Que foto animal! As melhores poses de bichos em 2021
O resgate de uma girafa, uma rã transparente, uma água-viva paralisada: entre milhares de imagens, os editores da National Geographic selecionaram essas 28 fotos impressionantes de animais.

As belugas são brincalhonas e curiosas. Na ilha Somerset, no Ártico canadense, elas pegam pedras e oferecem-nas umas às outras ou jogam algas sobre a cabeça e fazem graça como se estivessem usando tiaras ou perucas. Quase duas mil belugas brincam aqui durante todos os verões do Hemisfério Norte, amamentando seus filhotes, emitindo sons e assobios como forma de comunicação e nadando em grupos formados por companheiros e familiares. A cultura das belugas está enraizada em relações sociais duradouras e os cientistas suspeitam que elas estão entre as muitas espécies de baleias que compartilham tradições culturais, assim como os humanos.
Um puma salta sobre um riacho no refúgio de vida selvagem Florida Panther National Wildlife Refuge, no sudoeste da Flórida. Esses felinos, que raramente são avistados, somam apenas cerca de 200 indivíduos e estão reivindicando território ao norte de Everglades. Contudo seu habitat é ameaçado pela expansão urbana. Em junho, o estado da Flórida decretou medidas mais rigorosas de preservação dos corredores de vida selvagem, essenciais à sobrevivência desses animais.
As rãs-de-vidro são mestres da camuflagem. Esses pequenos anfíbios habitam as árvores da América Latina e foram batizados assim devido à sua pele translúcida. A rã-de-vidro-de-manduriacu (à esquerda) é uma caçadora oportunista. Aguarda até que um pequeno inseto ou aranha cruze seu caminho e, então, o ataca.
Embriões da rã-de-vidro da espécie Nymphargus wileyi (à direita), endêmica dos Andes orientais do Equador, na ponta de uma folha de samambaia. Quando os ovos eclodem em girinos, eles caem no riacho abaixo e continuam seu desenvolvimento.
Elefantes órfãos no Santuário de Elefantes Reteti, no norte do Quênia, recebem fórmula na mamadeira a cada três horas. Os filhotes costumavam ser alimentados com fórmula infantil importada, mas quando o produto se tornou escasso em meio à pandemia, a equipe do santuário passou a oferecer uma fórmula feita com leite de cabra local, que é mais barato, mais sustentável e mais fácil de obter. Os elefantes aceitaram o alimento e estão se desenvolvendo bem.
A vista do centro de uma nuvem de gafanhotos no santuário de vida selvagem Lewa Wildlife Conservancy, no norte do Quênia, mostra uma cena frenética. As nuvens podem variar de menos de 1,3 quilômetro quadrado a 1,2 mil quilômetros quadrados, com 40 a 80 milhões de gafanhotos. Nuvens de gafanhotos têm atingido o Chifre da África desde o fim de 2019, devorando plantações e pastagens — e dando início a um cronograma de pulverização de pesticidas, de forma terrestre e aérea, em oito países. No entanto, esses agrotóxicos podem ser prejudiciais à vida selvagem.
Na costa de Marselha, a 80 metros abaixo da superfície do Mar Mediterrâneo, o camarão da espécie Plesionika narval flutua em meio a florestas de coral negro. (O nome do coral tem relação com seu esqueleto preto, mas o tecido vivo é branco.) Os camarões têm cerca de 10 centímetros de comprimento e enviam sinais por meio de suas antenas. No Mediterrâneo, pedaços de plástico foram encontrados no estômago desses animais.
Nadadores de todo o Atlântico Norte fogem ao avistar esta água-viva, da espécie Pelagia nociluca, vulgarmente conhecida como “mauve stinger” em inglês (ferrão-malva). Células urticantes cobrem seus tentáculos e corpo. Mas um coral negro paralisou esta aqui, perto de La Ciotat, no sul da França.
