As 3 batalhas que mudaram a história

Um desses confrontos deu origem a uma série de questionamentos sobre a hegemonia dos reinados na Europa. Já outro dizimou quase metade da população de um país vizinho ao Brasil.

Por Redação National Geographic Brasil
Publicado 28 de jul. de 2023, 12:26 BRT

Batalha de Campo Grande, óleo sobre tela (1871). Obra do artista brasileiro Pedro Américo.

Foto de Reprodução

Muitos foram os confrontos entre nações que mudaram o curso dos acontecimentos da humanidade. Algumas guerras se tornaram notórias tanto pela intensidade de seus conflitos bélicos, como pelos efeitos que produziram para países e regiões após seu término. 

Uma delas, por exemplo, conhecida como a guerra mais sangrenta da América Latina, resultou no extermínio de quase metade da população de um dos países envolvidos, como contam os historiadores, e teve o Brasil envolvido. 

Para relembrar esses confrontos, National Geographic fez uma seleção de três batalhas que mudaram para sempre o destino de alguns de seus envolvidos.

1. Waterloo, a derrota de Napoleão Bonaparte

O fim da era napoleônica na Europa culminou com a derrota das tropas francesas lideradas por Napoleão Bonaparte em 18 de junho de 1815, na chamada Batalha de Waterloo. 

Um artigo da National Geographic Espanha intitulado "Waterloo, Napoleon's decisive defeat" (“Waterloo, a derrota decisiva de Napoleão”), conta que o fracasso e a subsequente captura do comandante francês significaram o fim de sua liderança política na região e o domínio da França na Europa. 

A derrota também foi o pontapé inicial para a disseminação de ideias revolucionárias pelo continente, desencadeando "sentimentos nacionalistas e movimentos anti-imperialistas" contra monarquias e líderes. 

A Batalha de Waterloo aconteceu após nova tentativa de Bonaparte de retomar o poder. Ele fugiu de seu exílio forçado, na ilha mediterrânea de Elba (hoje território italiano), para onde foi mandado em decorrência do Tratado de Fontainebleau. 

Cerca de um ano após ter sido exilado, porém, em 20 março de 1815, o líder militar francês voltou a Paris com a intenção de retomar o posto de Imperador, iniciando, assim, um período da história chamado “Governo de Cem Dias”, como conta o artigo National Geographic Espanha. 

O objetivo de Bonaparte e seus militares era recuperar o poder na região, mas outras nações europeias estavam determinadas a impedi-lo. Por esse motivo, foi criada a aliança conhecida como Sétima Coalizão, composta por tropas do Reino Unido, Prússia, Áustria e Rússia. 

As tropas britânicas lideradas pelo Duque de Wellington enfrentaram o exército napoleônico nas proximidades do vilarejo de Waterloo, atual Bélgica, onde "não apenas seu avanço seria interrompido, mas seu sonho efêmero de reconstruir seu império", diz o artigo publicado pela editora na Espanha. 

Finalmente, a vitória da Sétima Coalizão significou a retirada das tropas napoleônicas e a subsequente captura de seu líder, que foi condenado a um segundo exílio na ilha de Santa Helena, onde passou os últimos seis anos de sua vida. 

(Relacionado: Por que as vítimas do Holocausto são lembradas em 27 de janeiro)

2. As invasões dos Estados Unidos no México

A batalha diplomática entre o México e os Estados Unidos determinou que a cidade do Texas fizesse parte da lista de estados norte-americanos em meados do século 19. Na fotografia, o atual muro fronteiriço entre Estados Unidos e México atravessa a zona montanhosa entre El Paso e Juárez.

Foto de Lisette Poole

No início do século 19, os  Estados Unidos iniciaram uma política expansionista em direção ao sul de seu território, redefinindo a fronteira que separava o estado norte-americano de seu país vizinho, o México

Um artigo intitulado "The American Invasion" (“A invasão americana”), publicado pela Secretaria de Defesa Nacional no site oficial do governo mexicano, afirma que a primeira medida que daria início a expansão territorial estadunidense foi a compra da Louisiana, em 1803, e a assinatura do Tratado de Adams-Onís com a Espanha, que cedeu a posse da península da Flórida ao estado governo norte-americano.

O México, por sua vez, conquistou sua independência em setembro de 1821 e iniciou uma série de negociações com os Estados Unidos para definir os limites territoriais entre os dois países. 

A primeira disputa territorial entre eles se deu pelo território onde hoje fica o atual estado do Texas. Na época, ele fazia parte do território mexicano pró-independência, de acordo com o governo mexicano, em documento publicado em 2015. 

Por sua vez, os legisladores do Texas preferiram ser um território independente a ser anexado a qualquer um dos países, de modo que milhares de emigrantes e fazendeiros se estabeleceram pacificamente na província do Texas em 1823.

Após quase dez anos de disputas territoriais, o governo mexicano tentou recuperar a "província rebelde", que, segundo o documento, havia sido financiada econômica e militarmente pelo governo dos Estados Unidos para sustentar sua independência até que, em 1845, a república texana foi anexada aos Estados Unidos. 

Essa derrota na região levou os Estados Unidos a comprar outros territórios que, na época, pertenciam ao México. Assim, três anos depois, por meio de guerras e tratados, os estadunidenses ganharam o controle dos atuais estados da Califórnia, Nevada, Utah, Novo México, Texas, Colorado, Arizona e partes de Wyoming, Kansas e Oklahoma, informa o documento histórico mexicano.

3. A guerra mais sangrenta da América Latina

Entre 1864 e 1870, ocorreu na América Latina a Guerra da Tríplice Aliança, tristemente conhecida por ser o confronto mais sangrento e mais longo da história da região, informa o Museo Nacional Casa del Acuerdo, um complexo histórico-cultural do Ministério da Cultura da Argentina. 

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    O confronto, popularmente conhecido pelos nomes de Guerra do Paraguai, Grande Guerra ou Guerra de Guasú, opôs os membros da Tríplice Aliança (Argentina, Brasil e Uruguai) ao Paraguai. O conflito se transformou em uma guerra de extermínio do povo paraguaio e levou a um colapso demográfico de 60% a 69% de sua população, como explica o Ministério da Argentina. 

    O conflito teve origem em 1863, quando um conflito liberal derrubou o governo federal no território que hoje é o Uruguai. A ação foi comandada pelo general e político uruguaio Venancio Flores, que contou com o apoio do governo brasileiro. 

    Diante do avanço brasileiro em terras uruguaias, um general paraguaio chamado Francisco Solano López se posicionou contra a derrubada e pegou em armas a favor do Uruguai, declarando guerra ao Brasil. Essa decisão, de acordo com um artigo publicado em 2011 pela Secretaria Nacional de Cultura do Paraguai, foi baseada no medo da ocupação territorial do Paraguai após a intervenção do país vizinho. 

    (Talvez você tenha interesse em: Quanto tempo realmente durou a Guerra dos Cem Anos?

    Em 1865, Brasil, Argentina e o novo governo uruguaio assinaram o Tratado da Tríplice Aliança e se comprometeram a derrubar o governo paraguaio. A guerra terminou cinco anos depois com o assassinato do comandante Solano López e a ocupação do Paraguai pelas tropas da aliança. A população paraguaia foi reduzida pela metade dos 500 mil habitantes que possuía no início da guerra e sua economia (majoritariamente agrícola e pecuária) também foi afetada, como conclui o documento do ministério argentino.

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