Os 5 desastres e acidentes em voos espaciais mais marcantes da história
O ônibus espacial Challenger explodiu 73 segundos após a decolagem, sendo totalmente destruído e levando à morte toda a tripulação.
A exploração espacial é uma das conquistas da humanidade com grandes descobertas sobre a complexidade de tudo que há no Universo. Porém, nem todos os projetos saíram como o planejado e, ao longo do tempo, vários acidentes e desastres ocorreram em expedições espaciais, seja em voos tripulados ou lançamentos malsucedidos.
As expedições espaciais são complexas e exigem cálculos cuidadosos e ações ainda mais delicadas quando as situações ficam difíceis. Infelizmente, o mundo já presenciou vários acidentes (inclusive com mortes), alguns se tornando inesquecíveis e marcando a história moderna. A seguir, confira seis desses acontecimentos.
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Desastre do ônibus espacial Columbia – STS-107
Em 1º de fevereiro de 2003, o mundo presenciou um dos acidentes espaciais mais traumáticos da história das expedições espaciais: a desintegração do ônibus espacial Columbia ao reentrar na atmosfera da Terra no retorno da missão.
O desastre do Columbia foi o segundo que ocorreu durante o programa de ônibus espaciais da Nasa depois do Challenger, causando também tristeza e preocupações generalizadas sobre o futuro dos programas espaciais. O acidente foi causado durante a decolagem por causa da quebra de um pedaço de espuma que tinha a finalidade de absorver e isolar o tanque de combustível do ônibus espacial do calor e impedir a formação de gelo.
A imagem mostra o ônibus espacial Columbia, na plataforma móvel perto do local de lançamento, onde estavam sendo feitos os preparativos para o seu voo.
O pedaço de espuma caiu sobre a asa esquerda do ônibus espacial e criou um buraco. Embora os funcionários da Nasa em terra estivessem cientes dos danos, a gravidade deles não era clara devido às câmeras de baixa qualidade usadas na época para observar o lançamento do ônibus espacial. Como outros lançamentos anteriores passaram pelo mesmo problema com a espuma, mas sem danos críticos, eles acreditavam que não havia motivo para preocupação.
Porém, quando o Columbia tentou voltar para Terra após o término de sua missão, gases e fumaça penetraram na asa esquerda pelo buraco e fizeram com que ela se rompesse, levando à desintegração do restante do ônibus espacial a sete minutos do pouso.
Toda a tripulação – que era composta de seis astronautas norte-americanos e o primeiro astronauta israelense a ir para o espaço – morreu no acidente.
O terrível acidente do ônibus espacial Challenger – STS-51-L
Bem antes do desastre ocorrido com o Columbia, outro ônibus espacial sofreu um gravíssimo acidente em 28 de janeiro de 1986: o ônibus espacial Challenger – que marcou um triste dia na história da exploração espacial.
Pouco mais de um minuto após a decolagem do ônibus espacial, um defeito nas vedações de borracha que separavam os propulsores do foguete causou um incêndio que desestabilizou os propulsores e se espalhou pelo próprio foguete.
O ônibus espacial estava se movendo mais rápido do que a velocidade do som e rapidamente começou a se desfazer no ar. O desastre causou a morte de todos os astronautas a bordo, incluindo a morte de uma civil: Christa McAuliffe, participante do projeto Professor no Espaço da Nasa, que daria aulas e realizaria experimentos no espaço.
O lançamento do ônibus espacial Challenger não foi amplamente televisionado no mundo todo, mas a explosão e a destruição completa do ônibus espacial foram visíveis para os espectadores no solo.
A ilustração acima mostra uma espaçonave do tipo Apollo (à esquerda) prestes a se acoplar a uma espaçonave soviética Soyuz.
