Uma vista panorâmica de parte da região central de Belém, a capital do Pará. Na foto, ...

O que a capital da COP30 no Brasil esconde? Descubra os 3 fatos sobre Belém, a metrópole da Amazônia

Às vésperas do início da cúpula climática, a capital do Pará ganha destaque ao se tornar o centro da discussão ambiental no mundo. Conheça as belezas e as delícias únicas desse lugar encravado na Amazônia.

Uma vista panorâmica de parte da região central de Belém, a capital do Pará. Na foto, é possível ver o histórico Mercado Ver-o-Peso (o maior mercado de feira-livre da América Latina) em primeiro plano e, ao fundo, o Forte do Presépio e casas coloniais coloridas. 

Foto de Rafaelbyphoto CC BY 4.0
Por Redação National Geographic Brasil
Publicado 5 de nov. de 2025, 17:01 BRT

“Eu vou tomar um tacacá…” não é apenas um trecho de uma das músicas mais famosas sobre o Pará (cantada por Joelma), mas fala também de uma das várias tradições enraizadas deste estado do Brasil que está sob os holofotes mundiais ao sediar a COP 30, a 30.ª Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas, a partir de 10 de novembro de 2025.

O Pará tem suas próprias cores, saboresestiloscrençastradições e belezas naturais que fazem desse lugar na região norte brasileira tão único. A capital, Belém, será a sede oficial da COP30, que reunirá representantes de diversos países para debater os rumos ambientais do mundo e as medidas (urgentes) que devem ser tomadas para combater as mudanças climáticas e seus efeitos. 

National Geographic Brasil traz um panorama das belezascomidas e tradições do Pará e de sua capital, Belém. Para mostrar um pouco desse estado de mais de 8,6 milhões de pessoas, localizado em plena Amazônia, e banhado por cursos de água vastos e importantes da região, como o rio Amazonas, o rio Pará, o Tapajós, o Guamá e o Maguari (os dois últimos cortam a cidade de Belém e deságuam na Baía do Guajará).

O Theatro da Paz, inaugurado na época de expansão e desenvolvimento de Belém, em 1878, é ...

O Theatro da Paz, inaugurado na época de expansão e desenvolvimento de Belém, em 1878, é um belo representante da arquitetura art nouveu que marcou o final do século 19 e início do 20 e, até hoje é considerado o maior teatro da região Norte do Brasil.

Foto de Celso Roberto de Abreu Silva CC BY 2.0

1. O Pará tem uma história marcada pela exuberância da Amazônia


De acordo com o site oficial do governo estadual do Pará, a região do vale amazônico foi de posse da Coroa espanhola na divisão que Espanha e Portugal fizeram das Américas no pelo Tratado de Tordesilhas (1494). Por conta disso, a foz do rio Amazonas foi descoberta pelo navegador espanhol Vicente Yáñez Pinzón no ano de 1500. 

Só que os portugueses, com a finalidade de consolidar-se na região, fundaram o Forte do Presépio em 1616, na então chamada Santa Maria de Belém do Grão-Pará, onde hoje é a capital Belém

Este foi o primeiro forte da Amazônia e o mais significativo da região até 1660. Apesar de sua existência, a ocupação do território amazônico foi, desde cedo, marcada por incursões de holandeses e ingleses. Os espanhóis tentaram se fixar na região com expedições saídas de Equador e Peru, mas enfrentaram diversas dificuldades ao atravessar a floresta amazônica pelos rios, sofrendo com mortes e diversos problemas que os fizeram desistir da ocupação – neste momento já dominada pelos portugueses, conta o site do governo local.

No século 17, a região pertencia à capitania do Maranhão e, em 1616, foi criada a Capitania do Grão-Pará, que integrava o então Estado Colonial Português do Maranhão. Só em 1751, com a expansão portuguesa para o oeste, foi criado o Estado Colonial Português do Grão-Pará, o qual também abrigava a Capitania de São José do Rio Negro (hoje o estado do Amazonas).

Apesar da Independência do Brasil ter ocorrido em 1822, somente em 1823 os governantes do Grão-Pará resolveram unir o estado do Grão-Pará ao Brasil independente, já que o Pará reportava diretamente à Lisboa, em Portugal, explica a fonte oficial estadual.

Essa decisão trouxe crescimento econômicoespecialmente para Belém, no final do século 19 e início do século 20 por conta da exploração da borracha para extração do látex. Este período histórico ficou conhecido como Belle Époque e foi marcado pela arquitetura art nouveau erguida na cidade, sendo inaugurado, justamente nesse período o Theatro da Paz (em 1878), um dos símbolos e pontos turísticos da capital, como informa o site do próprio teatro.

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      À esquerda: No alto:

      A Estação das Docas é um grande complexo gastronômico e cultural em frente à Baía do Guajará, uma boa opção para os visitantes de Belém para conhecer melhor a cultura e os sabores da região em seus vários restaurantes.

      Foto de Cayambe CC BY-SA 3.0
      À direita: Acima:

      A Estação das Docas ocupa um espaço que já foi o antigo porto de Belém (inaugurado em 1909) e que foi totalmente revitalizado nos anos 2000 para se transformar o local em um ambiente que promove o turismo, a cultura e a gastronomia local.

      Foto de Agência Pará

      2. A cultura e as belezas de Belém para se conhecer


      Apesar de ser um centro urbano com uma população de cerca de  1,3 milhão de habitantes, segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), Belém mantém o ar tradicional das fachadas de seus casarões, praças, igrejas e capelas do período colonial

      Quem quiser aproveitar a COP30 para conhecer Belém terá a oportunidade de mergulhar em um universo bem diferente da imagem que muitos estrangeiros têm do Brasil – mais ligada às praias do imenso litoral do país ou ao Rio de Janeiro. A capital amazônica de Belém do Pará guarda belezas naturais e históricas que merecem ser visitadas. 

