Os 3 asteroides que foram considerados perigosos para a Terra

Milhares de corpos celestes se chocam com a Terra frequentemente, mas não são grandes o suficiente para causar danos. Outros, no entanto, são monitorados de perto por equipes internacionais de astrônomos.

A Via Láctea sobre o vulcão Teide na ilha de Tenerife, Espanha.

Foto de SHUTTERSTOCK
Por Redação National Geographic Brasil
Publicado 30 de jun. de 2023, 09:40 BRT

Asteroides atingem a Terra quase todos os dias. Mas a maioria deles são tão pequenos que chegam a ser imperceptíveis enquanto queimam durante a entrada na atmosfera. Outros, no entanto, podem ser gigantes e poderiam causar danos imensos, assim como o que varreu os dinossauros do planeta

Mas, para a sorte da humanidade, grande parte deles estão viajando em órbitas ao redor do Sol e distantes da Terra. Ainda assim, alguns entram no radar dos astrônomos, como os Asteroides Potencialmente Perigosos (PHAs, na sigla em inglês) que, segundo a agência espacial norte-americana Nasa, são definidos com base em parâmetros que medem o potencial do asteroide de chegar a distâncias ameaçadoras à Terra

Como medir a periculosidade de um asteroide?

A Nasa diz que um asteroide é considerado potencialmente perigoso quando tem mais de 150 metros de diâmetro e pode chegar a menos de 0,05 unidades astronômicas (UA) da Terra, que é aproximadamente 7 milhões e 480 mil quilômetros (km).

Uma vez considerados potencialmente perigosos, os asteroides também são classificados de acordo com o risco de impacto que representam. Para isso, os astrônomos utilizam duas escalas. 

A primeira, segundo a Nasa, é a Escala de Palermo, que prioriza o risco de objetos próximos à Terra (NEOs, na sigla em inglês) a partir da potencial data de impacto, a energia com que eles atingiriam o planeta e a probabilidade de impacto. Valores menores que -2 na Escala de Palermo refletem eventos sem consequências prováveis; aqueles entre -2 e 0 indicam situações que merecem monitoramento cuidadoso, e valores positivos geralmente indicam situações que merecem algum nível de preocupação.

Outro método é a Escala de Torino, adotada pela União Astronômica Internacional em 1999. Segundo explica a Agência Espacial Europeia (ESA, na sigla em inglês), essa escala varia de 0 a 10, é codificada por cores associadas e é destinada principalmente a facilitar a comunicação pública do monitoramento de perigo de impacto de asteroides. 

A escala captura a probabilidade e as consequências de um impacto potencial, mas não considera o tempo restante até a possível colisão. Quanto mais alarmantes são os eventos, maior é o valor na Escala de Torino.

A partir dessas avaliações, alguns corpos celestes chamam a atenção e são colocados na Lista de Risco da ESA para um monitoramento mais próximo. Conheça alguns deles. 

Uma visão do asteroide Bennu, o menor corpo já orbitado por uma espaçonave.

Foto de GODDARD SPACE FLIGHT CENTER

Asteroide no Dia dos Namorados de 2046

Os especialistas da ESA preveem que um grande asteroide poderá atingir a Terra no Dia dos Namorados de 2046. O corpo celeste, conhecido como 2023 DW, tem cerca de 50 metros de largura e o comprimento de uma piscina olímpica, segundo estimativas da agência europeia.

O asteroide foi descoberto em 26 de fevereiro de 2023 e deve chegar à Terra em 14 de fevereiro, dia em que se comemora o Dia dos Namorados na maior parte do mundo

Entretanto, segundo a ESA, o asteroide ainda não representa uma grande ameaça. Na Escala de Torino, o evento foi classificado como nível 1, em que uma passagem próxima à Terra é prevista, mas que não representa um perigo incomum. 

Quanto à probabilidade atual estimada de impacto, a Nasa classifica em "1 em 560 chances de impacto". Em outras palavras, há apenas 0,18% de chance de atingir a Terra. Para a ESA, há 1 em 607 chances de uma colisão. 

Asteroide de mais de um quilômetro de diâmetro deve ser monitorado

Pesquisadores da Universidade do Colorado em Boulder, EUA, e da Nasa concluíram um censo de centenas de grandes asteroides que orbitam perto da Terra, avaliando quais deles poderiam chegar perigosamente perto nos próximos mil anos. Os pesquisadores identificaram pelo menos 20 asteroides de interesse. 

Segundo os resultados do censo, que foi publicado na revista científica The Astronomical Journal, a maioria dos asteroides parece manter uma distância segura da Terra, mas alguns eram menos previsíveis. Um, em especial, parece se sobrepor bastante com a órbita da Terra nos próximos séculos e, segundo os pesquisadores responsáveis, vale a pena ser monitorado com atenção. 

O asteroide 7482 (1994 PC1) está entre eles. Esse corpo rochoso foi avistado pela primeira vez em 1974, tem pouco mais de um quilômetro de comprimento e viaja a uma velocidade de 76.192 km/h pelo espaço sideral. Segundo o monitoramento da ESA, o asteroide passou a menos de 2 milhões de km da Terra em janeiro de 2022 e não se aproximará novamente até, pelo menos, 2105. 

O asteroide mais perigoso da última década

Observações iniciais de cientistas da ESA que detectaram um asteroide chamado '2022 AE1' mostraram uma possibilidade de impacto na Terra prevista para 4 de julho de 2023. Na época em que foi observado, em janeiro de 2022, o asteroide tinha um nível de ameaça superior a qualquer outro corpo celeste monitorado nos últimos 10 anos. 

Segundo a ESA, o asteroide 2022 AE1 é um corpo celeste com aproximadamente 70 metros de diâmetro, um tamanho próximo do que causou o evento Tunguska, que foi o maior impacto já registrado de um asteroide na Terra. Ele caiu sobre uma floresta pouco povoada na Sibéria, Rússia, acima do rio Podkamennaya Tunguska. A colisão, que ocorreu em 1908, liberou energia suficiente para matar animais e derrubar milhares de árvores em uma área de 2150 quilômetros quadrados.

Quando os astrônomos da ESA tomaram ciência do asteroide, ele foi classificado com o nível mais alto na escala de Palermo em mais de uma década, alcançando -0,66. Isso o colocou em primeiro lugar na Lista de Risco da ESA. 

Entretanto, com o passar dos dias, a chance de impacto do 2022 AE1 diminui drasticamente, chegando próximo a zero. Com isso, a ESA retirou o asteroide da Lista de Risco e, segundo cálculos da equipe de monitoramento, determinou que o asteroide irá passar pela Terra em julho de 2023 a uma distância segura de cerca de dez milhões de quilômetros, mais de 20 vezes a distância entre a Terra e a Lua.

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