Quem comemora o Ano Novo primeiro? E qual país celebra por último? A resposta é intrigante

Um novo dia começa, oficialmente, em um meridiano no meio do oceano. Mas o relógio global é, na prática, uma construção humana: as fronteiras e escolhas dos países podem fazer com que a celebração do Réveillon desafie a lógica dos mapas.

Por Texto por Amy McKeever, Mapas por Rosemary Wardley
Publicado 26 de dez. de 2025, 10:55 BRT
Fogos de artifício explodem sobre a Ponte da Baía de Sydney e a Ópera de Sydney ...

Fogos de artifício explodem sobre a Ponte da Baía de Sydney e a Ópera de Sydney durante as comemorações do Ano Novo de 2020 na Austrália. Sydney dá as boas-vindas ao ano novo antes da maior parte do resto do mundo, mas não é a primeira.

Foto de Hanna Lassen, Getty Images

Cada dia na Terra dura aproximadamente 24 horas. Mas, na véspera de Ano Novo, leva um pouco mais do que isso para encerrar o derradeiro dia do ano e dar as boas-vindas ao novo.

Isso se deve a uma peculiaridade da linha internacional de data – como é chamado o ponto oficial de início e fim de cada dia. A ideia da linha de data foi introduzida em uma conferência em 1884 na qual o mundo buscava criar ordem com o surgimento das ferrovias e das viagens internacionais

A linha internacional de data segue aproximadamente o meridiano 180º de norte a sul, passando pelo meio do Oceano Pacífico. Ela está localizada do outro lado do mundo em relação ao meridiano principal, que atravessa Greenwich, na Inglaterra, no Reino Unido.

A tradução da informação do mapa indica fusos-horários não padrão de 30 ou 45 minutos não-mostrados.

A tradução da informação do mapa indica fusos-horários não padrão de 30 ou 45 minutos não-mostrados.

Os países são livres para decidir em que lado da linha internacional de data desejam estar, resultando em uma linha que ziguezagueia entre os polos Norte e Sul.

Para tornar as coisas ainda mais confusas, os países definem seus próprios horários. Atualmente, existem 38 horários locais em uso, alguns com diferença de 30 ou 45 minutos em relação ao Tempo Universal Coordenado (UTC), em vez de uma hora, diz Paul Eggert, cientista da computação da Universidade da Califórnia em Los Angeles, que mantém o banco de dados global oficial de fusos horários.

Em última análise, quem estiver contando em UTC, Eggert diz que levaria 25 horas para todos os lugares habitados da Terra passarem por um dia

Aqui estão os primeiros e últimos países a celebrar o Ano Novo e outras peculiaridades de nossos fusos horários globais.

 

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    As primeiras massas terrestres a receber o Ano Novo são a Ilha Kiritimatiuma cadeia de dez outros atóis, em sua maioria desabitados, no centro do Oceano PacíficoKiritimati – uma das 33 ilhas que compõem a República de Kiribati – está localizada quase diretamente ao sul do Havaí, na mesma linha de longitude, mas ela celebra o ano novo um dia antes.

    Essa é uma mudança relativamente recente. A linha internacional de data atravessava Kiribati, o que significava que o dia poderia ser diferente dependendo se você estivesse em uma das ilhas mais a oeste ou mais a leste do país. 

    Mas, em 1995, Kiribati mudou a linha de data para que todas as suas ilhas observassem o mesmo dia ao mesmo tempo — e ganhasse um influxo de turistas que desejavam ser os primeiros a receber o novo milênio.

    Este é o último país a comemorar o Ano Novo 


    Os últimos lugares habitados comemorar o réveillon são as ilhas de Niue e Samoa Americanaa sudoeste de Kiribati, no Pacífico Sul. Tecnicamente, o dia termina uma hora mais tarde nos territórios americanos da Ilha Baker e da Ilha Howland, mas ambos são desabitados, diz Eggert. (E se não há ninguém lá para ver a mudança de hora, será que ela realmente acontece?)

    Também nas proximidades, Samoa (não confundir com a Samoa Americana) já foi um dos últimos países a receber o Ano Novo — até 2011, quando o país decidiu mudar os fusos horários para se alinhar com seus parceiros comerciais Austrália e Nova Zelândia. Com a mudança, Samoa saltou a linha internacional de data para se tornar um dos primeiros países a comemorar.

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    Apesar de possuir um território gigante, a China possui apenas um fuso-horário – ligado à hora oficial de Pequim.

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    Mas também há muitas peculiaridades de fuso horário longe da linha internacional de data. 

    A China, por exemplo, tem apenas um fuso horário, embora geograficamente o país pudesse ter até cinco. Todo o território chinês observa formalmente o horário de Pequim — o que se provou um inconveniente para cidades como Urumqi, que fica a 3.200 km a oeste da capital. Lá, o Sol pode não nascer até as 10h, horário de Pequim.

    Eggert afirma que é por isso que, na prática, a cidade observa dois horários simultaneamente. “Formalmente, segue o horário de Pequim, como o resto da China, mas informalmente a maioria das pessoas segue um horário diferente”, diz ele.

    Isso também significa que, se você cruzar a fronteira oeste da China na véspera de Ano Novo, talvez precise atrasar seu relógio em até três horas e meia. Por que meia hora? Porque alguns países ao redor do mundo — incluindo Afeganistão, Índia e Birmânia — usam desvios de meia hora ou um quarto de hora em relação ao horário padrão.

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    Na Antártida, cada estação de pesquisa espalhada pelo continente observa o horário do país que a abastece.

    Como e quando a Antártida comemora o Ano Novo?

    Enquanto isso, Antártida pode parecer se estender por todos os fusos horários. Mas Eggert diz que isso está longe da realidade no terreno. Cada estação de pesquisa espalhada pelo continente observa o horário do país que a abastece — o que significa que a Estação McMurdo está no horário da Nova Zelândia (UTC+12) e Palmer está no horário do Chile (UTC-3).

    Mas, em última análise, diz Eggert, “o relógio não importa realmente no Polo Sul. Quando você tem seis meses de dia e seis meses de noite, o tempo é realmente arbitrário”.

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