Com a pandemia, religiões afro-indígenas focam na saúde mental

Reportagem acompanhou rituais em templos e terreiros de candomblé, umbanda e jurema.

Por Gui Christ
Publicado 28 de out. de 2021, 12:00 BRT, Atualizado 3 de fev. de 2022, 12:25 BRT

A sacerdotisa Mãe Sidneia, do Centro Umbandista Nossa Senhora do Livramento, joga grãos de milho branco durante um ritual de limpeza e cura emocional na praia do Buraquinho, em Lauro de Freitas, Bahia.

Foto de Gui Christ

Esta reportagem foi produzida com apoio do Fundo Emergencial Covid-19 para Jornalistas da National Geographic Society.

Todos os anos, milhões de pessoas das mais variadas religiões – e até ateus – ocupam as praias do litoral brasileiro para passar a noite de réveillon. Mesmo sem saber, elas celebram a virada do ano em um ritual afro-religioso criado décadas atrás e hoje reconhecido internacionalmente. Em 1950, nas areias da praia de Copacabana, o lendário sacerdote e sambista Tancredo da Silva Pinto, o Tata Tancredo, criou uma grande festa para louvar a divindade iorubá dos mares, a orixá Yemanjá, e pedir benções para mais um ano que começava.

Além disso, junto a essa popular celebração, sacerdotes de diferentes vertentes de religiões afro-brasileiras fazem previsões a fim de orientar suas comunidades para o ano vindouro. O jogo de búzios, um complexo sistema oracular iorubá trazido por escravizados provenientes da África Ocidental, aponta qual divindade regerá o novo ano. Baseado nos odus – mitos vividos pelos orixás que, acredita-se, repetem-se ciclicamente ao longo da história –, os búzios mostram as possibilidades que podem influenciar a vida de todos no ano a começar.

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    A candomblecista Marluce Gomes invoca Obaluaê, orixá das enfermidades e cura, durante transe religioso no terreiro Roça do Boiadeiro Amaro, em Campo Limpo, São Paulo.

    Foto de Gui Christ

    Na virada para 2020, os búzios indicavam um ciclo de desafios, para a surpresa do babalaorixá Sidnei Nogueira, doutor em semiótica pela Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo (FFLCH-USP) e sacerdote do Templo Comunidade da Compreensão e da Restauração Ilè Asè Sangó. “Sabíamos que seria um ano de obstinação, desafiador, e que teríamos que superá-lo como comunidade”, disse Nogueira em entrevista à reportagem. Segundo o oráculo, o ano seria regido pelos orixás Ogum, do ferro, e Obaluaê, das enfermidades.

    Passada a festa, muitos ainda faziam planos, ou descansavam nas férias de verão, quando as primeiras notícias de uma nova doença surgida na Ásia começaram a circular. A vida seguia normal no Brasil até que, em 12 de março, foi registrada a primeira morte por covid-19 no país. Desde então, iniciou-se um ciclo de enfermidades, seguido de uma severa crise social, econômica e política. A dor pela perda de pessoas amadas veio acompanhada da fome, desemprego, medo e uma gama de problemas que afetaram diretamente a saúde mental da população.

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      Enquanto folhas são maçaredas e depositadas nos braços das pessoas que receberão o banho de ervas, membros do templo candomblecista Ilê Asó Omo Oyo a ti Ayra dançam em círculo, invocando os orixás durante o ritual de amaci, na cidade de São Paulo.

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      No ritual amaci do templo candomblecista Ilê Asé Omo Oyo a ti Ayra, fiéis repousam por longos períodos com as ervas maceradas depositadas na cabeça e presas com um pano. O objetivo é limpar as energias mentais.

      fotos de Gui Christ

      Os templos das religiões afro-brasileiras foram imediatamente impactados. Por estarem localizados, muitas vezes, nas periferias dos grandes centros – locais com alta densidade demográfica e baixos indicadores sociais – e pela natureza dos rituais – que envolvem aglomeração e contato com pessoas idosas, detentoras do conhecimento religioso transmitido oralmente –, suas portas foram as primeiras a fechar. Nos mesmos locais onde as cerimônias eram realizadas, conhecidas pela dança e musicalidade, restaram o vazio e o silêncio.

      Para Reginaldo Prandi, pesquisador e professor emérito de sociologia das religiões da FFLCH-USP, a pandemia foi paralisante para as comunidades religiosas de matriz afro e indígena. Autor de mais de 30 livros sobre essas religiões, Prandi afirma que elas funcionam a partir da vida comunitária, impossibilitada pelas restrições sanitárias. “Em um primeiro momento, essas religiões foram muito prejudicadas, pois dependem do compartilhamento, do ‘quanto mais gente melhor’”, diz Prandi. “Elas têm muito contato, muita proximidade, e não tem como você fazer uma festa para qualquer orixá onde consiga se manter um distanciamento mínimo, devido à grande quantidade de gente sempre envolvida.”

