Mitos e verdades sobre o pouso do homem na Lua: realmente chegamos lá?

Passados 54 anos do pouso do homem na Lua, a National Geographic apresenta uma breve análise dos mitos e curiosidades que cercam o evento.

A Terra vista da Apollo 8 durante a primeira órbita lunar do homem.

Foto de NASA
Por Redação National Geographic Brasil
Publicado 20 de jul. de 2023, 13:05 BRT

Conspirações acerca da chegada da humanidade à Lua existem desde que a  Missão Apollo 11, da Nasa, pousou no satélite natural da Terra pela primeira vez, em 20 de julho de 1969. 

Uma das ocasiões mais populares em que essa dúvida foi colocada publicamente aconteceu em 15 de fevereiro de 1970, quando uma rede de televisão norte-americana transmitiu um programa especial sobre o tema. 

A produção em questão colocava em xeque o trabalho da agência espacial norte-americana seguindo o argumento de que "a tecnologia da Nasa na década de 1960 não estava suficientemente desenvolvida para um pouso na Lua", dizia a atração. 

O programa de TV presumia ainda que toda a missão havia sido encenada em um estúdio de cinema e era apenas mais uma filmagem de Hollywood. Ou seja, uma farsa que teria como objetivo distrair a União Soviética durante a chamada Guerra Fria, de acordo com um artigo da Nasa que trata do tema e publicado em 23 de fevereiro de 2001. 

A atração televisiva, no entanto, é apenas mais uma no oceano de suposições rebatidas pela Nasa acerca da aterrissagem do ser humano na Lua e que questionam quase tudo diante do feito espacial – como até mesmo o fato de a bandeira dos Estados Unidos, que foi fincada em solo lunar, ser mostrada tremulando em um ambiente onde não existe vento. 

A seguir, descubra outros mitos (já desfeitos) que cercam um dos avanços mais importantes da corrida espacial humana em todos os tempos. 

O comandante da Apollo 17, Eugene A. Cernan, torna-se o último homem a pisar na Lua em 12 de dezembro de 1972.

Foto de NASA

Quando o assunto são os mitos relativos à aterrissagem da missão na Lua, a Nasa informa que uma das principais notícias falsas divulgadas por canais de notícias norte-americanos que rebatiam o ocorrido mencionava a ausência de estrelas nas fotografias capturadas por Neil Armstrong, Michael Collins e Buzz Aldrin, os tripulantes da Apollo 11.

"Um claro erro de produção, será que esqueceram de 'ligar' as constelações?”, questionou a emissora que fez o programa lançado nos anos 1970. 

A falta de estrelas nas fotos do homem na Lua, no entanto, se deve a um motivo bastante simples.

Capturar a imagem de um objeto muito brilhante em um fundo escuro é difícil. Portanto, o astronauta que capturou as imagens teve que decidir entre ajustar a exposição da câmera no traje espacial branco (refletido pelo Sol e pelo solo lunar) ou escurecer a luz para fazer a paisagem lunar brilhar com suas estrelas e planetas, como explica a Nasa. 

As fotos mostram que os tripulantes da Apollo 11 optaram pela primeira alternativa, de maneira a registrar a presença humana na Lua. 

Os objetos que os astronautas deixaram para trás na Lua 

Os astronautas da Apollo 11 voltaram à Terra após terem coletado um total de 382 quilos de rochas lunares, como informa a Nasa em um artigo sobre os objetos deixados para trás pelos astronautas da missão no satélite espacial

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    À esquerda: No alto:

    Pegadas de um astronauta na superfície da Lua.

    À direita: Acima:

    O astronauta James Irwin insere um tubo oco na superfície da Lua.

    fotos de NASA

    Essas rochas foram monitoradas por cientistas da agência para determinar seu conteúdo molecular, mostrando que elas não tinham água em seu interior e que os minerais de argila, comuns na Terra, não existem no satélite, como investigaram os especialistas da Nasa. 

