As 4 curiosidades sobre Atlântida, o continente perdido, que vão te surpreender

O local lendário descrito em diálogos do filósofo grego Platão faz parte do imaginário humano e se tornou fonte de livros e filmes documentais. Conheça mais sobre a idealizada ilha de Atlântida.

Por Redação National Geographic Brasil
Publicado 26 de abr. de 2024, 15:00 BRT
Há várias teorias que colocam Atlântida ou o "continente perdido" no Oceano Atlântico ou até mesmo ...

Há várias teorias que colocam Atlântida ou o "continente perdido" no Oceano Atlântico ou até mesmo no Mar Mediterrâneo. Os oceanos possuem inúmeras ilhas em lugares remotos, como esta da Geórgia do Sul, no Atlântico. 

Foto de Renan Ozturk

Atlântida, uma ilha lendária perdida em pleno Oceano Atlântico, estaria situada a oeste do Estreito de Gibraltar, como explica a Encyclopædia Britannica (uma plataforma de conhecimento do Reino Unido). 

O local é um mito idealizado que se tornou parte dos pensamentos de filósofosexploradores, caçadores de tesouros e historiadores. Por isso mesmo, vem sendo retratado, há séculos, em livrostais como o best-seller O Império Perdido de Atlanta”, do britânico Gavin Menzies, e em documentários, como Atlântida: a Cidade Perdida, de National Geographic, assinada por Simcha Jacobovici e pelo ganhador do Oscar®, James Cameron. Cameron, inclusive, participa da expedição que foi buscar por Atlântida e é possível conferir o resultado dessa aventura no Disney+.

Muitos já tentaram entender, explicar e até encontrar Atlântida, o tida como “o continente perdido”, e o que se sabe sobre ela vêm justamente de pesquisas ao longo dos anos. Porém, as principais fontes da lenda são dois diálogos do filósofo grego Platão – “Timeu” e “Crítias” –, escritos no século 4 a.C.

Conforme explica a fonte britânica, no primeiro texto Platão conta como os sacerdotes egípcios, em conversa com o legislador ateniense Sólon, descreveram Atlântida como uma ilha maior do que a Ásia Menor e a Líbia juntas, e situada logo após os Pilares de Hércules (local onde fica o Estreito de Gibraltar). 

Entre lendas e fatosAtlântida atrai até hoje milhares de pessoas buscando saber mais dessa ilha que teria abrigado, segundo certas lendas, uma sociedade utópica bastante inteligente. Confira algumas curiosidades acerca dessa história e conheça mais sobre “o continente perdido”. 

(Veja mais sobre o tema: Qual é o livro mais antigo do mundo? Spoiler: ele foi escrito na Idade do Bronze

1. Como Atlântida é descrita por Platão

Segundo um artigo de Erin Blakemore para National Geographic dos Estados Unidos, em seus textos conhecidos como diálogos (“TimaeusCrítias”), que datam do século 4 a.C., Platão chamou a tal ilha de Atlantis nêsos, ou a "ilha de Atlas", e pretendia representar essa civilização insular como um complemento fictício da cidade de Atenas, na Grécia

Atlântida é apresentada pelo filósofo grego como um estado sofisticado que ruiu depois que seus arrogantes governantes tentaram invadir a Grécia. Atlântida era uma ilha rica cujos príncipes poderosos conquistaram muitas das terras do Mediterrâneo até serem finalmente derrotados, detalha a Britannica sobre a lenda.  Em retaliação ao desejo de poder dos governantes, Platão relata que Atlântida foi castigada pelos deuses ao desencadear desastres naturais que a mergulharam no fundo do mar e aniquilaram todo o seu poder remanescente.

Foi o filósofo Platão que deu o nome de Atlantis nêsos a esse continente perdido idealizado. ...

Foi o filósofo Platão que deu o nome de Atlantis nêsos a esse continente perdido idealizado. Na foto, um busto do filósofo grego em uma cópia de meados do século 1 d.C. de uma estátua original do século 4 a.C.

Foto de Mark Cartwright World Encyclopedia of History, Creative Commons Attribution-NonCommercial-ShareAlike

“É uma história que captura a imaginação”, afirma James Romm, professor de clássicos no Bard College em Annandale, Nova York, nos Estados Unidos, para um artigo da National Geographic norte-americana, escrito por Willie Drye e intitulado “Atlantis”. “É um grande mito. A história tem muitos elementos com os quais as pessoas gostam de fantasiar”, complementa Romm.

