Qual é o lugar habitado mais remoto do mundo? Conheça esse destino por meio de 7 fatos
Localizado no oceano Atlântico e ocupado por pouquíssimos moradores, esse curioso lugar possui difícil acesso.
A ilha de Tristão da Cunha vista de um navio: esse destino é considerado o lugar habitado mais remoto do mundo. Só pode ser alcançado após uma viagem de barco de sete dias.
O lugar habitado mais remoto do mundo é uma ilha distante localizada no meio do oceano Atlântico sul, a qual certamente pouca gente ouviu falar. Trata-se de Tristão da Cunha, um território britânico ultramarino que integra um arquipélago de mesmo nome composto por outras seis pequenas ilhas, de acordo com o site oficial do lugar.
Além da própria Tristão da Cunha (onde vivem os poucos moradores de todo o arquipélago), formam parte do conjunto de ilhas a de Nightingale; a ilha chamada Inacessível; a de Gonçalo Álvares (ou ilha Gough); a ilha do Meio e a de Stoltenhoff, detalha a fonte governamental.
Todo esse arquipélago é governado pela ilha de Santa Helena, o “maior” território britânico povoado próximo (a cerca de 2.430 quilômetros de distância), e o qual, no passado, se tornou o último lugar onde o imperador Napoleão Bonaparte viveu antes de sua morte.
Para saber mais, National Geographic reuniu alguns destaques desse destino remoto: descubra exatamente onde a ilha de Tristão da Cunha está localizada e outras curiosidades sobre esse local tão inóspito.
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Turistas fazem uma caminhada descendo um trecho de montanha conhecido como Goat Ridge na ilha de Tristão da da Cunha.
1. Onde fica a ilha mais remota do mundo?
A ilha de Tristão da Cunha está localizada no oceano Atlântico, entre os extremos sul da América do Sul e da África. Exatamente a 2.816 quilômetros da África do Sul e a 3.360 quilômetros da América do Sul.
Ela e seu arquipélago só podem ser alcançados por meio de uma viagem de barco de sete dias a partir da Cidade do Cabo, na África do Sul. Os suprimentos para os moradores locais também chegam à ilha por esse caminho.
2. Qual é o tamanho da ilha de Tristão da Cunha?
Além de ser um local remoto, esse lugar é conhecido por seu pequeno tamanho. Tristão da Cunha tem apenas 98 km² e juntamente com as outras ilhas, o território do arquipélago de Tristão da Cunha tem uma área total de 128 km², de acordo com o site sobre o local.
A título de comparação, algumas capitais de países latino-americanos são bem maiores que a área de superfície da ilha. Por exemplo, Bogotá, na Colômbia, possui um tamanho de 1.776 km²; já São Paulo, no Brasil, tem 1.523 km²; enquanto a Cidade do México ocupa 1.494 km² e Buenos Aires, na Argentina, tem 200 km².
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Uma mulher ordenhando uma vaca no meio de um pasto. Grande parte da população da ilha mais remota do mundo se dedica à agricultura. A pesca e o processamento de carne são outras formas de ganhar dinheiro para a população local.
3. Qual a cidade mais habitada da ilha de Tristão da Cunha?
A pequena cidade Edimburgo dos Sete Mares é considerada a “capital” da ilha, sendo, no entanto, quase um vilarejo. É nela que se concentram os moradores da ilha – na parte noroeste do território.
Muitas vezes, o vilarejo é chamado simplesmente de Edimburgo, uma situação que causou alguns problemas com os correios no passado, pois foi confundida com a cidade escocesa, conta a fonte oficial do lugar.
4. Quantas pessoas vivem na ilha mais remota do mundo?
Apenas 275 pessoas – cerca de 80 famílias – vivem na ilha de Tristão da Cunha, segundo o site oficial do lugar. Uma outra curiosidade sobre isso é que essa pequena população compartilha apenas sete sobrenomes entre os habitantes. São eles: Glass, Green, Hagan, Lavarello, Repetto, Rogers e Swain.
Segundo a fonte oficial do território, essa quantidade de pessoas não deve mudar nos próximos anos pois é preciso permissão para viver no local e nenhum novo residente recebeu permissão para se estabelecer.
Outro ponto curioso sobre esse território é o fato de que ele possui apenas um médico residente e cinco enfermeiros vivendo por lá. Por esse motivo, em caso de emergência médica, ferimentos graves ou doenças crônicas, os habitantes são tratados na Cidade do Cabo, na África do Sul.
5. Quem foi a primeira pessoa a encontrar a ilha de Tristão da Cunha?
A história da descoberta da ilha remota está ligada ao seu nome. Afinal, foi o explorador e marinheiro português Tristão da Cunha a primeira pessoa a avistar o arquipélago em 1506. No entanto, ele não conseguiu chegar até a ilha em questão naquela época devido a dificuldades de acesso. Mesmo assim, ele batizou o lugar de “Ilha de Tristão da Cunha”.
“O primeiro colono permanente de Tristão da Cunha foi um norte-americano chamado Jonathan Lambert, que chegou no final de 1810. Ele se autodenominou governante das ilhas e rebatizou o arquipélago como "Ilhas do Refresco” (Islands of Refreshment), conta o site local. “No entanto, este colono morreu em um acidente de barco apenas dois anos depois e as ilhas voltaram a ser conhecidas como Tristão da Cunha”, continua a fonte.
Tristão da Cunha aparece nesta imagem fotografada da Estação Espacial Internacional. Ela mostra o cone central do vulcão, localizado no centro da ilha. A última erupção conhecida ocorreu entre 1961 e 1962, e forçou a evacuação dos moradores.
5. Tristão da Cunha é uma ilha vulcânica
A ilha habitada mais remota do mundo é um território vulcânico. Dados da Nasa (a agência espacial norte-americana) revelam que o ponto mais alto de Tristão da Cunha é o pico Queen Mary, que atinge 2060 metros acima do nível do mar.
Já uma erupção vulcânica em 1961 ameaçou diretamente o vilarejo da ilha. Como resultado, os habitantes da época foram evacuados para a Inglaterra através da Ilha Nightingale. Dois anos depois, a maioria dos habitantes retornou à Tristão da Cunha.
6. Quais as espécies animais habitam a ilha de Tristão da Cunha
“A ilha vulcânica habitada e seu arquipélago são um ponto de acesso à biodiversidade endêmica, tanto em terra quanto no mar”, diz um artigo da National Geographic dos Estados Unidos.
A vida selvagem encontrada em Tristão da Cunha inclui tubarões-azuis (Prionace glauca), baleias-francas (Eubalaena australis) e tubarões-mako (Isurus oxyrinchus), bem como cachalotes (Physeter macrocephalus), elefantes-marinhos, pinguins e outras aves.