Planeta é devorado por estrela semelhante ao Sol

Esta é a primeira prova registrada por astrônomos da explosão de uma estrela na Via Láctea localizada a 13 mil anos-luz da Terra.

Usando o Telescópio Gemini Sul no Chile, operado pelo NOIRLab e AURA, da NSF, uma equipe de astrônomos observou a primeira evidência convincente de uma estrela moribunda semelhante ao Sol devorando um exoplaneta. 

Arte de Gemini Observatory NOIRLab/NSF/AURA/M. Garlick/M. Zamani
Por Redação National Geographic Brasil
Publicado 3 de mai. de 2023, 15:07 BRT

Este acontecimento, que ocorre apenas algumas vezes por ano em toda a galáxia, é provavelmente o mesmo destino que aguarda Mercúrio, Vênus e a Terra quando o Sol começar os seus estertores de morte, daqui a cerca de 5 bilhões de anos, e se apagar completamente. A projeção é da equipa de investigadores do Telescópio Gemini Sul, no Chile, operado pelo NOIRLab da NSF e pelo Observatório AURA, responsável pelo estudo.

Os resultados da investigação, designada “ZTF SLRN-2020”, foram obtidos através da captação de imagens ópticas do Zwicky Transient Facility (ZTF): um complexo de câmaras de grande campo de visão que estuda o céu noturno através do varrimento por sondas e que, segundo Ryan Lau, um dos astrónomos responsáveis pela investigação, "fornece uma nova perspectiva para encontrar e estudar os milhares de milhões de estrelas da nossa Via Láctea que já devoraram os seus planetas". 

(Relacionadas: O núcleo da Terra pode ter abrandado, diz novo estudo

Nas palavras do NOIRLab, a explosão que devorou o planeta produziu alguns resultados curiosos para investigar como estes eventos ocorrem e qual a sua magnitude. Entre eles estão os seguintes dados: 

  • A explosão durou aproximadamente 100 dias terrestres;
  • O material ejetado corresponde a cerca de 33 massas terrestres de hidrogênio e cerca de 0,33 massas terrestres de poeira; 
  • A estrela progenitora tem entre 0,8 e 1,5 vezes a massa do Sol;
  • O planeta que foi engolido pela estrela tinha entre 1 e 10 vezes a massa de Júpiter. 

Porque as estrelas, como o Sol, se expandem

Quando uma estrela do tipo do Sol se aproxima do seu ciclo de vida final, expande-se de 100 a 1000 vezes o seu tamanho e é capaz de engolir todos os planetas mais próximos que a orbitam. É o caso do que deve acontecer com o Sol, cujos planetas mais próximos são Mercúrio, Vênus e a Terra. 

As estrelas expandidas fundem hidrogênio nos seus núcleos quentes e densos, como explica o artigo recentemente publicado pelo NOIRLab. Quando este elemento se esgota, ela começa a queimar outros elementos químicos à sua disposição (tais como hélio e carbono) e a fusão do hidrogênio remanescente é transportada para as camadas exteriores, levando à sua expansão e futura conversão numa estrela vermelha do tipo gigante. 

(Pode interessar-lhe: Quais são as maiores estrelas da Via Láctea?)

A importância da investigação, diz o NOIRLab, é que estes fenômenos espaciais podem também ser confundidos com outros tipos de explosões, como erupções solares e ejeções de massa coronal. É por isso que "o Gemini South forneceu esta informação essencial graças às suas capacidades avançadas de óptica adaptativa", como reforçam os resultados do estudo. 

Continuar a Ler

Você também pode se interessar

Espaço
O que aconteceria se o Sol apagasse
Espaço
As 5 características do Sol que você não conhecia
Espaço
As estrelas estão desaparecendo? O que dizem os cientistas
Espaço
Eclipse lunar total de novembro de 2022: como ver o fenômeno que não se repetirá até 2025
Espaço
Eventos astronômicos de setembro de 2022: quando é o equinócio

Descubra Nat Geo

  • Animais
  • Meio ambiente
  • História
  • Ciência
  • Viagem
  • Fotografia
  • Espaço
  • Vídeo

Sobre nós

Inscrição

  • Assine a newsletter
  • Disney+

Siga-nos

Copyright © 1996-2015 National Geographic Society. Copyright © 2015-2023 National Geographic Partners, LLC. Todos os direitos reservados