Quantas listras têm os tigres?

A maioria dos tigres tem listras espalhadas pelo corpo, que eles usam tanto para camuflagem quanto para reconhecer uns aos outros. Essas listras são exclusivas de cada tigre e a ciência se deu ao trabalho de quantificá-las.

Um tigre posa para a câmera no Wild Animal Sanctuary (Colorado, EUA), o maior santuário do mundo.

Foto de Steve Winter
Por Redação National Geographic Brasil
Publicado 28 de jul. de 2023, 10:04 BRT

tigre (Panthera tigris) é uma espécie do gênero Pantherinae pertencente à família dos felídeos (Felidae). Em estado selvagem, vivem apenas no continente asiático. Com uma dieta carnívora, o tigre um dos maiores felinos do mundo, juntamente com o leão, explica a Encyclopedia of Life (EOL), um banco de dados que compila informações sobre todas as espécies conhecidas de seres vivos na Terra.

Você sabia que o tigre não é um felino? Chamá-lo de felino é um equívoco, diz a EOL, pois os tigres pertencem à família dos felídeos, assim como o leopardo (Panthera pardus). Sua principal diferença é que os felídeos têm a capacidade de rugir, enquanto os felinos são mais esguios e ágeis, como o puma (Puma concolor) ou o gato selvagem (Felis silvestris)

No total, há seis subespécies de tigre, 80% das quais são tigres-de-bengala (Panthera tigris tigris). É uma espécie ameaçada de extinção, de acordo com a EOL, e a maioria deles vive em cativeiro. 

(Relacionado: Qual é a diferença entre o guepardo e o leopardo?)

Quantidade e padrão de listras do tigre

A maioria dos tigres tem uma pelagem alaranjada ou fulva, e um padrão de listras que pode variar de marrom escuro a preto. De acordo com a Encyclopedia of Life, o padrão e o número de listras espalhadas pelo corpo podem variar de acordo com o sexo do animal, sendo que as fêmeas têm o menor número de listras. 

EOL indica que cada tigre geralmente tem menos de 100 listras em seu corpo e elas formam um padrão único e irrepetível na natureza. Portanto, elas são um sinal de distinção entre indivíduos e podem ajudar a identificar cada tigre. As listras do tigre funcionam da mesma forma que as impressões digitais das pessoas, argumenta a enciclopédia.

Uma das funções da pelagem e das listras do tigre é a da camuflagem, ou seja, passar despercebido ao caçar ou ser caçado. O padrão das listras está na pele, não na pelagem do tigre. Portanto, se o animal for tosado, suas listras ainda poderão ser distinguidas na pele.

A explicação de Alan Turing sobre o padrão listrado dos tigres

Na década de 1950, o matemático e pai da inteligência artificial Alan Turing promulgou uma teoria sobre como os padrões se formam na natureza. O precursor da computação moderna apresentou a ideia de que "padrões de repetição regular em sistemas biológicos são gerados por um par de morfogênicos que trabalham juntos como um 'ativador' e um 'inibidor'", diz um artigo publicado pelo Science Daily, um site dedicado a relatar descobertas em ciência, saúde e tecnologia. 

Em fevereiro de 2012, o estudo "Formação de estrias periódicas por um mecanismo de Turing operando em zonas de crescimento no palato de mamíferos, publicado pela revista científica Nature em conjunto com o King's College London (KCL), uma universidade pública do Reino Unido, testou a teoria de Turing para confirmá-la e demonstrar que a substância química responsável pelo controle desses padrões biológicos pode ser usada no futuro na medicina regenerativa para diferenciar células-tronco em outros tecidos e regenerar sua estrutura.

Os morfogênicos são a substância química que causa as listras de tigre, bem como outros padrões e cores de pelagem que ocorrem em outros animais, afirmam os pesquisadores no estudo. Nesse caso, os pesquisadores estudaram o desenvolvimento das cristas regularmente espaçadas encontradas no céu da boca dos camundongos. A equipe identificou que os morfogênicos influenciam a região onde o padrão natural é composto, bem como as áreas que não o são. 

Essa substância química ativa e inibe a produção do padrão, diz a Nature; muito parecido com o sistema binário de 1s e 0s que Turing também aplicou em seus desenvolvimentos matemáticos. "Quando a atividade desses morfogênicos aumenta ou diminui, a padronização das cristas (no caso do estudo com ratos) é afetada da maneira prevista pelas equações de Turing", argumentam os pesquisadores.

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