Anthony Caere, piloto do Parque Nacional de Virunga, na República Democrática do Congo, abraça os filhotes de chimpanzé Felix e Mara durante um voo até o Centro de Reabilitação de Primatas Lwiro. As famílias desses jovens chimpanzés foram mortas por caçadores. Caere, que sobreviveu a um acidente de avião em 2017, diz que ajudar a resgatar chimpanzés lhe dá um propósito na vida.
Ndakasi, uma gorila-das-montanhas, faleceu nos braços de seu cuidador em 26 de setembro após um longo período doente. Esta foto foi tirada um pouco antes de ela partir. Andre Bauma e outros no Senkwekwe Mountain Gorilla Center, na República Democrática do Congo, cuidavam dela desde 2007, quando foi encontrada ainda filhote, agarrada ao cadáver de sua mãe. Ndakasi foi a única de sua família de gorilas-das-montanhas, espécie criticamente ameaçada de extinção, a sobreviver a uma chacina, que mais tarde foi associada a produtores ilegais de carvão.
As abelhas-das-orquídeas, com seus corpos iridescentes, primas tropicais das mamangavas e abelhas melíferas, estavam entre os inúmeros insetos coletados por entomologistas em uma torre de observação de 40 metros em Manaus. Os insetos encontrados se caracterizam por serem novos e incomuns. A maioria dos entomologistas estuda a vida no solo. Contudo esses cientistas olharam para cima — e encontraram uma diversidade impressionante de novas criaturas.
As fotos tiradas de cima pelo fotógrafo Eduard Florin Niga revelam o rosto de formigas em detalhes microscópicos. A formiga tucandeira, Paraponera clavata, nativa da América Latina, tem uma das picadas mais dolorosas entre os insetos.
Formiga membro do gênero Camponotus, um grande e complexo grupo encontrado em todo o mundo e que compreende mais de mil espécies.
Carla Heras, voluntária do Santuário Gaia em Camprodon, Espanha, abraça o pato Laietana. Laietana é um dos 1,5 mil animais que vivem no centro. A maioria foi resgatada das ruas e da indústria agrícola. Gaia é um dos diversos santuários na Espanha que abriga animais retirados de locais de criação, onde seriam abatidos para alimentação.
Uma nuvem de ovos e espermatozoides de coral se movimenta acima de Moore Reef, parte da Grande Barreira de Corais. Esse evento de “desova” anual — influenciado pelo ciclo lunar, temperatura da água e duração do dia — permite que os corais se reproduzam sexualmente e mantenham a diversidade genética. Mais de um quarto dos corais conhecidos no mundo estão ameaçados de extinção. “Sinto alegria e alívio ao nadar em meio à desova de corais promovida pelos corais sobreviventes”, diz o fotógrafo David Doubilet.
Quando a noite cai em mar aberto, há um mundo a ser explorado. Um peixe da família Carangidae se esconde atrás de uma água-viva — pilotando-a como se fosse um barco a motor. A água-viva fornece proteção contra predadores e o peixe ainda pode se alimentar de parasitas que se agarraram ao seu hospedeiro
Jovem peixe-vaca do tamanho de uma moeda na costa da Indonésia.
Um pika no Parque Nacional das Montanhas Rochosas do Colorado foge do sol e entra em uma caverna rochosa, onde é mais fresco. Adaptados para sobreviver a invernos em alta altitude, os pikas são especialmente sensíveis ao calor durante o verão. Com a ajuda de voluntários, o Projeto Colorado Pika tem como objetivo coletar o maior número possível de dados para proteger melhor a querida espécie nativa.
Todo mês de fevereiro, antes de começarem uma jornada cansativa rumo ao norte, os gnus — em companhia das inúmeras zebras que viajam com eles — se reúnem para pastar e ter seus filhotes nas planícies de grama perto da fronteira sul do Parque Nacional Serengeti, na Tanzânia. Meio milhão de gnus nascem aqui todos os anos, uma média de 24 mil por dia. Os filhotes conseguem sair andando poucos minutos após o nascimento. Todos os anos, cerca de 1,3 milhão de gnus seguem as chuvas sazonais em uma rota circular que vai da Tanzânia ao Quênia — a maior migração terrestre do planeta.