      Sacerdote candomblecista Pai Ronaldo Freitas prepara alimentos no projeto de cozinha solidária do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto, que utiliza seu templo em Brasilândia, Zona Norte de São Paulo, para alimentar mais de 100 famílias por dia.

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      Aos poucos, os sacerdotes foram retomando algumas atividades, ajudando não só suas famílias de santo, mas também suas vizinhanças. Foi assim com o candomblecista Ronaldo de Freitas, o Pai Ronaldo, cujo templo fica em Brasilândia, uma das áreas mais pobres da cidade de São Paulo. O pai de santo cedeu parte de seu terreiro para a construção de uma cozinha ao Movimento dos Trabalhadores Sem Teto, servindo refeições para mais de 100 famílias da comunidade diariamente. Para Pai Ronaldo, uma pessoa com fome acaba desprovida das energias que precisa para o dia a dia e, também por viver na extrema pobreza, perde a dignidade e fica exposta a problemas de ordem espiritual.

      Para o Candomblé, a comida é sagrada, alimenta não só o corpo, mas a alma e os orixás. Por isso, todas as segundas-feiras, desde o início da pandemia, sacerdotes candomblecistas – como a yalorixá Lucia Oya Sinda e seu filho o babalasé Danilo de Ayra, do templo Ilê Asé Omo Oya a ti Ayra, localizado em São Paulo – oferecem um prato de pipoca à Obaluaê, entre outras obrigações religiosas que realizam semanalmente.

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        O sacerdote Pai Dudu de Oxala estoura pólvora, ou fundanga, no ritual de ebó para espantar maus espíritos e energias em Campo Limpo Paulista (SP).

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        O sacerdote Pai Dudu de Oxalá, do templo Roça do Boiadeiro Amaro, em Campo Limpo, São Paulo, oferece pipocas em frente ao assentamento dedicado Obaluaê, orixá das enfermidades e cura, para que sua comunidade tenha saúde durante a pandemia de covid-19.

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        Apesar de alguns o temerem por ser conhecido como orixá das pestes, Obaluaê é também amado por ser igualmente responsável pela cura. Segundo um de seus itãs – lendas mitológicas iorubás –, o orixá nasceu com o corpo coberto pela varíola. Mesmo tendo sobrevivido, cresceu com cicatrizes deixadas pela doença e, por vergonha, cobria seu corpo com palha para que ninguém o visse. Até que um dia, Oya, a orixá dos ventos, fez uma corrente de ar levantar suas roupas. Quando as palhas foram suspendidas, as marcas deixadas pela enfermidade se transformaram em pipoca e um belo homem apareceu. É por isso que, para abençoar os que precisam de sua cura, reverencia-se Obaluaê com a pipoca.

        Por um ori sadio

        Segundo a tradição iorubá, hoje a mais popular entre as casas de candomblé, nossas almas são compostas por três partes diferentes. Uma fração é proveniente do orixá da qual descendemos e nos conecta a natureza. Outra é relacionada às nossas sociabilidades e relacionamentos – o egun. A última parte é responsável pelo nosso mental e chamada ori, ou cabeça, em tradução literal para o português. Todas essas partes podem ser afetadas pelas dificuldades que enfrentamos na vida, principalmente o ori, que é diretamente responsável pela saúde mental, afirma Reginaldo Prandi.

        Mesmo antes da pandemia, o Brasil já era um dos países com piores indicadores de saúde mental no mundo. Segundo uma pesquisa publicada em 2019 pela Organização Mundial da Saúde (OMS), o Brasil possuía a maior taxa de pessoas com ansiedade no planeta, com 18,6 milhões de casos e o quarto maior número de enfermos com depressão. No total, 86% da população sofria algum transtorno mental então. Os dados, que foram publicados poucos meses antes do início da pandemia, podem ser atribuídos aos problemas sociais e econômicos vividos no país, segundo Bruno Ramos Gomes, psicólogo e doutor em saúde coletiva pela Universidade de Campinas. “Com uma taxa de homicídios altíssima, milhões de pessoas desempregadas, crise econômica, desmonte de políticas públicas e falta de perspectivas de melhora de vida, é difícil não ser afetado”, diz Gomes. “Acredito que as próximas pesquisas ao longo da pandemia devem apresentar dados muito mais alarmantes.”

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          No templo Ilê Ásé Álaketu Abaya, em Santo André, São Paulo, a sacerdotiza candomblecista Pietra Gomes coloca um vaso branco com água sobre a cabeça de Virginia Felizardo durante a primeira parte do bori, um ritual para purificação e reequilíbrio da mente.

