Conheça 4 animais raros encontrados em lugares remotos do planeta
Das gélidas planícies da Antártica, passando por áreas semi-desérticas da África subsaariana, essas espécies apresentam comportamentos e características distintas que as tornam únicas.
Um pinguim-de-Adélia (Pygoscelis adeliae) circula pela costa do Mar de Ross, na Antártica.
Por mais que existam exploradores mostrando as belezas dos diversos cantos do mundo, há ainda partes a serem descobertas e até espécies de animais desconhecidas.
E na rica biodiversidade do planeta, alguns animais chamam a atenção por viverem em lugares remotos e terem características bastante particulares. Pensando nesses espécimes, National Geographic criou uma lista com animais que vivem em lugares longínquos, mas merecem ser conhecidos.
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O pinguim-de-Adélia vive no gelo antártico
O pinguim-de-Adélia (Pygoscelis adeliae) é encontrado ao longo de toda a costa da Antártida e em algumas de suas ilhas próximas. Embora se reproduza em terra firme, é uma espécie que vive obrigatoriamente no gelo marinho, segundo explica a União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN).
De acordo com a IUCN, a população global desta espécie aumentou nos últimos 30 anos, tornando seu status de conservação "menos preocupante". No entanto, essa situação pode mudar até meados do século 21 se o aquecimento do planeta chegar a 2°C acima dos níveis pré-industriais.
Esses pinguins têm aproximadamente 70 centímetros de comprimento. Da cabeça ao dorso e à cauda, o animal tem uma pelagem preta-azulada; já as partes inferiores e a barriga são brancas, enquanto suas têm cor rosada e são cobertas por penas brancas.
O pinguim-de-Adélia se alimenta principalmente de peixes e de pequenos animais marinhos como os crustáceos anfípodes e o krill, além de cefalópodes e águas-vivas. Ele captura suas presas mergulhando a uma distância máxima de 150 a 180 metros e come durante o dia.
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Uma foca de Weddell descansando em uma praia rochosa na Antártica.
A foca de Weddell faz do sul global seu habitat
A foca de Weddell (Leptonychotes weddellii) é uma espécie bastante presente no Oceano Antártico, e também encontrada ao sul do continente americano. De fato, trata-se de um dos mamíferos que se reproduz mais ao sul no mundo, contextualiza a IUCN.
O animal circula pelo alto-mar e também pode ser visto na zona de gelo ao norte dos limites sazonais da Convergência Antártica, um limite natural que marca a mudança abrupta na temperatura do ar e da água ao redor do continente antártico.
Uma pequena população dessas focas também vive o ano todo na ilha da Geórgia do Sul, localizada próxima às Ilhas Malvinas. Foram registrados ainda indivíduos errantes dessa espécie em áreas da América do Sul, na Nova Zelândia e ao sul da Austrália, segundo o relatório, enfatizando sua presença nessa região do planeta.
Os machos adultos da foca de Weddell atingem 2,9 metros de comprimento e pesam entre 400 e 450 kg, enquanto as fêmeas chegam a 3,3 metros e podem passar dos 500 kg. As focas recém-nascidas têm cerca de 1,5 m de comprimento e pesam, em média, 29 kg, nascendo normalmente entre os meses de outubro e novembro.
O animal tem uma expectativa de vida de 25 anos e é um predador generalista: sua dieta varia regionalmente, diz a IUCN, e consiste principalmente de peixes notothenioids, como o peixes-gelo e o peixe-diabo antártico, entre outros.
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Cães selvagens africanos na província de Niassa, Moçambique. Essas criaturas são sociáveis e se comunicam por contato, ações e vocalizações.
O cão selvagem africano
O Lycaon pictus, conhecido como cão selvagem africano, é um mamífero carnívoro que atualmente percorre as planícies abertas e as florestas dispersas da África subsaariana, de acordo com um artigo da National Geographic.
Ele é encontrado principalmente no norte de Botsuana, oeste do Zimbábue, leste da Namíbia e oeste da Zâmbia. Está presente ainda na parte sul do leste da África (especialmente na Tanzânia e no norte de Moçambique).
Conforme indicado na Lista Vermelha de Espécies Ameaçadas da IUCN, acredita-se que esse animal tenha habitado anteriormente áreas maiores do continente africano. O declínio da população se deve à fragmentação de seu habitat, além de conflitos com atividades humanas e doenças infecciosas, diz a entidade. Como resultado, o cão selvagem africano está listado como "ameaçado de extinção".
De acordo com o artigo da National Geographic, o nome científico do animal, Lycaon pictus, significa "lobo pintado", referindo-se à sua pelagem irregular e cheia de manchas em tonalidades que variam de pelos vermelhos, pretos, marrons, brancos e amarelos. "Cada animal tem seu próprio padrão de pelagem e todos têm orelhas grandes e arredondadas", explica a fonte sobre biodiversidade.
Eles também são caracterizados por possuírem pernas longas com quatro dedos cada (ao contrário de outros cães, que têm cinco, descreve a National Geographic).
O cão selvagem africano é um predador generalista que ocupa uma variedade de habitats, incluindo planícies de grama curta, semi-desertos, savanas e florestas de terras altas. Eles caçam principalmente antílopes de tamanho médio, embora também capturem presas pequenas como lebres ou lagartos, que têm uma contribuição menor para sua dieta alimentar.
De acordo com o artigo da NatGeo, eles são animais bastante sociáveis que compartilham alimentos, ajudam membros fracos ou doentes da matilha e se comunicam por meio de toques, ações e vocalizações.
Quer saber mais sobre a incrível vida selvagem que habita o planeta, a nossa casa comum? Assista a Animais de Perto com Bertie Gregory no Disney+, uma série documental na qual exploradores de National Geographic viajam pelo mundo para mostrar a vida cotidiana de animais extraordinários como nunca se viu antes.