Quais os impactos ambientais da perda da Floresta Amazônica?

Quanto mais a floresta tropical perde a sua vegetação nativa, maior é a alteração no meio ambiente. Secas mais extensas e aumento de emissões de gases de efeito estufa são algumas das consequências.

Vista panorâmica do Rio Jaú. É um importante afluente do Rio Negro. A região do Jaú tem sido proposta como área de vertebrados
endemismo, devido à presença de várias espécies de aves que não são encontradas em nenhum outro lugar no mundo.

Foto de Pedro Peloso
Por Redação National Geographic Brasil
Publicado 20 de abr. de 2023, 10:26 BRT

Amazônia, a maior floresta tropical do mundo e também um dos biomas mais diversos do planeta, está constantemente ameaçada por atividades humanas que degradam seus ambientes naturais. A grandeza da selva amazônica é equivalente a sua importância para o meio ambiente em escala global e a perda da vegetação nativa já traz impactos visíveis e preocupantes. 

Quanto da Amazônia se perdeu?

O Projeto de Monitoramento da Amazônia Andina (Maap, na sigla em inglês), desenvolvido pela associação internacional Amazon Conservation Association (ACA), estima que a floresta perdeu 85 milhões de hectares (850 bilhões de km²) desde as primeiras ocupações europeias na América do Sul. Isso equivaleria ao desaparecimento de 13% da cobertura vegetal original.

A maior parte do desmatamento da Amazônia acontece na parcela brasileira do bioma (60% da floresta está no Brasil). Só em 2022, foram devastados 10.573 km² em território amazônico brasileiro, a maior destruição desde 2008, segundo o Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon). 

O que o desmatamento da Amazônia causa?

Com o aumento da perda florestal, a Amazônia pode chegar ao que estudiosos chamam de “ponto de não retorno”, situação em que a floresta se degrada de tal maneira que não alcança mais a capacidade de se regenerar. 

Um dos principais fenômenos decorrentes disso, segundo previsões do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC), seria o processo de savanização da Amazônia, em que a floresta tropical úmida se transformaria em uma espécie de savana, parecida com o Cerrado brasileiro. 

Não há certeza sobre o momento em que a floresta pode chegar a esse ponto – ou se ela vai chegar —, mas consequências da perda de umidade já são observadas. 

Um estudo de 2021 publicado na revista científica Reviews of Geophysics revisou 30 anos de dados do ciclo hidrológico da Bacia Amazônica. A investigação mostra que, no norte da Amazônia, o período seco aumentou e a época de chuvas diminuiu. Já no sul, houve aumento de temperatura, redução da quantidade de chuvas e aumento do período seco. 

Os impactos ambientais desse fenômeno incluem o aumento de enchentes (pois, com o aumento do período de estiagem, as chuvas se concentram em menos dias) e maior probabilidade de incêndios florestais.

A alteração no ciclo de chuvas da Amazônia impacta a pluviosidade no restante do continente americano. Por exemplo, a Amazônia é responsável por grande parte da água que chega às demais regiões do Brasil por meio dos chamados rios voadores (cursos d’água atmosféricos que carregam a umidade gerada na floresta e depois viram chuva). 

Com isso, o aumento do período seco nos últimos anos em regiões centrais e do sul do país  tem ligação direta com as mudanças na Amazônia.

Outro impacto do aumento do desmatamento na Amazônia é a perda de biodiversidade. Em reportagem especial do projeto NetGeo Ilustra, da National Geographic, pesquisadores explicam que a biodiversidade do bioma é essencial para manter em equilíbrio todo o ecossistema que influencia na habitabilidade do restante do mundo. 

Sem a diversidade de espécies, a função de regulação do clima realizada pela floresta fica comprometida. 

Além disso, quanto mais floresta se perde, mais ela mesma contribui para as mudanças climáticas ao invés de mitigá-las. Segundo dados do Sistema de Estimativas de Emissões e Remoções de Gases de Efeito Estufa, ligado à rede de organizações Observatório do Clima, o desmatamento é responsável por mais de 40% das emissões brutas brasileiras de gases de efeito estufa, que são os principais causadores da mudança climática e que atinge todos o mundo.

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