Os 5 fatos para entender bem o que foi a Guerra Fria

Por mais de quatro décadas, o mundo viveu em constante tensão marcada por diferenças políticas e ideológicas.

Por Redação National Geographic Brasil
Publicado 24 de mai. de 2023, 16:25 BRT
Placa soviética a caminho de um local de pouso de espaçonaves no Cazaquistão.

Placa soviética a caminho de um local de pouso de espaçonaves no Cazaquistão.

Foto de PHILIP TOLEDANO

Guerra Fria foi um momento global de rivalidade política que ocorreu entre 1947 e 1991, tendo como protagonistas dois países com regimes políticos contrastantes: Estados Unidos e a antiga União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS). Conheça algumas particularidades desse evento histórico que marcou a segunda metade do século 20.

1. Por que foi chamada de Guerra Fria

Conforme descrito em um artigo publicado pela National Geographic, o termo "Guerra Fria" já existia desde a década de 1930, quando, na França, foi usado o termo "guerre froide" para descrever as relações cada vez mais tensas entre os países europeus.

Antes mesmo do início da Guerra Fria, o termo foi utilizado pelo escritor inglês George Orwell, que em um artigo de 1945 o usou para se referir à existência de "dois ou três super-estados monstruosos" capazes de travar uma guerra em grande escala, estados detentores de uma arma poderosa capaz de aniquilar milhões de pessoas em poucos segundos, informa a Enciclopédia Britannica, plataforma de dados para a educação sediada no Reino Unido.

Em seu texto, o autor apontava que a existência da bomba atômica causaria o fim das guerras em grande escala e a prolongação indefinida de uma "paz que não é paz".

Nesse sentido, continua a enciclopédia, durante a Guerra Fria houve pouco uso de armas nos campos de batalha. Em vez disso, o conflito ocorreu principalmente nos fronts político, econômico e propagandístico.

2. O que deu início à Guerra Fria?

Após o fim da Segunda Guerra Mundial, as relações entre União Soviética e Estados Unidos se tornaram cada vez mais tensa, indica a Britannica.

Por um lado, o líder soviético Josef Stalin estava insatisfeito com a divisão da Europa pós-guerra. Por outro, nos Estados Unidos crescia a desconfiança em relação à URSS. Tanto que Washington começou a adotar uma política de contenção para evitar a propagação da ideologia e influência soviéticas.

Por fim, a Guerra Fria se consolidou entre 1947 e 1948, quando a ajuda dos Estados Unidos fornecida no âmbito do Plano Marshall para a Europa Ocidental colocou esses países sob sua influência, enquanto os soviéticos estabeleceram regimes abertamente comunistas na Europa Oriental, detalha a enciclopédia.

3. Otan, uma filha da Guerra Fria

A Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) foi estabelecida em 1949 como uma aliança transatlântica de defesa mútua, aponta o artigo da National Geographic.

De acordo com o artigo 5 do tratado, os países signatários concordaram que um ataque armado contra um ou mais deles seria considerado "um ataque contra todos".

Após o conflito, a Otan continuou existindo, embora tenha sido reconcebida como uma organização de "segurança cooperativa".

4. O mundo à beira da guerra nuclear

A corrida armamentista foi uma das características marcantes da Guerra Fria. Tanto o bloco capitalista quanto o comunista investiram em armas nucleares e se prepararam para destruir um ao outro.

Conforme descrito no artigo da National Geographic, ambos os países tinham sistemas de defesa anti-mísseis apontados um para o outro. Conhecido como a Crise dos Mísseis, o momento mais tenso ocorreu em 1962, quando os Estados Unidos descobriram bases de mísseis e armas soviéticas em Cuba.

O incidente foi resolvido graças a um acordo entre os Estados Unidos e a URSS, no qual esta última concordou em desmantelar suas instalações se os Estados Unidos se comprometessem a não invadir Cuba. Por sua vez, os Estados Unidos concordaram em retirar as armas nucleares da Turquia.

5. Como a Guerra Fria chegou ao fim

Por mais de quatro décadas, ambas as nações travaram múltiplas guerras de poder ao redor do mundo, conforme continua o artigo da National Geographic. Na Guerra da Coreia (1950-1953), na Guerra do Vietnã (1955-1975) e em outros conflitos armados, as superpotências financiavam lados opostos ou lutavam diretamente contra as milícias comunistas ou capitalistas. Também financiaram revoluções, insurgências e assassinatos políticos na América Latina, África, Ásia e Oriente Médio.

O fim do conflito ocorreu gradualmente, informa a Britannica. Dentro do bloco comunista, a unidade estava se desmoronando. O Japão e outros países ocidentais estavam se tornando economicamente mais independentes, e a China se afastou da influência da URSS.

No entanto, a Guerra Fria começou a ver seu fim durante a administração de Mikhail Gorbachev. Regimes comunistas começaram a entrar em colapso na Europa Oriental, e governos democráticos surgiram na Alemanha Oriental, Polônia, Hungria e Tchecoslováquia, seguidos pela reunificação da Alemanha Ocidental e Oriental.

Finalmente, a União Soviética se dissolveu no final de 1991, dando origem a 15 novas nações independentes e encerrando mais de 40 anos de tensão.

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