Espécies ameaçadas na Amazônia aumentaram em mais de 65% nos últimos 10 anos
Uma onça-pintada ao longo da margem de um rio no Mato Grosso do Sul. Espécie é encontrada em todos os biomas brasileiros, do Pantanal à Amazônia.
Nos últimos 10 anos, o número de espécies encontradas na Amazônia que estão ameaçadas de extinção aumentou em mais de 65%. A informação faz parte da pesquisa “Espécies Ameaçadas de Extinção no Brasil 2022”, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), divulgada nesta quarta-feira (24/05).
O levantamento identificou que, de 8345 espécies de plantas e animais da Amazônia, 503 são classificadas como vulnerável (VU), em perigo (EM) e criticamente em perigo (CR), seguindo o critério de classificação de espécies em extinção da Lista Vermelha de Espécies Ameaçadas da União Internacional para a Conservação da Natureza e dos Recursos Naturais (IUCN, na sigla em inglês).
O número representa um aumento de 65,46% na comparação com o último relatório de Contas de Ecossistemas do IBGE, lançado em 2014. O estudo anterior identificava 304 espécies amazônicas como ameaçadas.
Metade das espécies ameaçadas de extinção estão na Mata Atlântica
O relatório aponta a Mata Atlântica como o bioma brasileiro com maior número de espécies de plantas e animais ameaçadas de extinção no país.
Com base nas listas de fauna e da flora, produzidas pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) e pelo Jardim Botânico do Rio de Janeiro (JBRJ), respectivamente, o estudo do IBGE afirma que existem 5501 espécies em risco de extinção no Brasil. Mais da metade delas (2845) está na Mata Atlântica.
Entre as causas, a pesquisa aponta:
- A alta taxa de endemismo e distribuição restrita entre as espécies do bioma
- O histórico de ocupação da Mata Atlântica. Ele é o bioma com maior histórico de ocupação e maior perda de área nativa
As instituições avaliaram 21 456 espécies de animais e plantas em todos os biomas do país – cerca de 12% de toda a biodiversidade brasileira. A Mata Atlântica também é o bioma com maior número de espécies avaliadas pelo levantamento: 11 811.
Segundo o IBGE, o bioma é também o com mais espécies declaradas extintas: oito, sendo a mais recente a perereca-gladiadora-de-sino (Boana cymbalum).
O relatório aponta que Cerrado teve 1199 espécies consideradas em risco (segundo lugar – 16,2% do total), seguido pela Caatinga (481 ou 14,9%) e pelos Pampas (229 ou 13,7%). Os biomas com menor número de espécies ameaçadas entre as avaliadas são a Amazônia (503 ou 6%) e o Pantanal (74 ou 4%).