Os 4 lugares para ver arte rupestre na América Latina

Locais com registros impressionantes de arte rupestre podem ser encontrados em diversos países da região e são os destinos ideais para viagens que unem história e natureza.

Por Redação National Geographic Brasil
Publicado 15 de nov. de 2023, 12:00 BRT
A região da Serra da Capivara, que fica no Piauí, tem alguns dos desenhos rupestres mais ...

A região da Serra da Capivara, que fica no Piauí, tem alguns dos desenhos rupestres mais importantes do território brasileiro. 

Foto de Marcello Casal Jr. Agência Brasil

América Latina é uma das regiões com algumas das maiores riquezas naturais no mundo, mas também guarda grandes tesouros arqueológicos que possuem registros únicos da cultura dos povos que habitaram a região em tempos remotos por meio da arte rupestre

Alguns desses lugares estão no BrasilArgentinaMéxico e República Dominicana, e foram reconhecidos pela Unesco (agência da Nações Unidas para Educação, Ciência e Cultura) como locais de Patrimônio Mundial por conta da diversidade cultural arqueológica que possuem. E o melhor: é possível visitar esses destinos e ver de perto registros únicos de arte rupestre na América Latina! 

Veja a seleção de quatro lugares para ver in loco arte rupestre. De quebra, os viajantes podem aproveitar para se aventurar pelas impressionantes belezas naturais desses parques e realizar uma visita inesquecível.

Parque Nacional da Capivara,  Piauí – Brasil 

Criado em 1979, o Parque Nacional da Capivara é localizado no nordeste do Brasil, no estado do Piauí, e possui a maior quantidade de vestígios arqueológicos do país, com vários painéis de pinturas e gravuras de arte rupestre

Segundo a Unesco, o Parque da Capivara abriga um dos mais importantes sítios arqueológicos das Américas, com evidências e artefatos que forçaram uma ampla reavaliação das teorias tradicionais fundamentais que sustentam as origens do assentamento humano nas Américas.

Inscrições rupestres no Parque Nacional Serra da Capivara.

Foto de Iphan Tadeu Gonçalves

O parque é mantido pelo Icmbio (Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade), órgão subordinado ao Ministério do Meio Ambiente e Mudança  do Clima, e foi tombado pelo Iphan (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional) em 1993, como relata o site oficial do local.

Por sua importância arqueológica, a Unesco incluiu o destino na lista de Patrimônio Mundial em 1991. Além disso, a área de aproximadamente 130 mil hectares do parque possui cerca de 400 sítios arqueológicos que se espalham pela zona morfoclimática da Caatinga brasileira. 

Os visitantes podem ir ao parque em qualquer época do ano, sendo que o inverno é um período mais chuvoso, e o verão, mais seco. A sede do parque fica na cidade de São Raimundo Nonato,  a cerca de 530 quilômetros de distância da capital do Piauí, Teresina.

Parque Nacional Cotubanamá – República Dominicana

Este Parque Nacional, declarado desde 1975 como zona protegida, está localizado no extremo sudeste do país caribenho, abrangendo as províncias de La Altagracia e La Romana, com uma área de 310 km². 

Antes chamado de Parque del Este, desde 2018 é reconhecido pela Unesco como Patrimônio Mundial. Conforme explica a Unesco, o local possui uma floresta exuberante, praias, manguezais, enseadas, cavernas e penhascos repletos de recursos históricos e culturais. 

Os interiores de suas cavernas guardam os vestígios da cultura dos antigos habitantes da ilha antes da chegada dos espanhóis e apresentam as manifestações culturais dos habitantes pré-hispânicos da região por meio de pictografias rupestres

A agência da ONU destaca o grupo de arte rupestre da caverna de José Maria, com 1.200 pinturas. Mas esta caverna e a de Ramoncito, que estão no setor oeste do parque (Guaraguo), só podem ser visitadas para fins científicos e sob autorizações especiais. 

