O que acontece com o corpo humano no espaço? Conheça os 5 efeitos que os astronautas podem sentir
A astronauta Samantha Cristoforetti, da Agência Espacial Europeia, flutua na Estação Espacial Internacional.
Quando um astronauta viaja para o espaço, ele se depara com um ambiente completamente diferente daquele da Terra e, por isso, seu corpo passa por mudanças. Entender como essas mudanças afetam os seres humanos é vital, pois estão sendo planejadas missões prolongadas para chegar à Lua e a Marte nos próximos anos.
Como indica um documento publicado no site da Nasa em 2021 e atualizado em 2024, os pesquisadores avaliam os riscos das missões a Marte, que são agrupados em cinco perigos sobre o corpo humano no espaço e resumidos como: radiação espacial, isolamento e confinamento, distância da Terra, campos gravitacionais e ambientes fechados hostis.
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Com base nesses fatores, veja a seguir uma lista de cinco maneiras pelas quais o corpo muda e se adapta a um ambiente completamente diferente, como o espaço:
1. Aumento da radiação
No espaço, os astronautas são expostos a níveis diferentes e mais altos de radiação do que na Terra, onde a atmosfera e o campo magnético nos protegem de grande parte das partículas que compõem o ambiente de radiação espacial.
De acordo com o artigo, a exposição à radiação na Terra tem sido associada a um maior risco de câncer e doenças degenerativas, como doenças cardíacas e catarata. No espaço, os riscos à saúde dos astronautas se devem principalmente aos efeitos de longo prazo.
2. Maior isolamento e confinamento
O isolamento causado pelos voos espaciais também pode afetar o descanso, alterando o ritmo circadiano, a motivação e levando a distúrbios comportamentais ou cognitivos como resultado do confinamento e da falta de contato com outras pessoas.
Por esse motivo, observa a Nasa, "as tripulações das expedições que ficam a bordo da estação espacial são cuidadosamente selecionadas, treinadas e apoiadas para garantir que possam trabalhar efetivamente em equipe durante suas missões". A agência está trabalhando para neutralizar qualquer possível desconforto psicológico.
Deve-se observar também que os efeitos podem variar dependendo da duração e do tipo de experiência de confinamento e isolamento.
Os astronautas da Nasa Terry Virts (abaixo) e Scott Kelly (acima) no Destiny Laboratory realizando exames oftalmológicos como parte dos estudos em andamento sobre a saúde visual da tripulação. As alterações na visão dos astronautas que passam longos períodos de tempo em microgravidade são um problema de saúde que os cientistas estão tentando resolver à medida que a humanidade se prepara para viajar para destinos cada vez mais distantes.
3. Tontura e confusão
A transição de um campo gravitacional para outro "afeta a orientação espacial, a coordenação cabeça-olho e mão-olho, o equilíbrio e a locomoção", diz a agência norte-americana.
Por sua vez, adaptar-se ao campo gravitacional de outro corpo celeste (aterrissar em Marte, por exemplo) pode ser um desafio, admite a agência espacial. "Ao fazer a transição da ausência de peso para a gravidade, eles podem apresentar intolerância ortostática pós-voo, em que não conseguem manter a pressão arterial quando estão de pé, o que pode levar a tonturas e desmaios.
4. Perda de densidade óssea
Além do que foi mencionado acima, a Nasa explica em seu site que, sem a gravidade afetando o corpo na Terra, os ossos que suportam peso perdem densidade mineral. Além disso, eles podem perder massa muscular mais rapidamente na microgravidade. Por esse motivo, os astronautas devem seguir uma dieta adequada e uma rotina de exercícios.
Da mesma forma, sem medidas preventivas ou corretivas, "a tripulação pode ter um risco maior de desenvolver pedras nos rins devido à desidratação e ao aumento da excreção de cálcio dos ossos".
5. Maior suscetibilidade a doenças
A ciência demonstrou que os micróbios podem mudar suas características no espaço. Além disso, os microrganismos que vivem naturalmente no corpo humano são mais facilmente transferidos de uma pessoa para outra em habitats fechados, como a estação espacial.
Além disso, nesses ambientes, os níveis de hormônio do estresse são elevados e o sistema imunológico é alterado, adverte a agência. Como resultado, os astronautas que viajam no espaço podem ser afetados negativamente por uma maior suscetibilidade a alergias ou outras doenças.
Conforme observado pela Nasa em seu site, a agência espacial "está tomando medidas para lidar com todos esses riscos e trabalhando para resolver os desafios do voo espacial humano com algumas das mentes mais brilhantes em seus campos". Espera-se que os resultados da pesquisa forneçam mais informações e sejam úteis para missões mais longas.