coreografada e sincronizada.

Esta imagem do Telescópio Espacial Hubble da NASA/ESA mostra apropriadamente uma ocorrência surpreendente de clima celestial nos limites externos do Sistema Solar: uma aurora em Urano.

Foto de ESA Hubble & NASA, L. Lamy / Observatoire de Paris

A magnetosfera do planeta anelado (uma camada ao redor do planeta que desvia a energia solar por meio de seu campo magnético) é comprimida em uma sonda orientada para o Sol e se estende formando uma grande cauda na região não iluminada do planeta. Essa cauda entra em colapso e se reconfigura quando as partículas solares contornam o planeta, refletindo as auroras boreais.

Urano: auroras boreais giram junto com o planeta

gigante gasoso de gelo, que gira a 90° em relação ao plano de sua órbita, também abriga esse fenômeno meteorológico raro. Ele foi detectado várias vezes pelo Telescópio Espacial Hubble: em 2011, 2012 e 2014, segundo um artigo publicado em 2018 pela ESA.

O caso curioso de Urano é que as auroras giram na mesma direção, e suas aparições coloridas permitiram que os astrônomos localizassem os polos magnéticos do planeta e onde ocorrem as emissões de energia provenientes do Sol. As auroras se apresentam no planeta frio como manchas brancas que contrastam com a cor azulada de Urano, relata a ESA.

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