As gramas marinhas estão presentes em todos os continentes da Terra, exceto na Antártida.

O que são as gramas marinhas e qual sua importância para os oceanos?

Neste 1º de março, Dia Mundial das Gramas Marinhas, conheça mais sobre essa vegetação aquática tão necessária ao meio ambiente.

As gramas marinhas estão presentes em todos os continentes da Terra, exceto na Antártida.

Foto de Nuria Teixido
Por Redação National Geographic Brasil
Publicado 29 de fev. de 2024, 14:28 BRT

Talvez você não saiba, mas no fundo do mar há verdadeiros “jardins” formados por variadas espécies de gramas marinhas (também conhecidas como ervas marinhas ou, em inglês, seagrass bed). O dia 1º de março foi estabelecido oficialmente pela ONU (Organização das Nações Unidas) como o Dia Mundial das Gramas Marinhas – desde uma resolução na Assembléia Geral em 2022 – para ser uma data que repercute a importância dessa vegetação para o meio ambiente de todo o planeta e, assim, promover ações para conservá-las e contribuir para a sua proteção

Segundo o Centro de Biologia Marinha da USP (Universidade de São Paulo), as gramas marinhas estão presentes em todos os continentes da Terra, exceto na Antártida, e são habitats para diversos outros organismos, desde pequenos crustáceos até peixes, e servem também como alimento principalmente para tartarugas e peixes-boi

Conheça melhor essa vegetação que possui mais de 70 espécies e descubra por que as gramas marinhas são tão importantes para o ecossistema oceânico. 

O que são as gramas marinhas?

De acordo com a própria ONU, as gramas marinhas são plantas encontradas em águas rasas, em muitas partes dos mares de todo o mundo, desde os trópicos até o círculo Ártico. As gramas (ou ervas) marinhas formam extensos prados subaquáticos, como “jardins” altamente produtivos e biologicamente ricos.

Elas cobrem apenas 0,1% do fundo de todos os oceanos, mas corresponde a 300 mil km², segundo a ONU. Como já mencionado, fornecem abrigo a milhares de espécies de peixescavalos-marinhostartarugas, entre outros seres aquáticos. 

As gramas marinhas cobrem apenas 0,1% do fundo de todos os oceanos, mas são essenciais para a captura de carbono presente nos mares. 

Foto de David Doubilet

relatório lançado em 2020 pelo Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma) chamado Out of Blue: o valor das gramas marinhas para o Meio Ambiente”, explica que as gramas marinhas são ecossistemas biologicamente ricos e altamente produtivos, servindo como valiosos berçários para mais de 20% das 25 maiores regiões de pesca do mundo. Além disso, eles filtram patógenosbactérias e a poluição da água do mar.

Conforme a ONU, há cerca de 72 espécies de gramas marinhas em todo o mundo. Só nos mares do Brasil é possível encontrar três espécies de grama marinhaHaloduleHalophilaRuppia, relata o Centro de Biologia Marinha da USP. 

A importância das gramas marinhas

Por conta de todos os benefícios ao meio ambiente como abrigo de diversas espécies marinhas (inclusive algumas ameaçadas de extinção) e também por sua capacidade de filtrar patógenos, bactérias e a poluição da água dos oceanos, as gramas marinhas são consideradas de suma importância pelos estudiosos, como explica a ONU.

As gramas marinhas também são altamente eficientes como sumidouros de carbono, já que podem absorver e armazenar até 18% do carbono oceânico global. Isso as torna uma poderosa solução baseada na natureza para lidar com os impactos das mudanças climáticas

Além disso, ao diminuir a acidificação dos oceanos, essa vegetação também contribui para a resiliência dos ecossistemas e de espécies mais vulneráveis, como os recifes de coral – outro importante elemento dos oceanos.

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    As gramas marinhas é um refúgio para uma variedade de espécies, inclusive as ameaçadas de extinção, como os peixes-boi.

    Foto de Jason Gulley

    As gramas marinhas atuam ainda, segundo a ONU, como uma primeira linha de defesa ao longo dos litorais, reduzindo a energia das ondas, protegendo assim as pessoas do risco crescente de enchentes e tempestades.

    Acontece que, como descrito no relatório do Pnuma sobre as gramas marinhas, anualmente há uma redução de 7% desses habitats em todo o mundo e pelo menos 22 das 72 espécies de gramas marinhas conhecidas estão em declínio. Sendo que desde o final do século 19, perdemos quase 30% desses ambientes em todo o mundo. Notavelmente, 21% das espécies de gramas marinhas são classificadas como “quase ameaçadas”, “vulneráveis” e “ameaçadas de extinção”, dentro da Lista Vermelha de Espécies Ameaçadas da União Internacional para a Conservação da Natureza.

    De acordo com o estudo feito para o relatório, as principais ameaças a essa vegetação são o escoamento de lixo urbano, industrial e agrícola, o desenvolvimento costeiro, a dragagem, a pesca e a navegação irregulares e as mudanças climáticas

    Portanto, por conta de sua importante contribuição para o desenvolvimento sustentável e para a atenuação e adaptação às mudanças climáticas, é essencial o cuidado e a preservação das gramas marinhas.

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