A Rússia informou a descoberta de enormes reservas de petróleo e gás no continente antártico, para ...

Existe petróleo na Antártida?

O continente gelado tem uma presença permanente de investigadores que estudam o seu território. Descubra os recursos naturais da Antártida e qual é o tratado que os regula.

A Rússia informou a descoberta de enormes reservas de petróleo e gás no continente antártico, para onde milhares de cientistas viajam todos os anos para realizar pesquisas científicas. 

Foto de Bertie Gregory
Por Redação National Geographic Brasil
Publicado 16 de mai. de 2024, 12:05 BRT

Situada no extremo sul do planetaAntártida é o continente mais frio, seco e suscetível a ventos do mundo. É também um território que possui recursos naturais valiososestudos recentes sugerem que ele pode conter, inclusive, grandes reservas de petróleo.

Dos seus quase 14 milhões de quilômetros quadrados de superfície, menos de 1% está livre de gelo, como descreve um artigo publicado pelo Ministério dos Negócios Estrangeiros, Comércio Internacional e Culto da Argentina. Mas que recursos seriam esses e o petróleo estaria incluído em alguma parte desta enorme área de terra?

A busca de petróleo na Antártida

O continente gelado possui poucas espécies vegetais – salvo incluindo líquens, musgos e algas terrestres. No entanto, o oceano ao seu redor está repleto de peixes e outras espécies marinhas. "As águas que circundam a Antártida estão entre as mais diversas do planeta", observa um artigo da National Geographic Estados Unidos sobre o tema.

Já em terra, a Encyclopaedia Britannica (uma plataforma de conhecimento e educação do Reino Unido) explica que "a geologia da Antártida é suficientemente bem conhecida para que a existência de vários depósitos minerais possa ser prevista com um grau razoável de certeza". 

Desde o final da década de 1970, navios de pesquisa oceanográfica de muitos países têm procurado depósitos de petróleo na Antártida. Recentemente, a Rússia relatou a descoberta de enormes reservas de petróleo e gás no continente, como informou o jornal “The Telegraph” (em um artigo publicado no último dia 11 de maio). Esse valor, segundo o periódico britânico, seria estimado em 511 bilhões de barris de petróleo. No entanto, existe um acordo internacional que proíbe a sua exploração.

(Você pode se interessar por: Os seres humanos realmente podem ter superpoderes? Veja o que dizem os cientistas)

Que outros recursos minerais existem no continente antártico?

Estima-se que partes com rocha exposta (ou seja, fora do gelo) representam menos de 1% da superfície antártica, portanto, a probabilidade de um potencial depósito de minérios estar exposto é praticamente zero, conclui a fonte britânica.

Nesse sentido, "o alto grau de certeza de que existem depósitos minerais baseia-se nas estreitas semelhanças geológicas observadas entre áreas da Antártica e províncias ricas em minerais na América do Sul, África do Sul e Austrália”, detalha a enciclopédia. Também embasam os estudos o consenso científico sobre a configuração do supercontinente de Gondwana (uma enorme massa de terra que teria existido ao sul do planeta) durante o período Mesozóico",.

Outro ponto que reforça a riqueza mineral local são os valiosos minérios encontrados por expedições científicas em algumas áreas do continente gelado. Entre eles estão o antimônio, cromo, cobreourochumbo, molibdênio, estanho, urânio e zinco, informa a Britannica. "Devido aos altos custos das operações polares, no entanto, é provável que poucos recursos concebíveis sejam explorados", diz a enciclopédia.

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    O Protocolo do Tratado Antártico sobre Proteção Ambiental foi assinado em 1991 e declara que a Antártida é uma "reserva natural dedicada à paz e à ciência". Na fotografia, o navio Australis navega pelo gelo marinho na Península Antártica.

    Foto de Bertie Gregory

    O que é o Tratado da Antártida e o que ele define?

    Os recursos minerais do continente antártico não podem ser explorados e nem comercializados, já que seguem o que o que prega o “Protocolo sobre Proteção Ambiental do Tratado da Antártida”, criado em 1991.

    O Tratado da Antártida é um acordo assinado em 1º de dezembro de 1959 pelos 12 países que participaram do Ano Geofísico Internacional (um programa mundial de pesquisa geofísica que durou de julho de 1957 a dezembro de 1958). Entre eles estavam a Argentina e o Chile. Esse pacto entrou em vigor em 1961 e, desde 1959, 44 outros países aderiram ao Tratado, incluindo o Brasil, além de outros latino-americanos como Equador, Peru e Uruguai.

    Nas suas disposições, o documento afirma que o continente antártico deve ser explorado exclusivamente para fins pacíficos e que a liberdade de pesquisa e cooperação científica deve continuar.

    Especificamente, o Protocolo do Tratado Antártico sobre proteção ambiental, assinado em 1991 e que entrou em vigor em 1998, designa a Antártica como uma "reserva natural dedicada à paz e à ciência". Além disso, proíbe todas as atividades relacionadas à exploração de recursos minerais, exceto para fins científicos.

    (Para saber mais sobre a Antártida: Plataformas de gelo antárticas estão quebrando. Como isso afeta o nível do mar?)

    Qual é a importância da Antártida para o mundo?

    Além de seus recursos naturais, a Antártida é um local de grande interesse para a ciência. Mais de 1 mil pesquisadores de diferentes partes do mundo chegam ao local no inverno (e até 5 mil no verão) para realizar uma ampla gama de estudos.

    Entre alguns exemplos dos inúmeros tipos de pesquisas científicas realizados no continente estão: dados coletados pelos geógrafos para mapear a superfície do continentepadrões climáticos estudados por meteorologistas; análises sobre o clima da Terra feitas por climatologistas que usam o território para traçar uma linha histórica do tema. Incluem-se ainda nesse enorme grupo os biólogos marinhos – que avaliam o comportamento dos animais; e astrônomos, os quais usam o continente antártico para fazer observações dos céus porque essa localização oferece a visão mais clara do Espaço a partir da Terra. 

    As informações estão listadas em um artigo de National Geographic sobre a região e reforçam a importância da Antártida existir como vem existindo: intacta.  

    Um casal de focas-caranguejeiras descansa em uma placa de gelo na Antártida.

    Foto de Cristina Mittermeier

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