Que tal se aventurar pelas paisagens maravilhosas do Rio de Janeiro?
Das florestas tropicais aos bairros agitados, descubra a Cidade Maravilhosa com um Explorador da National Geographic.
O RIO DE JANEIRO, conhecido como a Cidade Maravilhosa, é famoso por suas paisagens exuberantes, praias incríveis, povo receptivo e, claro, o Carnaval. Lar da estátua do Cristo Redentor, do gingado do samba e da bossa nova e da extensa Floresta da Tijuca, a cidade combina natureza e cultura de forma magistral. E é essa mistura de belezas naturais com criatividade humana que faz com que eu nunca queira sair daqui.
Viagem do bem
O Navegador, localizado na região central do Rio de Janeiro, é um restaurante aconchegante que oferece comida típica brasileira e um menu orgânico local. Os ingredientes são obtidos de pequenos produtores rurais, desenvolvendo, assim, uma rede de produção sustentável.
O que levo na mochila
Nunca deixo de levar uma lanterna na mochila. A vida selvagem revela-se abundante ao cair da noite, horário em que a maior parte dos animais fica mais ativa. A maioria das pessoas que visita florestas se contenta em observar borboletas e pássaros, mas estou sempre disposto a voltar durante a noite para encontrar os habitantes escondidos. Essas expedições noturnas são relaxantes, repletas de surpresas, além de serem acessíveis a qualquer pessoa com uma lanterna. No Rio, sempre tome conhecimento das áreas seguras para explorar à noite. Evite ir sozinho e sempre pergunte a um morador sobre os locais que devem ser evitados, pois isso pode mudar com frequência.
Artesanato tradicional
Os artesões locais podem ser vistos em algumas feiras como a Feira de São Cristóvão, a Feira da Praça XV, a Feira de Copacabana e a Feira do Lavradio. No bairro de Santa Teresa, além das casas e ruas antigas e seus tradicionais restaurantes, muitos artesões locais têm pequenas lojas como a Tucum Brasil, que comercializa arte indígena.
Etiqueta local
O Brasil é o único país falante da língua portuguesa na América Latina, não espere que as pessoas falem espanhol por lá. O inglês já está bastante difundido, principalmente nas regiões turísticas, e, em geral, os moradores são bastante prestativos. Embora o Rio seja repleto de maravilhosas praias e cachoeiras, é proibido ficar nu em público. É comum compartilhar pratos e bebidas em restaurantes e bares, pergunte se a refeição serve mais de uma pessoa. Os moradores se cumprimentam com abraços e beijos, um costume que se nota logo de cara.
Para os ouvidos
Antes de visitar o Brasil, é essencial conhecer a canção Acabou Chorare, dos Novos Baianos; o álbum Tropicalia ou Panis et Circencis; o movimento Clube da Esquina, com Milton Nascimento e Lô Borges; os artistas Caetano Veloso, Gilberto Gil, Elis Regina, Vinicius de Morais, Tom Jobim, Nara Leão, Chico Buarque e Gal Costa; e a banda Os Mutantes. Uma bom livro para conhecer mais sobre países com florestas tropicais é o clássico In the Rainforest, escrito pela jornalista Catherine Caufield. Embora ele seja relativamente antigo, ainda retrata com precisão a beleza e a fragilidade desses lugares. Mas a verdadeira essência do Brasil está em sua música.
Participe de uma aula
Em algumas épocas do ano, os turistas podem participar de aulas de samba em escolas de samba e também em outros locais, principalmente no período do Carnaval. Antes do feriado do Carnaval, é possível adquirir fantasias nas comunidades locais para participar do desfile das escolas de samba.
Dicas de comportamento
O Brasil é um país multicultural e diverso. O Rio de Janeiro abriga diversas culturas e religiões, portanto, sempre seja gentil e trate com respeito as outras pessoas. Nunca jogue lixo nas ruas, principalmente na praia. Não alimente os animais silvestres.
Prove os sabores
A pedida tradicional na praia é o Biscoito Globo (biscoito de polvilho) e Matte Leão (chá gelado). Não deixe de provar uma água de coco fresquinha nos quiosques ou na Lagoa. Açaí gelado e sucos de fruta natural refrescam e dão energia para as caminhadas pela cidade. Tome café da manhã no Jarbô Café (Jardim Botânico), Da Casa da Táta (Gávea), Empório Jardim (Leblon) ou Tapi (Leblon ou Centro). Almoce ou jante no Zazá Bistrô (Ipanema) ou Fogo de Chão (Botafogo).
Evite locais repletos de turistas
A Prainha é uma praia intocada, afastada da área urbana, que vale a pena ser visitada. Ao sair de lá, experimente frutos do mar em Guaratiba. A Pedra Bonita tem uma trilha fácil com uma vista espetacular da cidade. Para quem tem experiência com trilhas, a Pedra da Gávea e o Bico do Papagaio possuem as vistas mais belas da cidade. É possível andar de barco até a Ilha de Paquetá, uma pequena vila onde você tem a impressão de que o tempo parou.
Herança cultural
Quem mora no Rio ama assistir ao pôr do sol. Para apreciá-lo, visite a Mureta da Urca, onde as pessoas se reúnem para tomar uma cerveja ou caipirinha à beira mar, ou a Pedra do Arpoador, no fim da Praia de Ipanema. Vale a pena conhecer os pontos turísticos mais tradicionais como o Cristo Redentor, Pão de Açúcar, Praia Vermelha, Teatro Municipal, Real Gabinete Português de Leitura, Escadaria Selarón, Museu do Amanhã e Museu de Arte do Rio. Eu nunca me canso de nenhum desses locais. Se quiser ver samba ao vivo, a Lapa é um bairro boêmio com uma vida noturna agitada aos finais de semana.
Explore ao ar livre
É fácil encontrar vida selvagem no Jardim Botânico, que abriga uma diversidade de plantas e animais, como tucanos, macacos-prego, capivaras e tiês. Reserve um tempo para visitar as áreas especiais que preservam orquídeas, bromélias, cactos, plantas carnívoras e abelhas. Fique até o anoitecer e explore o local com uma lanterna.
Não deixe de visitar
O Parque Nacional da Tijuca é uma área de proteção de todas as florestas vizinhas e abriga uma vida selvagem espetacular. Há trilhas com diversos níveis de dificuldade, cachoeiras e cavernas. É visita obrigatória para quem quiser curtir uma floresta tropical localizada a apenas 10 minutos do agitado Rio de Janeiro. Eu levo todos os meus hóspedes para a floresta e eles afirmam ter sido a melhor experiência no Rio.
Sobre o meu trabalho
Expedição Mantis foi uma viagem realizada pela Mata Atlântica em busca de louva-a-deus raros. A equipe explorou lugares maravilhosos, como as montanhas da Serra dos Órgãos e as dunas de Itapebussus, onde o selvagem e o humano coexistem. Nessa busca por louva-a-deus, descobrimos a abundante biodiversidade desse bioma comprometido e as histórias de quem vive nesses locais.
Leonardo Moutinho Lanna é biólogo, fundador do Projeto Mantis, fotógrafo de vida selvagem e poeta nascido no Rio de Janeiro. Ele busca contar as histórias da Mata Atlântica e trazer visibilidade para a conservação dos insetos, sobretudo os louva-deus e seus ecossistemas. Siga o @projetomantis no Facebook e no Instagram.