Dia Internacional do Bicho-Preguiça: curiosidades sobre este animal tão presente no continente americano
Uma bicho-preguiça mãe, atordoada por uma queda causada por caçadores, acena em um movimento defensivo. Altos de Polônia, Departamento de Córdoba, Colômbia.
O Dia Internacional do Bicho-Preguiça é uma iniciativa que surgiu em 2010, durante o Primeiro Encontro Internacional sobre Bem-Estar e Conservação dos Preguiças, que foi realizado na cidade de Medellín, Colômbia. Em 2022, a efeméride acontece no dia 15 de outubro e, anualmente, deve ser sempre comemorada no terceiro sábado deste mês.
As preguiças ou bichos-preguiças habitam as florestas tropicais das Américas Central e do Sul, ocorrendo em países como Panamá, Costa Rica, Colômbia, Brasil, Suriname e Venezuela, como informa a Associação Pan-Americana para a Conservação (Appc), organização sem fins lucrativos dedicada ao resgate e à conservação da vida selvagem.
No dia da efeméride, a Appc realiza um evento educacional para promover a conservação e preservação deste animal que é endêmico, ou seja, só existe no continente americano. National Geographic consultou a Appc para listar curiosidades bastante particulares sobre estes animais. Conheça mais sobre eles.
Quantas espécies de preguiças existem
Segundo informações da Appc, existem seis espécies de bichos-preguiças divididas em duas famílias: Megalonychidae (preguiças-de-dois-dedos), que fazem parte a preguiça-de-hoffmann (Choloepus hoffmanni) e a preguiça-real (Choloepus didactylus); e a Bradypodidae (preguiças-de-três-dedos), cujos integrantes são a preguiça-comum ou preguiça-de-óculos (Bradypus variegatus), a preguiça-anã-de-três-dedos (Bradypus pygmaeus), a preguiça-de-bentinho (Bradypus tridactylus) e a preguiça-de-coleira (Bradypus torquatus).
Destas, a preguiça-comum, a preguiça-de-hoffmann e a preguiça-real habitam as florestas da Colômbia e Panamá, de acordo com o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma).
Uma preguiça, com filhotes, pendurada em um galho de árvore no Panamá.
Todas as três espécies são de menor preocupação de acordo com a Lista Vermelha de Espécies Ameaçadas da União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN). Por outro lado, a única preguiça criticamente ameaçada de extinção é a preguiça-anã-de-três-dedos, encontrada apenas no Panamá, informa a Lista Vermelha.
Já a preguiça-de-bentinho é encontrada na região amazônica, se espalhando pelo Brasil, Venezuela, Suriname e nas Guianas. Seu estado de conservação é considerado pouco preocupante.
Por fim, existe a preguiça-de-coleira, endêmica da região da Mata Atlântica brasileira, principalmente nos estados da Bahia, Espírito Santo e Rio de Janeiro, é listada como vulnerável pela IUCN.
Quanto tempo uma preguiça leva para se alimentar
Segundo o Appc, esses mamíferos alimentam-se principalmente de folhas, flores e às vezes de frutas tropicais. Além disso, a dieta dos integrantes da família das preguiças de dois dedos é mais variada.
Eles vivem pendurados de cabeça para baixo no topo das árvores e só descem ao chão para defecar cerca de uma vez por semana, de acordo com informações do Pnuma. Isso é reflexo de seu metabolismo lento e eles gastam pouca energia ao movimentarem-se, o que significa que podem sobreviver com pouca comida
Esta lentidão também é observada durante a alimentação. Um bicho-preguiça pode levar semanas para digerir algo que outro animal faria em questão de horas.
Quanto à sua velocidade de deslocamento, a Appc diz que as preguiças-de-três-dedos se movem, em média, sete centímetros por segundo. Já as preguiças-de-dois-dedos tem o movimento ligeiramente mais rápido.
Quais são as ameaças às preguiças?
O Appc adverte que "uma das maiores ameaças que os bichos-preguiças selvagens enfrentam é a fragmentação da floresta como resultado do desmatamento e da destruição de seu habitat".
Os preguiças se deslocam por entre as copas das árvores e, às vezes, seu caminho é bloqueado devido a lacunas na vegetação, resultado da expansão das áreas urbanas e estradas. Os animais são, então, obrigados a descer ao solo, onde ficam mais vulneráveis aos predadores (como cobras, onças e outros carnívoros).
Ao fazer isso, eles podem também tentar atravessar rodovias onde correm o risco de serem atropelados por veículos, já que podem levar até cinco minutos para atravessar uma rua.
O Pnuma também elenca a venda e exibição ilegais de bichos-preguiças como uma das ameaças: "As preguiças se tornaram uma mercadoria no comércio turístico." Nesse caso, a principal preocupação é que entre 80% e 90% dos animais traficados acabam morrendo devido às condições de transporte e abrigo.
Por esta razão, a Appc e o Pnuma trabalham para aumentar a conscientização entre os turistas e a população.