Parece, mas não é: os 3 animais que podem ser confundidos com cobras
As cecílias são anfíbios que se assemelham a cobras em sua condição física, mas é errados considerá-las da mesma família das serpentes. Em geral, possuem cerca de 50 centímetros de comprimento e não têm membros.
Nos cantos mais remotos do planeta Terra, a natureza nunca deixa de surpreender com sua diversidade de fauna. Entre essas criaturas estão três bons exemplos: tratam-se do licranço, da cecília e do lagarto-toupeira-mexicano.
Embora pertençam a grupos taxonômicos diferentes, eles compartilham a peculiaridade de serem semelhantes a cobras e muitas vezes serem confundidos com elas.
Mas as semelhanças param a olho nu, por isso mesmo, National Geographic faz um raio-X desses animais, que têm características bastante próprias.
(Vale a pena ler também: Quais são os três tubarões mais perigosos do mundo?)
Essa espécie de lagarto é escavadora e se assemelha muito a uma cobra por não possuir pernas e ter um corpo liso e alongado.
1. Conheça o Licranço (também chamado de cobra-de-vidro), um lagarto escavador sem pernas
O Anguis fragilis, que tem muitos nomes populares, entre eles cobra-de-vidro, é um réptil que nada tem a ver com cobras ou serpentes.
Trata-se de um lagarto sem pernas com um corpo liso e alongado, que pode confundir os observadores por sua semelhança com a estrutura corporal das cobras.
Os animais adultos são geralmente de cor marrom-acinzentada a marrom-acobreada, enquanto os jovens exibem tons dourados ou prateados pálidos com lados escuros e coloração ventral, descreve o Animal Diversity Web (ADW), um banco de dados online de história natural da Universidade de Michigan (nos Estados Unidos).
Entre os predadores desse lagarto, estão cobras e aves de rapina. Quando ameaçado, ele pode auto-mutilar a cauda como estratégia de defesa. Quando ela se regenera, no entanto, essa nova estrutura não tem a cor original, diz o ADW.
Veja outros dados curiosos sobre o licranço:
- Onde é encontrado: na região ocidental do paleártico, área zoogeográfica que se estende da Europa central e ocidental até a península dos Balcãs, com possíveis populações isoladas na Itália e na Escandinávia ocidental, diz a ADW. É um animal resistente, chegando a viver próximo ao Círculo Polar Ártico.
- Habitat: de acordo com a União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN), a espécie está adaptada a vários ambientes – de prados gramados a charnecas, bordas de florestas, parques e jardins rurais. Pode ser encontrada inclusive em areia solta ou abrigada sob rochas.
- Reprodução e desenvolvimento: é um animal ovovivíparo, com as fêmeas dando à luz entre 3 e 26 filhotes, informa a IUCN. Os adultos podem atingir um comprimento corporal de 40 a 45 centímetros, diz a Encyclopaedia Britannica.
- Comportamento: trata-se de um animal que depende muito dos sinais olfativos para detectar presas, identificar indivíduos específicos e evitar predadores, explica ADW. É através dos feromônios que eles identificam o sexo de outros da espécie.
- O que come: carnívoro, sua dieta consiste principalmente de caracóis, lesmas, minhocas, entre outros invertebrados de corpo mole. Ocasionalmente come alguns vertebrados, diz a Britannica.
A pele desses anfíbios é lisa, sem escamas, mas cheia de glândulas, algumas das quais são especializadas na produção de toxinas e substâncias antimicrobianas.
(Vale a pena ler também: Serpente azul: conheça a perigosa cobra que foi batizada em homenagem a Rita Lee)
2. Parece cobra, mas é um anfíbio: as características da cecília
As cecílias são membros do grupo Gymnophiona, uma das três principais ordens de anfíbios modernos. Esses animais não têm membros e podem ser facilmente confundidos com cobras ou vermes.
Como característica marcante, esses animais têm um corpo pálido e anelado que chega a 50 centímetros de comprimento. Não possuem membros e sua aparência é úmida e escorregadia, com um par de olhos minúsculos, quase imperceptíveis, e uma boca equipada com numerosos dentes finos e afiados, conforme descrito por Inecol.
A pele da cecília é lisa, sem escamas, mas repleta de glândulas, algumas especializadas na produção de toxinas e substâncias antimicrobianas.
- Onde vive e habitat: as cecílias estão distribuídas em áreas tropicais em todo o mundo, diz a Encyclopaedia Britannica. Das dez famílias conhecidas, cinco são encontradas nas Américas, enquanto a África e a Ásia continental abrigam o resto.
- Importância ecológica: de acordo com o Instituto Nacional de Ecologia do México (Inecol), as cecílias contribuem para os ciclos de nutrientes em ambientes terrestres e aquáticos, arejam o solo e fazem parte da cadeia alimentar tanto como predadoras quanto como presas.
- Comportamento e adaptações: esses anfíbios são noturnos e muitas espécies vivem no subsolo, embora também sejam conhecidas espécies aquáticas e semi-aquáticas. Apesar de terem olhos e ouvidos pouco desenvolvidos, diz o Inecol, têm olfato potente e tato sensível a vibrações. Essas habilidades permitem que eles se comuniquem, detectem ameaças e encontrem presas.
- O que come: as cecílias são carnívoras e excelentes caçadoras. Elas consomem uma grande variedade de insetos, como cupins, gafanhotos e formigas, além de caçarem também minhocas.
(Vale a pena ler também: Conheça um raro berçário de polvos que esconde até mesmo uma espécie desconhecida)
3. O curioso lagarto-toupeira-mexicano
O lagarto-toupeira mexicano, conhecido cientificamente como Bipes biporus, é encontrado exclusivamente na Península da Baixa Califórnia, no México, e pode ser facilmente confundido com uma cobra.
Como vive no subterrâneo, esse animal evita muitos predadores que atacam répteis, como os pássaros, por exemplo.
- Habitat: de acordo com a IUCN, essa espécie fossorial (que vive em galerias escavadas no solo ou na lama) requer áreas com solos arenosos e abundante folhagem, e raramente é vista na superfície. Preferem habitats secos e desérticos e constroem sistemas elaborados de tocas abaixo da superfície.
- Características: o lagarto-toupeira mexicano é caracterizado por uma cabeça pequena e ossificada e um corpo cilíndrico coberto por escamas dispostas em anéis verticais, conta a ADW. Os indivíduos mais jovens são rosados e ganham a cor branca à medida que amadurecem.
- Comportamento e adaptações: esses lagartos passam as horas mais frias da manhã perto da superfície do solo e se retiram para as profundezas à medida que a temperatura ambiente aumenta ao longo do dia. Eles têm uma capacidade notável de termorregulação, o que lhes permite ficar ativos o ano todo em climas quentes, diz o banco de dados da Universidade de Michigan.
- Alimentação: o Bipes biporus é um carnívoro oportunista que se alimenta de uma variedade de presas, incluindo formigas (e seus ovos), além de baratas, cupins, larvas de besouros e outros pequenos invertebrados, explica a fonte animal.