Projeto de teste Apollo-Soyuz: vazamento de gás venenoso
O projeto de teste Apollo-Soyuz, em julho de 1975, foi uma façanha tanto como expedição espacial quanto política. Isso porque foi o primeiro voo espacial conjunto dos Estados Unidos e da antiga União Soviética e marcou o fim da corrida espacial entre os dois países – e a missão em si transcorreu quase sem falhas (até o seu retorno).
As duas espaçonaves, a norte-americana com três astronautas e a soviética com dois cosmonautas, se encontraram na órbita da Terra e se acoplaram uma à outra, permitindo que os exploradores espaciais viajassem entre os veículos. Os tripulantes trocaram cumprimentos e presentes e realizaram alguns experimentos. Após 44 horas, eles se separaram e, depois de mais alguns dias, as duas naves espaciais começaram a retornar para a Terra.
Durante a reentrada na atmosfera da Terra, no entanto, um mau funcionamento do sistema que controla a altitude fez com que o tetróxido de nitrogênio venenoso entrasse na cabine onde os astronautas norte-americanos da Apollo estavam sentados.
Felizmente, a cabine foi ventilada assim que a espaçonave aterrissou e nenhum dos astronautas sofreu ferimentos fatais. Após o pouso, eles foram levados às pressas para um hospital e descobriu-se que desenvolveram uma forma de pneumonia causada quimicamente. Contudo, eles se recuperaram em poucas semanas.
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Na imagem acima, os membros da tripulação da Apollo 12 sendo resgatados durante as operações de recuperação no Oceano Pacífico.
Apollo 12: relâmpagos e um corte na cabeça
A segunda expedição lunar tripulada ocorrida na história teve alguns percalços. Quando a Apollo 12 estava começando a decolar em 14 de novembro de 1969, a parte superior do ônibus espacial foi atingida por relâmpagos que tinham o potencial de comprometer a espaçonave e toda a missão.
O primeiro relâmpago foi visível até mesmo para o público que estava assistindo ao vivo o lançamento da Apollo 12, criando uma preocupação com a segurança da missão. Apesar do susto, nenhum dano havia sido causado ao veículo espacial, e ele partiu para a Lua como planejado.
Foi no retorno à Terra que a Apollo 12 teve mais problemas. Quando a espaçonave passou perto do oceano durante sua viagem de volta, uma forte onda atingiu o corpo da nave fazendo com que ela se sacudisse. O balanço derrubou uma câmera fotográfica sobre o astronauta Alan Bean, causando um corte de 2,5 cm em sua cabeça .
Soyuz 1: falha do paraquedas
Vladimir Komarov fez parte do primeiro grupo de cosmonautas da antiga União Soviética para viajar ao espaço. Ele também foi a primeira pessoa a entrar no espaço sideral duas vezes, embora sua segunda vez – em 1967 – tenha sido, infelizmente, a última. Durante a expedição da Soyuz 1, o primeiro veículo espacial dos soviéticos destinado a chegar à Lua, Komarov teve problemas com a espaçonave, os quais levaram à sua morte.
O plano da missão Soyuz 1 era difícil: a espaçonave deveria orbitar a Terra e, em seguida, encontrar-se com a Soyuz 2 para, então, os dois veículos terem suas velocidades orbitais precisamente combinadas. O objetivo era testar a primeira etapa de acoplamento de duas espaçonaves soviéticas.
Já em órbita, o controle da missão na Terra foi capaz de determinar que um dos painéis solares da Soyuz 1 não havia sido acionado e estava limitando drasticamente a energia da espaçonave. Os equipamentos que precisavam da energia estavam funcionando mal, criando dificuldades no controle do veículo. Foi decidido que a missão não poderia continuar, e Komarov começou a se preparar para seu retorno ao planeta.
Após alguns problemas na atmosfera, os paraquedas da Soyuz 1 foram acionados, mas não abriram corretamente, impossibilitando a desaceleração da espaçonave. A Soyuz 1 colidiu com a Terra em 24 de abril de 1967, matando o cosmonauta Vladimir Komarov.