Os fundadores da Atlântida, segundo Platão, eram metade deuses e metade humanos. Eles criaram uma civilização utópica e se tornaram uma grande potência naval. Seu lar era formado por ilhas concêntricas separadas por amplos fossos e ligadas por um canal que penetrava até o centro. As ilhas exuberantes continham ouroprata e outros metais preciosos, e abrigavam uma abundância de vida selvagem rara e exótica. Havia também uma grande capital na ilha central, conforme descreve o artigo.

Segundo a World History Encyclopedia, a terra de Atlântida tinha árvores, alimentos em abundância e era habitada por muitas criaturas, inclusive elefantes. Os habitantes de Atlântida viviam bem, construíam cidades com portos e belos templos, pontes e canais com muros e portões para unir os anéis de mar ao redor da ilha. 

2. O mito de Atlântida voltou de novo ao mundo moderno na Idade Média

Séculos após a morte de Platão – o criador da lenda, a história da Atlântida voltou a aparecer, primeiro em textos de filósofos cristãos e judeus, mas ganhou mais notoriedade depois em obras especulativas do autor e político britânico Sir Francis Bacon, cujo o livro “Nova Atlântida: A Grande Instauração”, que foi publicado postumamente em 1626, fez muito sucesso. Neste livro, Bacon descreve Atlântida como uma sociedade utópica que existiu em uma ilha isolada no Oceano Pacífico cujos habitantes são cultoshumanitários e profundamente cristãos.

Ele dá o nome de “Bensalém” a essa “nova Atlântida” e diz que trata-se de uma ilha mítica descoberta pela tripulação de um navio europeu depois que eles se perderam no Oceano Pacífico, em algum lugar a oeste do Peru. O romance descreve a evolução gradual da ilha, seus costumes e sua instituição científica patrocinada pelo estado, a "Casa de Salomão", que seria "o próprio olho deste reino", conta o livro.

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    Depois de muitos séculos após ser mencionada por Platão, o mito da Atlântida reapareceu em textos de filósofos cristãos e judeus. Missões que vasculham os oceanos em busca da Atlântida já ocorreram em submarinos ultra-modernos, como este, que desceu no Lydonia Canyon, um cânion de águas profundas no Oceano Atlântico.

    Foto de Luis Lamar

    3. Nos mitos, Atlântida aparece localizada em lugares diferentes no oceano

    Até hoje, há muitas teorias sobre onde ficava a lendária ilha de Atlântida – seja no meio do Oceano Atlântico, no Mar Mediterrâneo, mais próxima da costa da Espanha ou até mesmo sob o que hoje é a Antártida. “Escolha um ponto no mapa e alguém já disse que Atlântida estava lá”, comentou para a NatGeo norte-americana Charles Orser, curador de história do Museu do Estado de Nova York, em Albany, nos Estados Unidos . 

    Britannica relata que após o período do Renascimento, por exemplo, foram feitas tentativas de identificar Atlântida com o continente Americano, a Escandinávia e as Ilhas Canárias, na Espanha. A história de Atlântida acabou se propagando também não só pelo mito criado por Platão. Uma erupção vulcânica na ilha de Thera, ocorrida por volta de 1.500 a.C., e considerada uma das mais estupendas da história, foi acompanhada por uma série de terremotos e tsunamis que abalaram a civilização em Creta, sendo uma outra possível origem à lenda de Atlântida propagada pelos egípcios.

    4. Afinal, Atlântida existe ou não existe? 

    Apesar de muitos escritorescineastas, filósofos e até arqueólogos de linhas mais fantasiosas ainda acreditarem na existência da antiga ilha de Atlântida, estudiosos afirmam que ela é uma lenda e que, possivelmente, Platão a criou como representação filosófica de uma sociedade utópica

    “Platão usa todos os meios literários necessários para melhor expressar suas ideias filosóficas. É talvez com isso em mente que se deve ler o mito de Atlântida”, afirma a World History Encyclopedia ao tratar da lenda imaginada por Platão.  

    Como Platão não era um historiador, mas um filósofo, ele frequentemente usava metáforas para expressar seus pensamentos, como mostram suas próprias palavras nos textos dos diálogos e que são faladas por Crítias: “É inevitável, suponho, que tudo o que dissemos seja uma espécie de representação e tentativa de semelhança”. 

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