Conheça 5 lugares importantes para a luta LGBTQ+

Além do bar Stonewall, em Nova York, diversos lugares do mundo são marcantes na luta por direitos e liberdade para as pessoas queer. Outro desses endereços fica em São Paulo e tem importância para o Dia do Orgulho Lésbico.

Por Redação National Geographic Brasil
Publicado 28 de jun. de 2023, 10:07 BRT
Refugiado usando meias coloridas do lado de fora de um esconderijo LGBTQ+, Nairóbi, Quênia.

Refugiado usando meias coloridas do lado de fora de um esconderijo LGBTQ+, Nairóbi, Quênia.

Foto de Nichole Sobecki

Dia Internacional do Orgulho, comemorado anualmente em 28 de junho, é o resultado de vários acontecimentos pelo mundo que reforçaram a importância da luta da comunidade queer

A data, em especial, remete às rebeliões que surgiram a partir de conflitos em uma casa noturna, em Nova York, onde a polícia entrou em confronto com seus frequentadores LGBTQ+, dando início a uma onda de manifestações. 

Tratava-se da Stonewall Inn e, assim como esse bar, outros locais ao redor do planeta também guardam grande valor histórico para movimentos de libertação queer. Conheça alguns deles. 

1. Stonewall Inn, Nova York, Estados Unidos

Possivelmente o local mais icônico da história LGBTQ+ do país, o Stonewall Inn é um bar gay que foi palco de uma revolta histórica que começou em 28 de junho de 1969, como informa a Enciclopédia Britannica (plataforma de dados do Reino Unido voltada para a educação). 

Segundo a Britannica, o conflito começou quando um grupo de mulheres transgênero reagiu ao assédio policial aos frequentadores do bar, que foram presos por travestismo (considerado crime na época), e se tornou um importante catalisador para o movimento de direitos dos gays nos Estados Unidos. 

A revolta durou dias, levou à criação do Grupo de Libertação Gay e da Aliança de Ativistas Gays no país e inspirou movimentos similares em todo o mundo. 

Considerado como o berço do movimento moderno por direitos da comunidade queer, o bar continua em funcionamento no bairro histórico de Greenwich Village, em Nova York, onde sedia comemorações do Dia do Orgulho todos os anos. 

2. Admiral Duncan, Londres, Inglaterra

O pub Admiral Duncan, um dos bares gays mais antigos e populares  de Londres, foi alvo de um atentado a bomba em 30 de abril de 1999, que resultou em três mortes e muitos feridos, como conta a Enciclopédia Britannica. 

O autor do crime foi o extremista neonazista David Copeland, que bombardeou o local após ter participado de outros ataques feitos com explosivos caseiros, os quais tinham como alvo as comunidades negra e asiática de Londres. 

De acordo com o UK LGBTQ+ Archive, uma plataforma de dados históricos sobre a comunidade queer do Reino Unido, uma grande reunião ao ar livre foi organizada espontaneamente no domingo seguinte ao atentado, e acabou contando com a presença de milhares de pessoas. 

Entre os discursos feitos na data, chamou a atenção aquele feito pelo Comissário Adjunto da Polícia Metropolitana (a polícia civil de Londres),  que se comprometeu a manter um contingente de policiais do lado de fora do bar para colher depoimentos de testemunhas e reunir evidências até que o autor do crime fosse encontrado. 

O grupo seria composto inteiramente por profissionais abertamente gays e lésbicas, o que foi considerado um ponto de virada para o relacionamento muitas vezes tempestuoso entre a comunidade LGBTQ+ e a Polícia Metropolitana de Londres.

3. Homomonument, Amsterdã, Países Baixos

Homomonument (monumento gay), uma construção triangular localizada à beira de um dos canais de Amsterdã (a capital dos Países Baixos), trata-se de um memorial para homenagear os homens e mulheres gays que perderam suas vidas na Segunda Guerra Mundial. 

Inaugurado em 1987, a construção inclui uma formação de três triângulos cor-de-rosa, em referência ao único triângulo da mesma cor que era usado na Alemanha nazista como símbolo dos homossexuais. O projeto é assinado pelo artista local Karin Daan, como informam dados da agência I amsterdam, responsável pela promoção turística da cidade  

Homomonument, de acordo com a agência turística local, também homenageia todas as pessoas queer que foram ou ainda são perseguidas por regimes governamentais.

4. Minas do Sul da Califórnia, Califórnia, Estados Unidos

As Minas do Sul da Califórnia (as chamadas Southern Mines), são consideradas como um local histórico da luta LGBTQ+ por conta das organizações familiares não heteronormativas que foram formadas no local durante o século 19, informa a Enciclopédia Britannica.  

As minas foram um ponto central para a mineração de ouro durante a Corrida do Ouro norte-americana em meados dos anos 1800. Nela, imigrantes chineses e outros mineiros do sexo masculino ultrapassaram barreiras raciais e de gênero ao formar famílias cooperativas juntos. 

Isso durou até a década de 1860, quando mulheres brancas entraram na região e reforçaram hierarquias heterossexuais e raciais tradicionais, conta a Britannica. 

5. Ferro's Bar, São Paulo, Brasil

O Ferro's Bar, localizado no bairro da Bela Vista, em São Paulo, é um local importante tanto para a luta LGBTQ+ quanto para a feminista. Segundo o Memorial da Resistência de São Paulo, entre os anos de 1950 e 1960, o Ferro’s era frequentado por comunistas, jornalistas e artistas e, no fim da década de 60, passou a ser referência para a comunidade lésbica. 

Mulheres homoafetivas usaram o bar como sede de organização política, principalmente do Grupo de Ação Lésbica-Feminista (LF), o primeiro espaço específico destinado a discutir a lesbiandade de que se tem registro dentro da militância brasileira

As integrantes utilizavam o bar como ponto de circulação do boletim “Chanacomchana”, que foi proibido dentro do estabelecimento pelos seus proprietários. Isso, levou ao Levante do Ferro’s Bar em 19 de agosto de 1983  – a primeira manifestação protagonizada por lésbicas contra a discriminação de gênero e sexualidade. 

O levante contou com a solidariedade do movimento feminista e de alguns parlamentares paulistas. Por sua importância, ficou conhecido como o “Stonewall brasileiro”. Desde 2008, a data é reconhecida pela Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo como o Dia do Orgulho Lésbico.

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