O que são os alimentos azuis?

Além de trazer benefícios ambientais, esse grupo de alimentos pode ajudar a reduzir doenças cardiovasculares e deficiência de vitaminas em quem os consome.

Os alimentos azuis geram menos emissões e impactos na terra e na água do que a criação de gado. A imagem mostra uma bola de sardinhas sendo alimentada por atum-rabilho.

Foto de BRIAN J. SKERRY
Por Redação National Geographic Brasil
Publicado 19 de abr. de 2024, 13:57 BRT

É bem possível que você ainda não tenha ouvido falar da expressão alimentos azuis" para tratar de um grupo alimentar o qual, certamente, já deve ter passado por sua mesa. 

Mas como explica a Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO), os alimentos azuis – também chamados de alimentos aquáticos – estão mais presentes no dia a dia alimentar das pessoas do que se imagina, já que eles “abrangem um grupo diversificado de animais, plantas e microorganismos provenientes de água doce ou salgada”.

Em outras palavras, os alimentos azuis são peixes, algas, crustáceos, moluscos e todo o tipo de produto derivado de animais aquáticos, algas ou plantas capturados ou cultivados em ambientes marinhos ou de água doce", como detalha o Blue Food Assessment (uma plataforma  internacional de artigos científicos que reúne mais de 100 cientistas e 25 instituições).

Para se aprofundar no tema, National Geographic detalha os benefícios à saúde e ao meio ambiente que os alimentos azuis garantem para as pessoas e para o planeta.

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Quais são os benefícios dos alimentos azuis?

Os alimentos azuis contribuem para um melhor equilíbrio do meio ambientecolaboram para a saúde e bem-estar das pessoas. Isso porque podem desempenhar um papel fundamental na transição para sistemas alimentares mais saudáveis e ecológicos, como explica um artigo “O que são alimentos aquáticos ou ‘azuis’ e por que eles são importantes para a saúde e as mudanças climáticas?", da Faculdade de Ciências Biológicas da Pontifícia Universidade Católica de Chile.

Blue Food Assessment completa a informação com um outro artigo, este publicado na revista Nature, intitulado “Quatro maneiras pelas quais os alimentos azuis podem ajudar a alcançar as ambições do sistema alimentar em todos os países”. No documento, a entidade explica como os alimentos azuis produzem menos emissões de gases de Efeito Estufa (GEEs) e causam menos impacto ambiental do que os alimentos vindos da criação de gado (ou de outros animais para o abate). 

Eles também têm uma pegada ambiental baixa, acrescenta o artigo da Nature. A pegada ambiental, segundo o Conselho Nacional de Pesquisas Científicas e Técnicas (Conicet) da Argentina, é um indicador de quantas substâncias são emitidas quantos recursos são consumidos no ciclo de vida de um produto, processo ou atividade.

Espécies como o salmão fornecem ácidos graxos, como o ômega-3, que é importante para a saúde humana. A imagem mostra filés defumados em uma grelha.

Foto de Corey Arnold

Por que se deve comer os alimentos azuis?

"Os alimentos azuis ou aquáticos são importantes para uma dieta saudável e equilibrada", diz a FAO. Consumidos mesmo em pequenas quantidades, eles possuem em sua composição aminoácidos essenciais, proteínas de qualidade, vitaminas, bem como ácidos graxos como o ômega-3.

O órgão explica que como o corpo humano não produz ômega-3, é necessário obtê-los dos alimentos. É nesse sentido que os alimentos azuis, especialmente peixes como salmão, sardinha e atum, por exemplo, podem ser priorizados como fontes de ômega-3.

Como acrescenta a organização internacional, não apenas essas deficiências podem ser tratadas, mas ao comer animais aquáticos com frequência, as chances de sofrer de doenças cardiovascularesacidentes vasculares cerebrais (AVC), Alzheimerdepressão também são reduzidas.

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Quais são os impactos negativos da exploração excessiva de alimentos aquáticos?

Com o crescimento da população mundial, a demanda por esses produtos está aumentando. Nos últimos 50 anos, o consumo dobrou, resultando em um grande impacto nos ecossistemas marinhos devido à pesca e à aquicultura predatórias, duas práticas que esgotam o oceano de peixes e espécies de alimentos aquáticos, de acordo com um artigo publicado no site do Fórum Econômico Mundial.

Mais de 34% dos estoques de peixes são superexplorados. Além disso, 30 a 35% dos peixes capturados são perdidos ou desperdiçados, acrescenta o artigo do Fórum Econômico Mundial. "Trata-se de algo insustentável, ineficiente e que contribui para o fato de 8% do total das emissões globais de GEE serem provenientes da perda e do desperdício de alimentos", destaca a entidade global.

No entanto, continua a fonte, há maneiras de construir a sustentabilidade dos alimentos azuis. A Blue Food Assessment esclarece que, para melhorar seu desempenho ambiental, a prática e o gerenciamento da pesca devem ser otimizados.

Além disso, a pesquisa e o desenvolvimento também contribuirão para melhorar as formas de pesca e reduzir as pressões ambientais, conclui a plataforma internacional.

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