O cigarro eletrônico é prejudicial à saúde? O que diz a OMS

O uso dos cigarros eletrônicos afeta não só os próprios usuários, mas também o ambiente ao redor. A Organização Mundial da Saúde já tem opinião formada sobre seus riscos à saúde.

O dono de uma loja de azulejos, seu sócio e um entregador aguardam o almoço ser servido, em Fuling, província de Chongqing, China.

Foto de Anastasia Taylor-Lind
Por Redação National Geographic Brasil
Publicado 29 de ago. de 2023, 23:00 BRT

cigarro eletrônico é um sistema de inalação de nicotina que simula o consumo de cigarros convencionais, mas sem a combustão das folhas de tabaco. 

Embora existam produtos que avisem em suas embalagens que o líquido vaporizado no sistema elétrico não contém nicotina, a Organização Mundial da Saúde (OMS) afirma que esses equipamentos ainda trazem uma quantidade variável da substância, além de outros elementos nocivos à saúde. 

Os cigarros eletrônicos ajudam a parar de fumar?

De acordo com a OMS, esse tipo de dispositivo para fumar é a forma mais comum entre os chamados sistemas eletrônicos de liberação de nicotina (SELN) e sistemas eletrônicos sem nicotina (SESN). Mas o potencial dos cigarros eletrônicos como uma intervenção no tabagismo não está claro. 

Embora se reconheça que os cigarros eletrônicos são equipamentos populares usados a fim de parar de fumar o tabaco convencional, até o momento são inconclusivas as evidências disponíveis sobre seu uso como um auxílio para uma pessoa parar de fumar definitivamente. 

Quais são os efeitos de fumar cigarros eletrônicos

Embora a agência da ONU para a saúde afirme que ainda é muito cedo para fornecer respostas claras sobre as consequências de fumar cigarros eletrônicos ao organismo, já é conhecido que eles são prejudiciais à saúde da mesma forma que o consumo do tabaco convencional. 

O uso dos dispositivos que contêm nicotina em sua composição pode ter efeitos no corpo e também afetar o ambiente no entorno. E entre as consequências à saúde humana, a OMS menciona:

  • Aumento do risco de doenças cardíacas;
  • Aumento da probabilidade de desenvolver doenças pulmonares;
  • Exposição de não-fumantes à nicotina e a outras substâncias nocivas;
  • Possibilidade de exposição a lesões físicas, como queimaduras causadas por explosões ou mau funcionamento;
  • Exposição acidental de crianças a líquidos SELN, que são venenosos;

No caso da nicotina – substância alcalóide estimulante encontrada em maior quantidade na planta do tabaco – sabe-se que ela é altamente viciante. Algumas evidências sugerem que os jovens que nunca fumaram, mas usam um dispositivo SELN, podem ter duas vezes mais chances de começar a fumar cigarros de tabaco comuns mais tarde na vida, adverte a OMS. 

Enquanto isso, o uso de nicotina em crianças e adolescentes causa efeitos prejudiciais no desenvolvimento do cérebro e pode levar a distúrbios de aprendizado e ansiedade a longo prazo. 

A nicotina presente nos cigarros eletrônicos (e, de acordo com a OMS, também nos dispositivos que se dizem livres dela, os SESN) cria uma forte dependência do produto. Assim, um não-fumante (de cigarros convencionais) que usa um SELN pode se tornar viciado nessa substância e ter dificuldades para parar de usar o dispositivo, ou ainda se tornar dependente de produtos feitos com tabaco convencional. 

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Qual é a melhor maneira de parar de fumar?

De acordo com estimativas oficiais da OMS, há 1,1 bilhão de adultos fumantes no mundo. Entre eles, apenas 60% querem ou pretendem parar de fumar. 

Como ainda não está confirmado se os cigarros eletrônicos e outros os produtos SELN e SESN reduzem o desejo de fumar cigarros ou tabaco convencional, pode ser útil considerar algumas recomendações as quais, de acordo com as diretrizes da OMS, motivem e mantenham em foco o objetivo de parar de fumar. 

Em um guia para parar de fumar publicado em 2014 pela organização de saúde da ONU, destacam-se as seguintes sugestões: 

  • Estabeleça uma data e escolha um curto período de tempo para parar de fumar;
  • Compartilhe a decisão de parar de fumar com a família e os amigos;
  • Espere que os sintomas de abstinência apareçam nos primeiros dias e semanas;
  • Busque o apoio de seus entes queridos;
  • Livre-se de produtos que o lembrem do cigarro.

Além disso, a organização argumenta que os governos também têm um papel importante a desempenhar para ajudar os consumidores a parar de fumar. "É preciso ampliar as políticas e intervenções que funcionam", sugere o guia. 

Entre as medidas que os países podem adotar, a OMS menciona o aconselhamento por profissionais de saúde e a promoção de terapias de reposição de nicotina e farmacoterapias não-nicotínicas para quem quer deixar de lado o cigarro.

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