Peixe raro com "mãos" é visto na Tasmânia

A descoberta pode dobrar a população conhecida hoje na área.

Por Elaina Zachos
Publicado 26 de jan. de 2018, 12:29 BRST, Atualizado 5 de nov. de 2020, 03:22 BRT
Foto de Antonia Cooper

Antonia Cooper e sua equipe de pesquisa estavam mergulhando há duas horas.  Segundo o Instituto de Estudos Marítimos e Antárticos da Universidade da Tasmânia  (em inglês), o grupo recebeu uma dica da população local de que uma rara espécie de peixe tinha sido descoberta perto de um recife, alguns quilômetros fora da costa sudeste da Tasmânia e os mergulhadores desejavam encontrá-la.

Mas com mais da metade de seu tempo de busca de três horas e meia no fim, a equipe não encontrou o peixe. Cooper estava pronta para dar o dia como encerrado e gesticulou para que seu parceiro de mergulho avisasse o resto do grupo. Antes de voltar, ela estava brincando com um pedaço de alga quando viu algo vermelho na água.

"Eis que eu encontrei um peixe-mão vermelho", Cooper diz em um vídeo. "Isso foi muito emocionante".

Flagra!

Cooper sinalizou para sua equipe, o que permitiu que eles reduzissem suas buscas a uma área menor. Dentro de um trecho do recife do tamanho de uma quadra de peteca, eles encontraram um total de oito peixinhos vermelhos.

 

Denominados por causa de suas barbatanas em forma de mão, os peixes-mão-vermelhos (em inglês) são habitantes bentônicos do oceano que rastejam no fundo do mar com seus membros. Eles crescem entre dois e cinco centímetros de comprimento, e comem pequenos crustáceos e vermes. A espécie realmente vem em duas variações de cor: um vermelho brilhante e outro marcado por enfeites vermelhos.

Esses animais são provavelmente um dos peixes mais raros do mundo, diz o pesquisador Rick Stuart-Smith da Universidade da Tasmânia. Os peixes ardilosos foram vistos pela primeira vez perto de Port Arthur na península da Tasmânia, no século 19. Até agora, um grupo de apenas 20 a 40 peixes era conhecido por estar vivendo em um trecho de recife perto da Baía Frederick Henry em Hobart.

A nova descoberta de Cooper pode dobrar a população conhecida de peixes-mão vermelhos para uma previsão otimista de 80 indivíduos. Ainda pode haver outras populações não descobertas lá fora, diz Stuart-Smith.

"Já aprendemos muito com a descoberta dessa segunda população porque seu habitat não é idêntico ao da primeira população", afirma Stuart-Smith em um comunicado (em inglês). "Então, podemos ter algum conforto em saber que o peixe-mão-vermelho não é tão criticamente dependente desse conjunto particular de condições locais".

Mãos amigas

Quatorze espécies conhecidas de peixes-mão são endêmicas das águas do sudeste da Tasmânia. Os peixes pequenos, coloridos e sedentários não são conseguem realizar nados de longa distância, por isso é provável que a população recém-descoberta seja geneticamente diferente da população de Hobart.

O peixe-mão está criticamente ameaçado (em inglês). Eles colocam seus ovos na base de pedaços de algas marinhas, por isso é fácil para aqueles ovos serem derrubados ou levados por nadadores e barcos. Eles também são ameaçados pela caça furtiva para serem usados como animais de estimação, e suas baixas taxas de reprodução e dispersão também não ajudam esses números decrescentes.

Como eles vivem em populações pequenas e isoladas, Stuart-Smith diz que o peixe-mão é sociável dentro de seus grupos. Isso significa que os programas de conservação baseados em localização podem ser uma boa maneira de revitalizar as espécies.

Os peixes ainda são vistos em Hobart, e a Austrália instituiu um plano nacional de recuperação para algumas espécies ameaçadas. Outra espécie, peixe-mão-de-Ziebell, não é vista em mais de uma década, levando os cientistas a pensar que esteja extinta, ou pelo menos muito próxima da extinção.

"A única coisa que poderia ter tornado a semana passada mais emocionante", disse Stuart-Smith, "seria encontrar o Ziebell e descobrir que eles não estão extintos".

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