    No entanto, existe uma série de itens que os astronautas deixaram propositalmente no solo lunar como uma 'lembrança' para provar o ocorrido. Entre centenas deles, a agência norte-americana destaca: 

    • A bandeira dos Estados Unidos da América;
    • Refletores com 100 espelhos apontando para a Terra. Esses espelhos podem ser refletidos com um laser do planeta para medir a distância entre o satélite e o nosso planeta;
    • Uma pegada de bota feita por  pelo astronauta Neil Armstrong;
    • Bolas de golfe usadas pelo astronauta Alan Shepard;
    • Três Rovers (veículos espaciais) da Nasa para dirigir na Lua;
    • A placa comemorativa que diz "Aqui os homens do planeta Terra pisaram na Lua pela primeira vez em julho de 1969. Viemos em paz representando toda a humanidade".

    (Uma dessas astronautas pode ser a primeira mulher a pisar na Lua)

    Por que a bandeira dos Estados Unidos tremulava?

    Aqui está outro mito comumente mencionado. As bandeiras da Apollo 11 são mostradas tremulando em fotografias, sendo que não há vento ou brisa na Lua, esclarece a Nasa

    Isso se explica porque os astronautas giraram e pisaram com força ao redor do mastro que segurava a bandeira norte-americana, como se estivessem montando uma barraca, para manter o objeto firmemente no chão, sem cair. 

    Essa atitude, conta a agência espacial, fez com que a bandeira se movesse incessantemente, parecendo tremular. "Desenrolar um pedaço de tecido com grande impulso provavelmente terminará em ondas e dobras, sem uma brisa sequer”, informa a Nasa.

    É possível ver a bandeira dos Estados Unidos na Lua, olhando da Terra?

    De acordo com a Nasa, crateras na Lua que tenham cerca de 100 quilômetros de diâmetro podem ser vistas pelo olho humano diretamente da Terra. Outras, menores, no entanto, precisam ser captadas por telescópios e outros aparelhos dedicados. 

    Já as bandeiras fincadas em superfície lunar não são capazes de serem enxergadas olhando do nosso planeta. A Nasa conta que um total de seis bandeiras foram fincadas entre as missões Apollo de 1969 a 1972, e somente a agência espacial possui tecnologia para ver a última, deixada por lá com a chegada da Apollo 17. 

    Contudo, é possível ver a superfície da Lua das seguintes maneiras, como indica a Nasa:  

    • Um par de binóculos comuns permite aos olhos humanos ver crateras na Lua de até 10 quilômetros de tamanho; 
    • Algumas crateras de somente 1 quilômetro de diâmetro podem ser vistas com a ajuda de um telescópio básico para iniciantes;
    • Já as crateras de 100 metros de diâmetro só podem ser vistas pelo Telescópio Espacial Hubble;
    • Por fim, a sonda espacial Lunar Reconnaissance Orbiter pode observar objetos com apenas 1 metro de diâmetro e, assim, identificar também a sombra projetada pela bandeira norte-americana na superfície lunar. 

    A suposta aparição de um ovni no retorno da missão Apollo 16

    A Nasa fez 22 missões Apollo, das quais apenas seis chegaram à Lua. Entre elas estava a missão Apollo 16, que retornou de sua viagem trazendo misteriosas imagens de vídeo capturadas pelos astronautas John Young, Thomas Mattingly e Charles Duke.

    Varredura digital de alta resolução de um quadro completo do filme original da Apollo 16 mostrando o objeto em questão (parte superior central) e sua posição em relação à lua. Os reflexos na janela também são visíveis (esquerda e direita).

    Foto de NASA

    Feitas de uma das janelas do ônibus espacial, elas mostraram quatro segundos de imagens de um objeto voador não identificado (um ovni) pairando fora do espaço sideral.

    De acordo com a Nasa, esse ovni foi descrito como "um objeto em forma de pires com uma cúpula no topo" que apareceu momentaneamente perto da Lua e foi perdido de vista à medida que a câmera diminuía o zoom e saía de seu campo de visão. É por isso que a própria agência espacial realizou uma investigação para desclassificar o objeto. 

    Usando uma remasterização de alta qualidade das filmagens da época, o Centro Espacial Lyndon B. Johnson, da Nasa, estabilizou as imagens com maior contraste e provou que o ovni era, na verdade, um reflexo causado pelo refletor/boom EVA, uma ferramenta acoplada ao módulo de comando usada para facilitar a caminhada espacial na Lua.

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