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          Detalhe do oráculo ancestral africano de Obi – representado pela semente de noz-de-cola – no templo candomblecista Ilê Ásé Álaketu Abaya. O oráculo dita quais alimentos serão utilizados no ritual Bori. 

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          A sacerdotiza candoblecista Pietra Gomes, do templo Ásé Álaketu Abaya, coloca alimentos e ingredientes na cabeça de Virginia Felizardo durante o bori.

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          Após o ritual bori no templo de Candomblé Ilê Ásé Álaketu Abaya, a sacerdotiza Pietra Gomes reza e canta, enquanto Virginia Felizardo repousa com os alimentos e ingredientes em sua cabeça.

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          Estudos recentes confirmam essas previsões. Segundo o Fórum Econômico Mundial, apenas neste ano, 53% dos brasileiros relatam piora da saúde mental durante a pandemia. No começo de 2020, o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, afirmou que o impacto da pandemia na saúde mental das pessoas era extremamente preocupante. Ele ainda apontou que o isolamento social, o medo da contaminação e a dor pela perda de membros da família são agravados pela preocupação causada pela falta de renda ou desemprego.

          Os sentimentos ruins destacados por Ghebreyesus também são citados pelo babalaorixá Dudu de Oxalá, da Roça do Boiadeiro Amaro, em Campo Limpo Paulista (SP). Para o sacerdote, a preocupação excessiva, o luto, a angústia e o medo levam ao adoecimento do ori, abrindo espaço em nosso campo energético e somático para doenças como depressão e ansiedade. O ori é a nossa maior fonte geradora de energia e bem-estar, segundo ele.

          As religiões de matriz africana e indígena são frutos do intercâmbio de sociabilidades e conhecimentos entre os milhões de escravizados de diferentes regiões da África traficados para as Américas. No Brasil Colônia, os escravizados encontraram nas tradições dos povos ameríndios novos conhecimentos e trocas. Ainda antes dos primeiros templos candomblecistas serem criados no século 19, os afro-brasileiros já realizavam rituais longe de seus algozes, às vezes junto de indígenas. Tais encontros eram vistos em locais de resistência, como os lendários quilombos do Catucá, em Pernambuco, ou Palmares, em Alagoas. Após a proibição do trabalho escravo em 1888, essas pessoas passaram, cada vez mais, a se organizar em grupos, abrindo templos para realizar seus rituais.

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            Ingredientes utilizados pela sacerdotisa umbandista Mãe Sidneia, do Centro Umbandista Nossa Senhora do Livramento, em ritual de limpeza na praia do Buraquinho, em Lauro de Freitas, Bahia.

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            A fiel Luisa Carvalho equilibra um prato de pipoca sobre a cabeça durante ritual de limpeza espiritual na praia do Buraquinho.

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            Retrato de Luisa Carvalho durante o ritual de limpeza espiritual realizado na praia do Buraquinho.

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            Como parte final do ritual de limpeza, a sacerdotiza Mãe Sidineia do Centro Umbandista Nossa Senhora do Livramento, retira as folhas amarradas de Luiza Carvalho, na praia do Buraquinho.

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            Devido a falta de médicos ou acesso a remédios na época da colonização do país, sacerdotes de origem africana e indígena tiveram papeis importantes no cuidado da sociedade local. Eram comuns relatos de pessoas das classes mais abastadas que iam às periferias em busca de atendimento, ou até mesmo senhores de engenho que frequentavam senzalas, ou recebiam pajés em suas casas, por causa de enfermidades.

            Uma das histórias sobre o surgimento do termo ‘macumba’, hoje muitas vezes utilizada de maneira depreciativa, revela a presença desses curandeiros em épocas remotas de nossa história. Para alguns etimólogos pesquisadores das línguas dos povos bantos, a palavra kumba – do idioma quimbundo, falado onde hoje estão Angola e Congo – significa feiticeiro, encantador das palavras ou curandeiro. Ma’kumba é como o plural, faz referência a um encontro desses sacerdotes. Como os bantos foram os primeiros povos traficados para o Brasil, por volta de 1540, o termo, que hoje generaliza rituais de diferentes povos africanos, acabou sendo incorporado à língua falada na colônia.

            Ao longo da história nacional, mesmo com o aumento do atendimento médico e a criação do serviço público de saúde, as religiões afro-indígenas sempre foram procuradas por seus métodos e rituais terapêuticos. Segundo pesquisa realizada pela Rede Nacional de Religiões Afro-Brasileiras e Saúde sobre as causas que levaram fiéis a se iniciarem nessas religiões, 80% dos entrevistados as buscaram por motivos de saúde – número que pode ter aumentando depois da pandemia.

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              Durante ritual de Amaci, umbandistas têm a cabeça lavada com ervas maceradas no templo Tenda Espiritual Raios Renovadores de Aruanda, na cidade de São Paulo. O ritual pode seguir premissas envolvendo diversas divindades. Nesta foto, sacerdotes usam ervas consagradas para o orixá das enfermidades e cura Obaluaê.