      A cidade é banhada especialmente por dois rios (o Guamá e o Maguari), que deságuam na Baía do Guajará. É nessa região que se encontram alguns dos principais pontos turísticos de Belém, como o antigo Forte do Presépio, um dos marcos iniciais da capital, o qual abriga um museu sobre a cultura indígena da região. 

      Às margens da baía está também o Mercado-Ver-o-Peso, um mercado público na zona portuária que foi inaugurado em 1901 e que, segundo o Iphan (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional), é considerado a maior feira-livre da América Latina

      Vale visitar também a Estação das Docas – um espaço gastronômico-turístico-cultural criado no ano 2000 e que ocupa onde existia, desde 1909, o antigo porto de Belém. Os visitantes encontram no local, atualmente, opções de restaurantes para provar a comida paraense, além de lojas e espaços de eventos feitos na orla fluvial.

      Já no centro histórico de Belém está o Theatro da Paz, um dos belos do Brasil e o maior da região norte, com sua arquitetura clássica art nouveau. Durante a COP30, o local irá receber espetáculos e shows com artistas famosos, como Ney Matogrosso, Toquinho e Lenine. 

      A Basílica Santuário de Nossa Senhora de Nazaré é uma das principais igrejas da capital do Pará. ...
      O Círio de Nazaré é um dos maiores eventos religiosos do mundo e reúne cerca de ...
      À esquerda: No alto:

      A Basílica Santuário de Nossa Senhora de Nazaré é uma das principais igrejas da capital do Pará. Construída em 1909 ela abriga a maior santa de devoção local que mobiliza milhares de devotos durante o Círio de Nazaré.

      Foto de Fabrício Coleny CC BY 4.0
      À direita: Acima:

      O Círio de Nazaré é um dos maiores eventos religiosos do mundo e reúne cerca de 2 milhões de pessoas anualmente no 2º domingo de outubro desde 1793 em Belém em uma enorme procissão pelas ruas da cidade e também realizada nas águas dos rios, em barcos.

      Foto de Agência Pará

      Basílica Santuário de Nossa Senhora de Nazaré é outro ponto importante de Belém, afinal, a cidade realiza um dos maiores eventos religiosos do país anualmente o qual essa igreja tem um papel essencial. Trata-se do Círio de Nazaré, uma enorme procissão de católicos devotos tanto locais como peregrinos, que vêm em busca da imagem da Nossa Senhora de Nazaré. A cerimônia ocorre desde 1793 e faz parte da Lista Representativa do Patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade da Unesco desde 2013.

      Já quem quiser ver de perto a natureza local, pode visitar o Parque Zoobotânico Mangal das Garças, inaugurado em 2005 e que fica às margens do rio Guamá. Em uma área de 40 mil m² de mata revitalizada, que representa a floresta da região e onde antes era uma  extensa área alagadiça, é possível ver espécies de flora amazônica e animais como a garça-branca-grande, a borboleta Júlia, flamingos e a ave guará.  

      Parque Zoobotânico Mangal das Garças é o "coração verde" no meio de Belém, com uma área ...

      Parque Zoobotânico Mangal das Garças é o "coração verde" no meio de Belém, com uma área de 40 mil m² de mata revitalizada que abriga fauna e flora nativa da região amazônica.

      Foto de Celso Abreu CC BY 2.0

      3. A gastronomia paraense e seus pratos únicos 


      Considerada uma das culinárias mais famosas do Brasil, a gastronomia do Pará tem a cultura indígena como sua maior influência, mas também carrega traços portugueses e africanos, como explica o site da Agência Pará, de comunicação oficial do estado. 

      Elementos da região amazônica formam a base dos pratos, adicionando frutos do mar como camarão e caranguejo, peixes e ainda, pato, todos temperados com folhas e frutas nativas. Entre as frutas e temperos se destacam: açaíbacabacupuaçujambu (fruta que causa uma dormência na boca), castanha-do-parábacuripupunhatucumãmurucipiquiátaperebá, pimentas de cheiro e ervas. 

      O Tacacá é um dos pratos mais tradicionais da culinária paraense (virou até refrão de música ...

      O Tacacá é um dos pratos mais tradicionais da culinária paraense (virou até refrão de música popular). Ele tem origem indígena amazônica, e é feito como uma sopa cremosa que leva tucupi, goma de tapioca cozida, jambu e camarão seco.

      Foto de Bruna Brandão Domínio Público

      Os pratos paraenses mais tradicionais são cozidos em panelas de barro e embebidos de tucupi – um caldo amarelo extraído da mandioca. Aliás, a mandioca é uma das bases da culinária paraense, e sua farinha também é essencial nos pratos locais. Entre os destaques da cozinha do Pará estão o Tacacá (de origem indígena, é uma sopa cremosa servido em cuias que leva tucupi, goma de tapioca cozidajambucamarão seco); o Pato no tucupi (pato assado, tucupi e jambu em um cozido) e a Maniçoba (que leva no mínimo sete dias para ser feita, pois a maniva (que é a folha da mandioca) é tóxica e precisa ser cozida por dias para eliminar sua toxicidade. O prato leva também diversas carnes de porco cozidas).

      Ao contrário de outras regiões do Brasil e do mundo, o açaí (que é originário da Amazônia) não é tradicionalmente consumido doce no Pará, mas sim usado como molho para acompanhar peixe frito ou farinha de tapioca. Já as sobremesas da gastronomia paraense são ricas em frutas da região, usando cupuaçu, bacuri, taperebá, castanha, manga, jacamurici, entre outras.

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