Os guias da Reserva Nacional Masai Mara do Quênia apelidaram esse grupo de “Quinteto Magnífico”. Esses guepardos machos caçaram juntos por mais de quatro anos. Os machos normalmente competem entre si, mas a espécie é social e altamente adaptativa. Esses felinos permaneceram unidos enquanto se beneficiavam da aliança.
No banco de trás de um carro, um guepardo de 7 meses mostra seu descontentamento para a mão estendida daquele que o resgatou. As autoridades interceptaram o filhote, posteriormente batizado de Astur, antes que fosse vendido a um contrabandista. Mas, todos os anos, dezenas — talvez centenas — de filhotes de guepardos são ilegalmente retirados da Somalilândia para os estados do Golfo Pérsico para serem vendidos como animais de estimação.
Batizada de “Nariz” no idioma somali, San estava entre os 10 filhotes resgatados em outubro de 2020 após a prisão do contrabandista de guepardos Cabdi Xayawaan, condenado por acusações de tráfico de animais selvagens. Ela estava com o nariz muito machucado e chorava no início, mas desde que foi alojada com Link e Zelda (à direita), se acalmou.
Os irmãos Link e Zelda também foram resgatados como parte do caso de Cabdi Xayawaan. Batizados em homenagem aos personagens do jogo The Legend of Zelda (A lenda de Zelda, em tradução livre), da Nintendo, os dois são inseparáveis — mesmo quando Link irrita Zelda com seu jeito meio agressivo.
Para os suricatos, que se assemelham aos mangustos, no deserto de Kalahari, no sul da África, a sobrevivência é um esforço coletivo. Sentinelas procuram por perigo e os animais adultos que ocupam um lugar mais baixo na hierarquia, normalmente as fêmeas, alimentam e cuidam dos filhotes das fêmeas mais velhas. Não está claro como as mudanças climáticas afetarão os suricatos no Kalahari, mas verões mais quentes e mais secos podem reduzir sua população.
Ao saírem de suas tocas após o anoitecer, os pangolins-terrestres comem, cada um, cerca de 15 mil formigas e cupins todas as noites — 5,5 milhões por ano. A abundância de insetos depende de gramíneas saudáveis, o fio que tece a rede da vida nas areias pobres em nutrientes do Kalahari. Sem as chuvas de verão, não haverá verde. O deserto é extremamente afetado pelas mudanças climáticas: à medida que o aumento da temperatura modifica os padrões de chuva, animais como o pangolim enfrentam um futuro incerto.
Oito girafas raras da subespécie Rothschild ficaram presas quando uma ilha no lago Baringo, no Quênia, inundou rapidamente no fim de 2020. Uma equipe de resgate as transportou uma a uma, começando com uma fêmea chamada Asiwa, até um santuário recém-construído no continente. Uma barcaça construída com tambores de metal, vigas de aço e lonas foi utilizada como meio de transporte.
Simon’s Town, na África do Sul, é o lar de uma grande colônia de reprodução de pinguins-africanos. Alguns se habituaram aos humanos, instalando-se nos jardins das casas e até mesmo visitando o interior das residências. Algumas pousadas estão aproveitando o fenômeno e utilizando a presença dos pinguins como um argumento de venda. Contudo especialistas alertam que ao estarem mais acostumados com os humanos, os animais podem atravessar estradas e serem atropelados por carros. A época de maior visitação dos turistas coincide com a troca de penas dos pinguins, um evento anual que ocorre no verão, quando as aves são incapazes de forragear por várias semanas, potencialmente tornando-as mais vulneráveis ao estresse.
Uma foca-leopardo nada ao lado de um iceberg na costa oeste da Península Antártica. As bolhas de ar liberadas do gelo derretido atingem a lente da câmera subaquática. Para essas focas, os blocos de gelo servem como um local para reprodução e a troca de pelos, além de serem o habitat do krill, uma importante presa.
