As melhores imagens da ciência em 2020
Asteroides, micróbios e, óbvio, o coronavírus: essas fotografias retratam um ano em que a ciência foi valorizada — e contestada — como nunca.

Segurando firmemente, mas também com delicadeza, uma mão robótica do Laboratório de Biologia e Robótica da Universidade Técnica de Berlim utiliza dedos pneumáticos para segurar uma flor com destreza semelhante à humana. Avanços recentes conferiram capacidades quase humanas aos robôs.
Por mais de duas décadas, Lawrence Witmer, paleontólogo da Universidade de Ohio, realizou tomografias em carcaças de animais congelados — na imagem, é mostrado um crocodilo-siamês — no Hospital O'Bleness de Ohio. Esses dados contribuíram para despertar uma revolução na compreensão dos cientistas sobre os dinossauros extintos.
Em uma ambiciosa perseguição galáctica, a sonda espacial OSIRIS-REx da Nasa alcançou e tocou o asteroide Bennu em 20 de outubro. A sonda coletou uma pequena quantidade de material e afastou-se segundos depois com amostras de rochas e poeira que remontam ao nascimento do Sistema Solar.
Em 2 de agosto, equipes de apoio chegaram ao Golfo do México para recuperar a sonda espacial Crew Dragon Endeavour da SpaceX logo após pousar com os astronautas da Nasa Robert Behnken e Douglas Hurley a bordo. A Endeavour é a primeira sonda especial construída e operada comercialmente para o transporte de ida e retorno de astronautas à Estação Espacial Internacional.
Na edição de janeiro de 2020, a National Geographic explorou como os trilhões de micróbios que vivem dentro e fora do organismo humano moldam nossa própria natureza. Esta imagem mostra em textura detalhada uma colônia microbiana em desenvolvimento nos lábios de uma mulher. Pessoas que se beijam com frequência desenvolvem microbiomas bucais semelhantes.
Alguns roboticistas criam máquinas que imitam e se assemelham a humanos até mesmo nos menores detalhes. Um exemplo é Harmony, uma cabeça bastante expressiva capaz de falar que incorpora inteligência artificial e se conecta a uma boneca sensual de aço e silicone.
Graças a uma técnica de microscopia vencedora do Prêmio Nobel denominada crio-ME, pesquisadores do Laboratório de Biologia Molecular do Conselho de Pesquisas Médicas da Inglaterra obtiveram imagens de cortes bidimensionais do SARS-CoV-2, o vírus que causa a covid-19. Os computadores então combinaram milhares dessas imagens para produzir um modelo 3D do vírus — uma etapa essencial à produção de vacinas seguras.
Formando um caminho de pontos pretos sobre um disco brilhante, a Estação Espacial Internacional passa na frente do Sol nessa imagem composta captada na Virgínia. Em 2 de novembro, a ISS comemorou 20 anos sucessivos de habitação humana, um marco na exploração espacial pelos humanos.
Os fornos da siderúrgica SSAB America em Montpelier, Iowa, são elétricos e, segundo a empresa, em 2022 passarão a ser aquecidos por energias renováveis. A indústria siderúrgica, geralmente dependente do carvão, é responsável por cerca de 7% das emissões globais de CO2 na atualidade.
No Centro Médico Harborview da UW Medicine em Seattle, o paciente Brent Bauer alivia a dor durante uma cirurgia ortopédica distraindo-se com um jogo de realidade virtual (RV) denominado SnowWorld. Bauer, que quebrou diversos ossos ao cair de uma altura de três andares, se submeteu a uma cirurgia de retirada de um pino de estabilização de sua pélvis sem fazer uso de RV. “Foi uma dor extremamente intensa”, contou ele. Já o outro pino foi retirado enquanto ele estava absorto no jogo de RV. “Foi uma distração muito agradável”, observou ele, “e a dor foi bem menor”.
Os cientistas ainda tentam identificar a origem do SARS-CoV-2, e o morcego-de-ferradura-grande, mostrado na imagem, foi citado como um possível hospedeiro. Esta amostra preservada de Rhinolophus ferrumequinum, do acervo do Museu de História Natural do Condado de Los Angeles, foi coletada no Uzbequistão em 1921.
Voluntário de estudo recebe injeção com vacina refrigerada contra a covid-19 desenvolvida na Universidade de Oxford, na Inglaterra. O fotógrafo utilizou uma câmera de imagem térmica para mostrar como a temperatura corporal pode indicar a presença de infecção por coronavírus. As temperaturas são transformadas em uma graduação de cores, variando de azuis frios a laranjas quentes.
O fotógrafo Daniel Knop fez uma composição com cinco imagens de um embrião de peixe-palhaço para ilustrar os estágios de seu desenvolvimento, de horas após a fertilização até horas antes da eclosão. Esta imagem ganhou o segundo lugar no 46º Concurso Anual de Fotografia de Imagens Microscópicas Small World da Nikon.
O médico Gerald Foret coloca uma máscara de proteção antes de atender os pacientes de covid-19 no Hospital Nossa Senhora dos Anjos em Bogalusa, Louisiana.
Vitaly Napadow, neurocientista da Faculdade de Medicina de Harvard e do Hospital Geral de Massachusetts, estuda a percepção da dor pelo cérebro. Para essa finalidade, ele utiliza eletroencefalogramas para monitorar padrões de ondas cerebrais de pacientes com dor lombar crônica.
Situada em um campo de lava na Península Reykjanes, na Islândia, esta estufa de carbono negativo possui até 130 mil plantas de cevada cultivadas em substrato de pedra-pomes vulcânica inerte. A Orf Genetics cultiva grãos modificados para produzir fatores de crescimento humano empregados em aplicações como cosméticos para rejuvenescer a pele. A energia geotérmica e o calor são fornecidos pela usina elétrica vizinha de Svartsengi.
Sem conseguir encontrar uma veia utilizável no braço, Fernando Irizarry pediu a um conhecido que injetasse em seu pescoço uma mistura de sobras descartadas de medicações. Da mesma forma como ocorre com inúmeras pessoas, o vício em opiáceos de Fernando Irizarry teve início ao tomar analgésicos após um acidente. Ele convidou o fotógrafo David Guttenfelder para retratar sua vida na Avenida Kensington, na Filadélfia, Pensilvânia, como parte de uma reportagem sobre a dor na edição de janeiro.
Cinco pica-paus-reis (Campephilus robustus) em uma gaveta do acervo do Museu Argentino de Ciências Naturais em Buenos Aires. Os museus ajudam a registrar a biodiversidade moderna — e a história revelada por eles é preocupante. Em 2018, a organização ambiental Birdlife International contabilizou um declínio de 40% nas 11 mil espécies de aves do mundo.
