Quando foi descoberto o primeiro fóssil de dinossauro?

Encontrado em Oxfordshire, na Inglaterra, o fóssil foi descrito inicialmente como o osso de um humano gigante.

Por Redação National Geographic Brasil
Publicado 29 de jun. de 2023, 13:11 BRT
Ilustração de um megalossauro, que os cientistas agora sabem que era bípede.

Ilustração de um megalossauro, que os cientistas agora sabem que era bípede.

Arte de Davide Bonadonna

É possível que os humanos tenham encontrado fósseis de dinossauros por milênios sem sequer ter ideia do que haviam achado. Por conta de algumas dessas descobertas acidentais, afirma o Museu de História Natural de Londres (NHM, na sigla em inglês), esses ossos podem até mesmo ter servido como inspiração para histórias e lendas sobre dragões.

Portanto, não é possível afirmar qual foi o primeiro registro fóssil da existência de dinossauros encontrado pela humanidade. Mas acredita-se que o primeiro animal do tipo a ser registrado na literatura científica tenha se baseado em um resto ósseo que, por anos, foi considerado como parte de um ser humano. 

Qual foi o primeiro fóssil de dinossauro descrito pela ciência?

Segundo o Museu de História Natural londrino, o primeiro dinossauro descrito pela ciência foi o Megalossauro, um dinossauro aviário (antecessor dos pássaros), carnívoro e bípede, que viveu durante o período Jurássico (205 a 142 milhões de anos atrás). Uma das bases para essa descrição foi um osso fossilizado descoberto no século 17 em Oxfordshire, na Inglaterra, e adquirido pelo naturalista e químico britânico Robert Plot. 

Na época, no entanto, a ciência ainda não conhecia a existência dos répteis pré-históricos que hoje são chamados de dinossauros. 

Em suas observações, Plot descreveu que o osso se parecia com a parte inferior de um fêmur (o osso da coxa) de uma pessoa e especulou que o achado poderia ter pertencido a um ser humano gigante, como conta o NHM. Uma ilustração do peculiar fóssil foi incluída no livro de Plot chamado "A História Natural de Oxfordshire", de 1677. Mas a peça não foi nomeada. 

A ilustração de Plot do fóssil sem nome que ele especulou poderia ser de um humano gigante

Arte de Museu de História Natural de Londres

Quase um século depois, em 1763, o médico inglês Richard Brookes revisou o trabalho de Plot, chamando o fóssil de Scrotum humanum, afirmando simplesmente que "foram encontradas pedras representando exatamente as partes íntimas de um homem", de acordo com o museu britânico. 

descrição do megalossauro, no entanto, só seria publicada em 1824 pelo geólogo e paleontólogo britânico William Buckland, segundo informa o Museu de História Natural da Universidade de Oxford. Seu trabalho se baseou em um osso fossilizado da metade frontal da mandíbula inferior do réptil pré-histórico, encontrado em uma pedreira de ardósia em Stonesfield, Oxfordshire. O nome megalossauro, escolhido por Buckland, significa ‘grande lagarto’.

Posteriormente, considerou-se que o osso descrito por Plot também pertencia a um megalossauro. Entretanto, segundo o NHM, o fóssil se perdeu e os cientistas atuais não podem confirmar se o achado era, de fato, do “grande lagarto”. 

Quando os dinossauros foram descobertos?

Ainda que se considere o megalossauro como o primeiro dinossauro reconhecido pela ciência, o próprio grupo de animais a qual os dinossauros pertencem ainda não existia. 

De acordo com o Museu de História Natural de Londres, o feito é creditado ao biólogo e paleontólogo britânico Sir Richard Owen, um dos anatomistas comparativos mais famosos do século 19 e fundador do NHM. 

No início dos anos 1800, várias descobertas de fósseis foram feitas no sul da Inglaterra. Além do megalossauro, houve também o Iguanodon e o Hylaeosaurus (descritos por Gideon Mantell, geólogo e paleontologista britânico, em 1825 e 1833, respectivamente). Ao analisar esse trio de descobertas, Owen observou características compartilhadas

Por exemplo, o NHM afirma que no Iguanodon e no megalossauro, o anatomista pode ver que certas vértebras na base da coluna – agora conhecidas como sacro – haviam se fundido durante a vida dos animais. E, a partir de fragmentos de fósseis, Owen determinou que o Hylaeosaurus também possuía essa característica.

Com base nessa observação e outras semelhanças, ele colocou os animais em um novo grupo, conforme detalhado em seu “Relatório sobre Répteis Fósseis Britânicos”, publicado em 1842. Foi nele que Owen usou pela primeira vez o termo "dinosauria" para descrever o grande grupo dos répteis terrestres do mesozóico, afirma a instituição britânica. 

O termo "dinosauria" tem raízes gregas e frequentemente atribuído o significado de "lagarto terrível". Mas, segundo o NHM, ao cunhar o termo em seu relatório, Owen se refere aos dinossauros como "terrivelmente grandes", reconhecendo seu tamanho significativamente maior do que o de qualquer réptil vivo.

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