Quem frequentar o parque, no entanto, pode conhecer outros sítios de arte rupestre, como a caverna de Berna, com 350 petróglifos e 20 pictogramas, localizada no setor de Boca de Yuma. 

O viajante que for ao Parque Nacional Cotubanamá além de poder observar a riqueza da arte rupestre local, ainda poderá verá animais marinhos e aves, belíssimas praias e uma vegetação tropical única perfeita para o turismo ecológico.

Cueva de Las Manos, em Santa Cruz – Argentina

O sítio arqueológico Cueva de Las Manos está na área do Alto Río Pinturas, na parte noroeste da província de Santa Cruz, ao sul da Argentina, e possui uma grande diversidade de belos penhascos e uma caverna com várias pinturas rupestres, como descreve o site oficial do parque natural. 

Segundo a Unesco, o parque Cueva de las Manos tem um conjunto excepcional de arte rupestre, especialmente em uma caverna com magníficas pictografias rupestres que foram executadas entre os anos 13 mil a 9 mil e 500 anos a.C. 

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    Nos registros rupestres estão cenas de caça que retratam animais e figuras humanas.

    Foto de Gobierno de la Provincia de Santa Cruz

    Além de possuir uma paisagem extraordinária, com o rio correndo por um cânion profundo, o nome dado à caverna (que seria Caverna das Mãos, em tradução livre) deve-se  aos contornos de mãos humanas estampados em seu interior. 

    No local, no entanto, também há representações de animais, como guanacos (Lama guanicoe), ainda encontrados na região, bem como cenas de caça que retratam animais e figuras humanas.

    Os estudiosos da Unesco afirmam que a sequência artística de Cueva de Las Manos apresenta registros que o local foi habitado pelos possíveis ancestrais do primeiro povo Tehuelche da Patagônia. Por conta disso, ela é considerada pela comunidade científica internacional como um dos sítios mais importantes dos primeiros grupos de caçadores-coletores da América do Sul durante o Holoceno Inicial, que ainda mantém um bom estado de preservação.

    O parque da Cueva de Las Manos pode ser visitado o ano todo, sem reservas prévias, e as visitas guiadas duram cerca de 1 hora, com 20 pessoas por passeio. A visita não é gratuita e os valores  estão no site oficial da atração. 

    Sierra de San Francisco, Baja California – México

    Reconhecida pela Unesco desde 1993, a Sierra de San Francisco fica na região central da península da Baja Califórnia, no México. Com registros que vão de aproximadamente 100 a.C. a 1300 d.C., a Sierra de San Francisco foi o lar de um povo que agora desapareceu, mas que deixou uma das coleções de pinturas rupestres mais notáveis do mundo, segundo a agência da ONU. 

    Na parte superior esquerda, há uma figura vermelha com barriga preta, identificado por seus chifres característicos. A cena inclui também uma figura humana pintada em vermelho e preto, cujo rosto tem um oval preto. O componente cromático das figuras humanas foi identificado como padrões de pintura corporal e facial.

    Foto de INAH-CINAH Baja California Sur Ma. de la Luz Gutiérrez

    A arte rupestre encontrada na região, inclui várias pinturas que mostram figuras humanas e muitas espécies animais e ilustrando a relação entre os seres humanos e seu ambiente, elas revelam uma cultura altamente sofisticada. 

    As pinturas estão tanto nas paredes quanto nos telhados de rocha das cavernas, e são  de difícil acesso. Elas foram divididas em quatro grupos principais pelos especialistas: Guadalupe, Santa Teresa, San Gregorio e Cerritos. 

    Para chegar à região, é preciso pegar a “Ruta 1”, que passa dentro da Sierra de San Francisco e chega a uma das principais atrações: a Cueva El Ratón. Os passeios podem ser feitos de carro, a cavalo, caminhadas ou excursões guiadas, e o ponto inicial da visita é a cidade de Guerrero Negro (onde há um aeroporto).

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