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              Forças da natureza

              O amaci é um dos rituais mais praticados no candomblé e umbanda. Trata-se de uma lavagem da cabeça com ervas maceradas. Todo o processo é sacralizado – da escolha das plantas, seguindo critérios específicos, até o preparo do banho e sua aplicação. Enquanto cânticos são entoados, os religiosos dançam em preces e os sacerdotes aplicam as infusões sobre as cabeças das pessoas, que devem repousar por períodos determinados com as plantas ainda sobre o corpo.

              Seja na forma de uma infusão ingerida com vinho, ou de fumaça de cachimbos e defumadores, o uso de ervas também é muito comum na jurema, uma das primeiras religiões brasileiras, surgida no período colonial no Nordeste e de forte influência indígena. Seus sacerdotes – chamados juremeiros – utilizam cachimbos com uma grande variedade de misturas de ervas nativas. A folha do tabaco, a casca da jurema preta e plantas nativas do sertão são comumente utilizadas para purificar, ou limpar, como dizem seus pacientes. Junto aos chocalhos, os maracás, os religiosos realizam rituais de cura que remetem aos torés, rituais indígenas de povos da região, como os pankararus, sucurus e canindés.

              No candomblé, uma das frases utilizadas sobre o uso de ervas é kò sí ewé, kò sí òrìsà, que quer dizer ‘sem folha não há orixá’. As plantas são vistas como umas das fontes detentoras das energias dos orixás, capazes de trazer equilíbrio para a cabeça. Ainda sim, há rituais onde é preciso oferecer outros elementos para trazer a harmonia perdida. Segundo a yalorixá Pietra Gomes, do Ilê Áláketù Asé Abaya, no bori, ritual cuja tradução literal é ‘alimentar a cabeça’, são utilizadas leguminosas, sementes e elementos da natureza, de acordo com o que é definido pelos búzios. É um ritual complexo, onde o paciente fica repousando por horas e recebe cuidados específicos. Entre os muitos ingredientes utilizados, estão o obi – a noz de cola, e a água, presente em praticamente todos os rituais afro-indígenas.

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                Membros do templo Jurema Mestra, em Santo André, São Paulo, assopram seus cachimbos para remover energias negativas de seus corpos e limpar o ambiente.

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                O sacerdote juremeiro Paulo de Alcântara lava a cabeça de membros da sua comunidade com uma infusão de ervas típicas do Nordeste brasileiro antes do ritual de iniciação.

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                Um membro do templo Jurema Mestra defuma uma mulher com seu cachimbo. Segundo a religião, o tabaco e plantas nativas do sertão nordestino são capazes de limpar e remover energias negativas.

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                A água também é muito utilizada em rituais como o sacudimento, sempre associado a cerimônias em rios, praias e cachoeiras. Para a sacerdotisa umbandista Mãe Sidnéia, do Centro de Umbanda Nossa Senhora do Livramento, em Salvador (BA), as águas são fonte de pureza e renovação energética. Pelo menos uma vez por ano ela leva sua comunidade ao delta do rio Sapato, em Lauro de Freitas (BA), para fazer a limpeza de todos seus filhos de santo. Para os umbandistas, os corpos geram campos energéticos, que por motivos diversos podem ficar em desequilíbrio – contato com a natureza, onde habitam os orixás e guias espirituais, é a melhor forma de recuperá-los.

                O mesmo conceito de campo energético é também tratado no candomblé, que considera que o desequilíbrio causado por maus pensamentos ou ações pode repelir as boas energias. Baseando-se também na leitura dos jogos de búzios, sacerdotes indicam um sistema de tratamentos espirituais chamados ébós. Neles, rezas, elementos ritualísticos, plantas e animais são utilizados tanto para retirar energias externas negativas, assim como para atrair as boas, necessárias para a pessoa ter uma melhor vida, mais próspera e feliz. O babalaorixá Dudu de Oxalá diz que os ebós são rituais para equilibrar tudo que vem de fora para dentro, e acabam ajudando a equilibrar a saúde mental e o ori. Mesmo assim, ele afirma que é fundamental a cabeça estar bem, pois somente ela pode permitir a melhora da pessoa que busca por ajuda.

                Para o pesquisador Reginaldo Prandi, neste cenário de incertezas e problemas socioeconômicos sem previsão para acabar, apesar do avanço da vacinação e da queda das mortes por covid-19, a sociedade e suas lideranças religiosas precisam trabalhar para fortalecer as cabeças de suas comunidades, seus oris. “É necessário”, diz ele, “que todos tenham forças e equilíbrio para encontrarmos o caminho da cura coletiva.”

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